Se tu entrar na Curuzu (...). Como diz uma música da torcida do Paysandu, os adversários precisam temer quando chegarem ao Vovô da Cidade, principalmente agora, no quadrangular final da Série C do Brasileiro, que decidirá quem vai conseguir o acesso à Segunda Divisão Nacional. O Lobo tem três jogos em casa e, fazendo o dever direitinho, atingirá o grande objetivo.
Na temporada, o Papão vem fazendo bonito como mandante. Em 2022 já são 17 jogos, 12 vitórias, quatro empates e somente uma derrota, que veio para o Floresta, na última rodada da classificatória da Terceirona, quando a equipe já estava classificada à segunda fase. São 35 gols marcados e apenas 10 sofridos. Todas as partidas envolvem Campeonato Paraense e Terceira Divisão.
Na competição nacional são 10 jogos como mandante, mas apenas oito na Curuzu. Os dois primeiros a equipe precisou jogar em Paragominas, onde cumpriu punição de perda de mando, ocasionada por uma invasão da torcida, em 2021. No Vovô da Cidade são oito partidas, cinco vitórias, dois empates e uma derrota. Foram 13 gols marcados e seis sofridos.
Nas arquibancadas, a Fiel Bicolor faz a parte dela e agora, mais do que nunca, precisar fazer ainda mais. O Paysandu tem uma média de 10.466 torcedores no campeonato nacional. Em oito jogos, 83.730 torcedores compareceram aos jogos. O clube já arrecadou R$ 1.661,235 milhão e possuí a média de R$ 207.654,375 mil. Os dados são dos borderôs, disponíveis no site da CBF.
Os bicolores têm compromisso marcado, às 17h, do próximo sábado, dia 27 de agosto, no Estádio da Curuzu, em Belém. O Papão vai receber o ABC, pela segunda rodada do quadrangular. Derrotado na estreia fora de seus domínios, o jogo ganha um ar de tensão e o Lobo tem a obrigação de fazer bonito diante do seu torcedor, que mais uma vez fará um caldeirão nas arquibancadas.
Sintonia entre atletas e a Fiel transformou a Curuzu em alçapão bicolor
"No futebol, quem só de futebol sabe, nada de futebol sabe.". Essa frase é de Manuel Sérgio, filósofo desportivo e professor de José Mourinho, renomado técnico mundial. Isso porque futebol não envolvem somente técnica e tática, mas emoções, e elas influenciam diretamente no resultado de um jogo ou de uma temporada inteira. É o que vem acontecendo com o Paysandu.
Claro que sabemos que os feitos são consequência de muito planejamento e trabalho intenso de Márcio Fernandes, comissão técnica, dos jogadores e diretoria. Entretanto, é inegável, que nos momentos decisivos, alguns detalhes fizeram a diferença na boa primeira fase da equipe na Série C do Brasileiro, como o incessante apoio da Fiel Bicolor.
Segundo António Damásio, neurocientista português, a capacidade emocional dos atletas e demais envolvidos no futebol é mais um detalhe que vai fazer diferença no resultado final. Aliado a isso, a inteligência emocional, que foi um grande diferencial para os momentos decisivos dos bicolores na classificatória, em especial nos jogos dentro da Curuzu.
Desde a final do Campeonato Paraense, onde o Papão, empurrado pela torcida, tentava reverter um placar de 3 a 0 em favor de Remo, por conta do primeiro jogo da decisão, a ligação entre a Fiel e o Lobo se estreitou ainda mais. O Paysandu não conseguiu ficar com o título, venceu por 3 a 1, mas mostrou que, unido com seus torcedores, se torna muito mais forte.
Até o momento, jogando no Vovô da Cidade, foram 17 jogos na temporada, com 12 vitórias e quatro empates e uma derrota, possuindo um aproveitamento de 78,43% em seus domínios. Na Série C do Brasileiro foram oito jogos na Curuzu, com 17 pontos somados de 24 disputados, o que lhe ajudou a conquistar a conquistar a vice-liderança da primeira fase.
Na partida contra o Botafogo-PB, ainda na 10ª rodada, o Papão não fazia o melhor jogo, mostrava dificuldades, mas, empurrado pela torcida o tempo todo e com a inteligência de Márcio Fernandes nas substituições, o Lobo conseguiu uma bela virada, em seis minutos, para cima dos paraibanos, já na reta final da partida e somou mais três pontos.
No livro “Erro de Descartes", Damásio relata que é humanamente impossível, organicamente falando, que uma pessoa “normal” se desligue das emoções, sendo que 85% a 95% delas são inconscientes e que, sem elas, não é possível sequer tomar decisões. Foi o que acontece na noite desta partida, dia 12 de junho, no Estádio da Curuzu.
Os jogadores estão sentindo o que é ser Paysandu graças ao torcedor. Eles compraram o sonho da torcida pelo acesso. Aos términos dos jogos, sempre comemoram e cantam as músicas que entoam na Curuzu, que se transforma em um verdadeiro alçapão para os adversários. A pressão é grande e, com todos caminhando lado a lado, vem sendo complicado segurar o Papão, que marcou 35 vezes e sofreu apenas 10 gols em 17 partidas no ano.
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