Com a presença feminina mais forte nos estádios de futebol, as campanhas educativas para proteção a mulher se tornam mais fortes, porém a violência ainda tem números preocupantes em torno do maior esporte do planeta.
Dias de jogos de futebol, a violência contra elas teve aumento de 23%, de acordo com uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com a revista EFDeportes. As informações são da Defensoria Pública do Pará.
Pesquisa aponta que jogadoras já sofreram com qualquer tipo de preconceito dentro do futebol. Outro dado é que a discriminação atinge também torcedoras, árbitras e até jornalistas do sexo feminino, que cobrem o futebol.
Entre os tipos de delito estão assédio e importunação sexual nos estádios, prática ainda comum em boa parte do país. O tipo de prática é considerado crime e pode dar ao agressor uma pena de até cinco anos de prisão.
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Para a coordenadora do Núcleo de Prevenção e Enfrentamento à Violência de Gênero (NUGEN), defensora pública Larissa Machado, o esporte não é o agente causador, porém os altos níveis de emoção e o consumo de bebida alcoólica aumentam situações de violência doméstica.
“O álcool se desdobra no exacerbamento do ciúme e possibilita a eclosão de vários outros conflitos, que sem a influência alcoólica poderiam ser mais facilmente auto controláveis. Nós vivemos em uma sociedade que mantém uma cultura patriarcal, onde o homem acha que ele tem uma mulher como objeto, como controle dele. Então, a ingestão de uma elevada quantidade de álcool pode eclodir em conflitos familiares, e isso dá vazão a um aumento significativo de índices de crimes na esfera da violência doméstica”, pontuou.
Para combater este cenário, a Defensoria Pública do Estado do Pará atua em parceria com a Federação Paraense de Futebol (FPF), no projeto “Parazão Inclusivo”, aonde neste mês de março, a temática gira em torno da presença feminina nos estádios do Pará, com o título “Lugar de mulher é nos estádios”.
Ainda de acordo com a defensora, uma masculinidade saudável vai ajudar no combate à violência de gênero. “Nós nascemos em uma sociedade que mostra que homens têm que ser os provedores do lar, controladores, fortes, que não choram e não fraquejam, enquanto as mulheres foram criadas para as tarefas do lar e dos cuidados da casa. Existe uma luta constante para que isso seja alterado e o maior exemplo é a força que tem o acesso à informação para essas intervenções. Através da informação podemos significativamente reduzir os índices de violência de gênero”, finalizou.
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