Atento a voz que o esporte proporciona, especialmente através de uma das agremiações mais tradicionais e de massa do país, o torcedor Camilo de Paula idealizou, em novembro do ano passado, o Movimento Remo Antirracista, fundado no último dia 5 de fevereiro, data de aniversário da instituição, por um grupo de torcedores, com o objetivo de combater o racismo dentro do futebol azul-marinho. Camilo, de 30 anos, torcedor do Leão Azul e estudante de arquitetura e urbanismo, explicou que a iniciativa partiu após o aumento de casos de racismo e injúria racial sofridos pelo time nos últimos anos.

O mais recente foi com o ex-atacante Jefferson, na reta final da Série B do Campeonato Brasileiro em partida contra o Cruzeiro-MG, em Belo Horizonte. Na ocasião, após marcar um gol na vitória do time por 3 a 1, o jogador foi chamado de macaco pela torcida da raposa. “A necessidade surgiu porque os casos aumentaram muito, especialmente no futebol. Vi isso como uma solução e uma saída para combater esses casos. Enquanto movimento, a gente pretende pautar essa luta dentro do clube através de ações sociais, educativas e palestras que envolvam os funcionários e atletas”, explicou, ao informar também que o projeto se estende para as demais modalidades, do profissional ao infantil.

Embora seja uma iniciativa voltada ao Remo, Camilo de Paula destacou a importância de vitrines como essa para os demais clubes. “A gente espera que outros clubes também se posicionem, porque isso não é uma coisa que acontece só no Remo. O esporte abraça muita gente, então ter essa luta você consegue mais espaço e visibilidade”. O Movimento Remo Antirracista possui uma página no Instagram com o mesmo nome, meio para que qualquer torcedor possa entrar em contato para reforçar o grupo. “A gente conta com um estatuto próprio e regimento interno. Não é uma coisa aleatória, mas seria. Mas qualquer torcedor do Remo pode participar. Não tem restrição, basta estar disposto e brigar pela causa”, destaca.

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