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LENDA DO FUTEBOL PARAENSE

Chifre, sonho, sopa e a origem do bordão do "Água, Caralh*"

Roberto Carlos iniciou um novo negócio para garantir a renda, mas garante que continuará indo aos estádios para vender água por conta do carinho que tem pelas torcidas

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Imagem ilustrativa da notícia Chifre, sonho, sopa e a origem do bordão do "Água, Caralh*" camera Empreendimento fica ao Rua Alacides Nunes, em frente à Arena Futchopp, próximo ao Bar da Orla, no bairro do Una. | Arquivo Pessoal

Aguentar assistir um jogo de futebol, em especial no Pará, sem tomar uma água é quase que impossível. O forte calor faz os torcedores se hidratarem durante os jogos e, para isso, eles contam com os ambulantes que ficam andando pelas arquibancadas. Um deles é o Roberto Carlos, de 49 anos, mais conhecido como "Água, Caralho!"

"Esse bordão surgiu através de um chifre que peguei de uma mulher. Eu estava puto, sem vender quase nada de água no Mangueirão, quando resolvi gritar: 'Água! Água caralh*! Água! Vocês não 'tenham' sede não, caralh*?'. O grito chamou a atenção dos torcedores, que gostaram do bordão e, desde lá, só vendo água assim".

Os ambulantes dependem dos jogos para ganhar a renda. Com o futebol paraense decadente a cada temporada, acaba "apertando" o bolso deles, que precisam se virar de outras formas, já que os times são eliminados ou ficam de férias antes do tempo. Roberto Carlos comentou sobre o assunto. Ele volta às atividades nas arquibancadas no próximo dia 29 de outubro, em jogo do Paysandu pela Copa Verde.

"Os jogos são muito importantes não só para mim, mas para vários ambulantes que dependem do movimento dos torcedores. É dali que tiram boa parte das suas rendas. Quando não tem jogos, vendo água em frente dos bancos, festivais, eventos religiosos e onde chamarem para vender. Mas, sem dúvida, os jogos são sempre uma das principais fontes de ganhar dinheiro para o sustento", ressaltou.

O "Água Caralho" começou um novo empreendimento, agora vendendo sopa na rua Alacides Nunes, em frente à Arena Futchopp, próximo ao Bar da Orla, no bairro do Una, em Belém. Ele contou sobre o sonho que tem, mas que agora, junto com a mulher, faz um novo investimento. Ele garantiu que continuará indo aos estádios.

"Sempre tive vontade de abrir um depósito de água, mas nunca tive a oportunidade. Dessa vez, com a minha esposa, Katia, que ficou desempregada, resolvemos abrir uma conveniência pra vender de tudo, inclusive a sopa (risos). Graças a Deus tem dado muito certo. Aos torcedores, podem ficar tranquilo. Nunca vou deixar de vender água nos estádios, pois o carinho que tenho pelas torcidas é grande", finalizou.

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