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SUPERAÇÃO

Paratleta não imagina a sua rotina sem o esporte

Adrienne Oliveira fala sobre a visibilidade do esporte paralímpico e sua jornada no basquete em cadeira de rodas, além da inclusão e superação

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Imagem ilustrativa da notícia Paratleta não imagina a sua rotina sem o esporte camera Paratleta do All Star Rodas, Adrienne Oliveira de Souza conta que sempre gostou de praticar esportes | Mauro Ângelo

A mesma preocupação é mantida pela também paratleta do All Star Rodas, Adrienne Oliveira de Souza, de 28 anos. “É triste as paralimpíadas não serem transmitidas em canal aberto, como as olimpíadas, mas acredito que quem goste de esporte vá procurar assistir no canal fechado para conhecer outras modalidades e até mesmo o basquete”, considera.

“Até hoje tem gente que assiste algum vídeo meu e diz que nem sabia da existência do basquete em cadeira de rodas, eu mesma não conhecia antes da amputação. Apesar de gostar de esporte, eu não sabia que existia porque não fazia parte do meu mundo até aquele momento. Então, acredito que tem muita gente que ainda não conhece e que pode conhecer através das paralimpíadas”.

Adrienne conta que sempre gostou e praticou esportes, jogava handebol na escola, porém, foi somente quando ela se tornou uma pessoa com deficiência que adquiriu conhecimento sobre as diferentes modalidades de esportes adaptados e nunca mais se afastou deles. “Quando eu sofri o acidente, eu fui atropelada aos 16 anos, eu fiquei triste, não foi nem por perder uma perna, mas sim por não poder mais praticar esporte porque eu não sabia da existência de esportes adaptados”, recorda.

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“Mas com um mês de amputação eu fui para a minha primeira fisioterapia e lá um atleta do All Star Rodas me convidou para conhecer o basquete em cadeira de rodas. Foi a primeira oportunidade que eu tive de voltar para o esporte e eu aceitei sem pensar duas vezes”.

Integrante da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas, Adrienne conta que não imagina a sua rotina sem o esporte e já pensa na preparação para os próximos Jogos Paralímpicos, que serão realizados em Los Angeles, em 2028.

“Eu sou formada em nutrição, mas estou diariamente aqui, não consigo largar. Apesar de eu ter lidado muito bem com a amputação, eu acredito que o esporte tenha me ajudado bastante a conseguir superar, ainda mais, o que aconteceu comigo”.

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“Por pouquinho a gente não conseguiu conquistar a vaga para estar lá nas paralimpíadas de Paris também, então, por recentemente ter sido convocada para o Sul-Americano, ser atleta da seleção brasileira, eu fico assistindo com aquele gostinho de querer estar ali também, mas a gente está trabalhando para que em 2028, em Los Angeles, a gente esteja lá”.

Se a expectativa pelos jogos paralímpicos de Paris já é grande entre os atletas, com os técnicos não é diferente. Responsável por treinar uma equipe de 15 paratletas com idade entre 11 a 17 anos, e oito paratletas universitários no Campus de Educação Física do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará (CCBS/Uepa), a pedagoga e professora de educação física Kátia Tadaiesky não vê a hora de acompanhar as competições do atletismo em Paris, onde, inclusive, disputam paratletas paraenses que estudaram na instituição em que ela leciona, a Escola Estadual José Álvares de Azevedo, em Belém. “Da nossa escola saíram três paratletas que estão em Paris. O Pará vem aumentando o seu número de participação nos jogos conforme a gente vai praticando e dando oportunidade”.

Destacando a importância no esporte na vida dos paratletas, Kátia considera que os jogos oportunizam que outros jovens vejam o esporte como uma oportunidade. “Da Escola Álvares de Azevedo, quem passou por lá e está competindo em Paris é o Josemarcio, o Parazinho, atleta de Goalball; a Lucilene, irmã dele, da natação, e tem a Larissa Oliveira no Judô. Então, eles começaram em um grupo escolar e agora estão representando o país em Paris”.

Criador e técnico do All Star Rodas, o professor Wilson Caju também conhece bem o poder transformador do esporte e há 22 anos busca oportunizar a jovens com deficiência o acesso ao esporte. “A gente tem que trabalhar para que o esporte paralímpico seja uma realidade dentro do país, que todo mundo veja um paratleta como um potencial e hoje nós temos grandes atletas. O Brasil deve ir muito bem porque vai com uma delegação muito numerosa e com talentos. O Goalball deve ser campeão, o voleiball sentado também tem uma boa perspectiva e o atletismo”, prevê. “É um ano muito especial para todo atleta, para todo paratleta porque é um ano de paralimpíada. Infelizmente o basquetebol em cadeira de rodas não conseguiu a vaga no masculino e nem feminino esse ano, mas isso é um alerta para que a gente comece a se preparar melhor para, quando for em Los Angeles, a gente estar presente. A gente estará na torcida, com certeza, porque isso motiva esses jovens a virem para o esporte”.

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