Dor de cabeça e invicto: Paysandu está longe do ideal

Todo mundo sabe que início de trabalho no futebol exige tempo e paciência para que as coisas comecem a fluir em campo. Mas este início de Campeonato Paraense já começa a deixar um alerta ligado no Paysandu, de Márcio Fernandes. Em comparação com a estreia, o rendimento bicolor caiu diante do Tapajós, mas o feijão com arroz foi o suficiente para conquistar mais três pontos na competição.

Vitória essa que, óbvio, deixa o torcedor feliz, mas ao mesmo tempo preocupado por conta a performance abaixo do esperado. As principais deficiências da equipe de Fernandes, que foi mantido no cargo após a temporada de 2022, aparecem principalmente quando o Lobo está sem o domínio da bola e nas jogadas aéreas.

O Boto conseguiu diversas oportunidades ao longo dos 90 minutos, muito por conta da lenta transição defensiva dos bicolores. A zaga vem mostrando muitos problemas em bolas pelo alto, perdendo a maior parte das disputas, com mau posicionamento. E isso não foi exclusivo do jogo contra o Tapajós. Aconteceu contra o Itupiranga também.

As laterais do Paysandu estão sendo anuladas e contam com pouco dinamismo, ora com Samuel Santos, ora com Eltinho. Igor Bosel entrou na direita, na segunda etapa, e apareceu bem no ataque, marcando o segundo gol. Mesmo assim, são as posições que darão mais trabalho para Márcio Fernandes, que segue insistindo com Gabriel Davis no meio.

Já ficou claro que a torcida não tem mais paciência para aguentar o baixo desempenho do meia e as vaias são sinais de que não há mais clima para a permanência dele na Curuzu. Lento, com problemas técnicos e táticos, o jogador vem sendo um peso no setor de criação bicolor desde 2022. Não há justificativa para a renovação de contrato. Agora, Márcio Fernandes, a diretoria e o atleta precisam ver como contornar essa pressão que já começou e não é pouca.

A dobradinha Gabriel Davis e Fernando Gabriel não funcionou, pois são jogadores com pouco dinamismo, o que deixa o meio de campo com lentidão e sobrecarrega a recomposição defensiva, principalmente Jiménez. O miolo de zaga com Genilson e Naylhor busca, muitas vezes, corrigir os espaços e os mesmos acabam se prejudicando.

Em dois jogos, até aqui, Thiago Coelho (apesar do erro contra o Tapajós, onde Douglas Lima perdeu gol sem goleiro), Jorge Jiménez, Bruno Alves e Mário Sérgio estão sendo os destaques positivos, enquanto que o desempenho, coletivo e individual da maioria, vem preocupando. Fernando Gabriel, que ainda aprimora a parte física, tem a qualidade que a criação precisa, mas ele depende de um bom apoio e aproximação dos outros meio-campistas. João Vieira ainda não conseguiu mostrar o futebol de 2022.

O plantel tem qualidade, há tempo para correções, mas elas precisam acontecer o quanto antes, pois a Fiel já mostrou que não terá paciência e com razão, afinal, a pré-temporada aconteceu por mais de um mês. O próximo compromisso do Papão é pela Copa Verde, no dia 22, contra Castanhal ou Real Ariquemes, às 22h, no Estádio da Curuzu.