Clássico é clássico, independente da modalidade. O mais disputado da Amazônia saiu dos gramados e hoje em dia está também no mundo virtual, com direito a torcida em diversos jogos.
O Desafio Valorant entre Remo e Paysandu, mesmo com clima amistoso, valeu vaga em um campeonato que será disputado em novembro, na arena mangueirinho, em Belém. O clássico foi o primeiro jogo da arena gamer inaugurada no último mês de junho.
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Com 5 jogadores de cada lado, as expectativas eram altas entre as equipes. Rafael Brito, do Remo, contou que é uma grande oportunidade para movimentar a cena de eSports no Pará, com muita tecnologia e computadores de qualidade. E engana-se quem pensa que não há treino antes dos jogos.
“A preparação da gente sempre foi contínua. A gente sempre jogou junto ou em outros times, mas sempre jogamos, sempre estamos jogando. Agora a gente se reuniu, a gente fez um feito interessante, juntou dois inimigos, que eram eu e o Buba, para jogar pelo Remo, para vocês verem a importância que é [o RE-PA]. E é uma oportunidade muito grande para a profissionalização do esporte mesmo aqui na região norte”, disse.
Em todo o esporte, a provocação entre os times faz parte da disputa, mas sempre feita de forma amigável. Rafael aproveitou para analisar e comentar as táticas da equipe adversária: “A equipe do Paysandu é uma equipe que já vem junto há bastante tempo. A gente já conhece bastante as táticas do Paysandu e eles vem como se fossem muito fortes, imbatíveis. Mas cada um [do Remo], individualmente, já ganhou deles e juntando está um bom time. Eu vou fazer o que a gente sempre fez, que é jogar bem e ganhar”.
Já do lado do Paysandu, Bruno Araújo, conhecido como BRZ e um dos vencedores do desafio valorant do DOL, contou que o contrato com a equipe bicolor veio após a participação dele nessa primeira disputa: “O contrato veio depois do campeonato, o Paysandu veio com a oferta depois do campeonato do DOL e a gente abraçou a oferta, entrou no campeonato”, disse Bruno.
A vaga para o campeonato em novembro é o grande sonho de ambos os times, que estão com altas expectativas e preparação. “A expectativa é que a gente vá, se classifique. A gente está treinando, a gente treina todo dia, a gente joga, e a expectativa é que a gente siga ganhando todos [os jogos], que aparecer pela frente”, comentou.
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PROFISSIONALIZAÇÃO DOS E-SPORTS
A arena gamer de Belém é o primeiro espaço totalmente gratuito na Região Norte para a prática, incentivo e apoio aos cyberatletas. A partida desta quarta-feira (10) mostrou como a profissionalização dos games está crescendo na cidade e no mundo todo.
Para mostrar a importância e valorização do espaço, o governador do Pará Helder Barbalho esteve presente no evento. Para ele, a arena é uma forma de mostrar que o governo está sintonizado com a parte da população que gosta dos esportes eletrônicos: “Nós pensamos em fazer uma arena gamer que possa utilizar do espaço do mangueirão para que aqui, de forma gratuita, todos possam ter a mesma oportunidade. Um espaço para todos aqueles que fazem dos esportes eletrônicos uma prática que deve ser reconhecida cada vez mais e incentivada a partir do respeito a pluralidade dos desportos em todo o mundo e no Pará não pode ser diferente”, declarou Helder.
Fabiano Scherer, secretário de esporte e lazer em exercício reforçou a ideia de que o interesse nos games é crescente, até mais que o futebol, por exemplo: “Hoje, através da Arena Gamer, nós estamos entrando no cenário mundial, a gente não está nem falando mais de cenário nacional, quando fala em eSporte se fala sempre internacionalmente, e nós temos aqui a arena com espaço para treinamento, como um espaço para competição, tendo os melhores equipamentos do mundo aqui à disposição da população”, disse o secretário.
“Oráculo”, o narrador do RE-PA e conhecido do público, se viu com uma grande responsabilidade em transmitir o primeiro jogo da arena e destacou que esse é mais um passo para que a modalidade seja levada a sério: “Se preparar para um jogo de valorant é fácil, mas se preparar para um RE-PA sendo a primeira competição oficial da nossa arena gamer do mangueirão, é uma tarefa muito difícil. A gente está nesse meio há muito tempo e já sabe o que fazer direitinho. Eu fico muito lisonjeado também por fazer parte, de pegar esse terreno ainda que é muito incipiente e poder acompanhar esse processo de evolução do nosso cenário gamer".
"Eu fico muito feliz por isso. É muito bacana saber que o Estado está incentivando, está olhando para o nosso meio gamer, que até pouco tempo atrás não era visto assim como uma profissão, mas agora a gente já pode mostrar para a sociedade que isso é uma profissão, e que dá para viver disso, inclusive eu vivo disso”, contou.
Mesmo com a polêmica do eSport ser considerado uma profissão e não mais um lazer, “Oráculo” diz que não tem como ser gamer sem estudo. Como em qualquer outra área, os games também precisam de dedicação. “Existe ainda esse estigma, né, até por conta do pessoal que tem um pouco mais de idade, mas a gente super entende. Quando a internet chegou, também sofreu esse ‘preconceito’. E não saber que caminho está trilhando, mas o que eu posso dizer é que o estudo nunca vai ser abandonado e é um caminho paralelo".
"É como quem escolhe uma profissão do coração e um caminho para seguir que é estudar, saber se comunicar, se desenvolver. Lembrando que o game ele desenvolve capacidade motora, social, psicológica, enfim, e eu acho muito importante o trabalho do game, não só como um profissional, mas também como forma de entretenimento”, concluiu.
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