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ENTREVISTA

Dener, retorna ao Clube do Remo em busca de novos desafios

Dener, volante do Remo, fala sobre seu retorno ao Brasil, experiências em Portugal e Arábia, e expectativas para a nova temporada com a torcida.

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Imagem ilustrativa da notícia Dener, retorna ao Clube do Remo em busca de novos desafios camera Dener fala sobre sua trajetória e desafios no Remo | Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O volante Dener passou os últimos dez anos jogando fora do Brasil, oito deles em Portugal (Portimonense) e dois na Arábia Saudita (Al-Tai). Ele voltou ao país, mais especificamente ao Clube do Remo, para um novo ciclo em sua carreira. Aos 32 anos, ele volta a defender um clube de massa desde que se profissionalizou no São Paulo-SP. Em seu primeiro pronunciamento como jogador azulino, ele foi enfático ao dizer que o que o fez retornar foi a possibilidade de ter uma grande torcida ao seu lado e começar a fazer o nome no Brasil. Ao seu lado, a experiência de ter atuado sob o comando ou contra alguns dos treinadores que mais fazem sucesso hoje no futebol brasileiro.

Boas referências

“Todas as pessoas que me falaram sobre o Remo sempre citaram a torcida, que realmente encanta e impressiona. E acho que isso me criou uma grande vontade de estar aqui, de poder fazer história nesse clube. No tempo que passei fora joguei em várias formações, com dois ou três zagueiros, então acho que não haveria problema com qualquer escolha do professor Rodrigo (Santana, técnico). Estarei preparado e o que ele me pedir vou buscar fazer da melhor forma”.

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Características

“Sou um volante que procuro sempre ajudar na marcação, cumprir minha função em campo. Mas também gosto muito de chegar ao ataque, buscar chutar de fora da área. Acredito que sou bom no jogo aéreo também, sempre procuro aparecer nos cruzamentos e tentar achar meus companheiros com um bom passe para gol”.

Melhor momento

“Meu melhor período acho que foi no São Paulo. Tive uma base muito vitoriosa no São Paulo, onde cheguei a subir para o profissional. (O São Paulo) É um clube de muita história e tradição, então é difícil de estar ali. E depois fiz um bom Paulistão e Série B pelo Guarani-SP e no Paulista-SP. Tive bons momentos ali. Ainda converso com os amigos próximos, como o Lucas Moura, o Willian Arão, e eles me desejaram boa sorte nesse novo desafio aqui no Remo”.

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Experiência portuguesa

“Eu tenho isso como algo muito positivo, porque os treinadores portugueses têm sido referência no mundo inteiro e jogar o campeonato lá durante muitos anos você acaba enfrentando diferentes formas táticas, diferentes estratégias e você tem que se adaptar ali. Acho que isso me fez crescer muito, principalmente taticamente”.

Adaptação a Belém

“Primeiro é me acostumar com a temperatura. Hoje eu ainda fico suado no ar condicionado, mas tem sido tranquila a adaptação. Os treinos têm sido muito bons, tenho gostado bastante. Eu estou me adaptando muito bem, acho que tem tudo para dar certo e vai ser uma temporada muito boa”.

Expectativa

“Eu estou muito motivado, todas as pessoas que eu encontro ou converso me passam coisas muito boas, principalmente em relação à torcida, que o estádio às vezes é uma loucura. Às vezes eu sinto que eles não conseguem nem explicar e eu quero sentir isso, eu quero conhecer, ter essa experiência de jogar pelo Remo em um estádio lotado e conquistar grandes coisas aqui. Se Deus quiser fazer uma linda história”.

Futebol brasileiro

“Eu senti que queria esse desafio, algo diferente. Sempre acompanhei o futebol brasileiro e mantive essa vontade de jogar aqui, enfrentar grandes clubes, jogar em estádios lotados contra clubes que eu sempre admirei, e isso criou em mim essa vontade de vivenciar tudo isso. O meu empresário me trouxe essa situação e aí eu comecei a pesquisar cada vez mais, conversar com amigos e a vontade só foi aumentando que está aqui”.

Crescimento tático

“Esse tempo lá me fez com que enxergasse o futebol de forma diferente. Em Portugal é muito importante a parte tática. Às vezes, quem está de fora não consegue perceber, não sei, mas a parte tática pode definir muito um jogo. Um time pode jogar com muita vontade, mas se estiver errado taticamente, correndo errado, aquela vontade acaba que passa despercebida. Em Portugal eles valorizam muito essa parte. E uma das coisas que eu tento aprender, até assistir a outros jogos, é solucionar as coisas dentro de campo, porque às vezes nem sempre conseguimos ouvir o nosso treinador de fora e somos nós que entendemos o jogo ali dentro de campo e conseguimos corrigir um ao outro”.

Preparação

“Acho que a cada treino vai nos levar ao máximo. Não adianta treinar em baixa intensidade e depois querer jogar em alta intensidade, não tem como. Então, acho que é importante tentar trazer isso, para treinar todos os dias como se fosse um jogo, para que depois quando chegar na partida oficial não falte nada”.

De olho na base: Guty ganha elogios dos companheiros

No atual elenco azulino em treinamento na pré-temporada, cinco jogadores da base estão presentes: os goleiros Alexandre e João; os laterais Kadu e Caio; o zagueiro Jonilson; e o meia Guty. É uma quantidade relativamente pequena, mas outros jogadores foram emprestados, como o volante Henrique e o atacante Felipinho. São poucos, mas os jogadores mais experientes apostam na qualidade de quem já subiu para o grupo profissional.

Em entrevista ao podcast Conversa Com O Leão, do jornalista Paulo Caxiado, o goleiro Marcelo Rangel falou sobre essa relação que acontece em todos os elencos, destacando um jogador que pode vir a ser muito promissor. “A nossa base hoje tem muita qualidade. O Guty, pra mim, acho que é o jogador mais talentoso da base do Clube do Remo. Na minha opinião particular, já passei por outros clubes, já acompanhei inúmeros atletas de categoria de base em transição para profissional. Na minha opinião, o Guty é um jogador com uma qualidade, um potencial enorme para conquistar coisas grandiosas no futebol, na carreira dele como atleta”.

Guty vem sendo testado também na lateral-esquerda, mas para o experiente goleiro é no meio que o garoto pode fazer a diferença. “Eu gosto muito dele como meio-campista, mas por ser um jogador canhoto, pela qualidade dele, se ele for jogar na ala, se ele for jogar no meio campo, ele vai entregar coisas boas, porque é um jogador que tem uma qualidade tremenda, rara, um cara que sempre pensa na frente dos demais. Eu sou suspeito de falar dele porque eu já falei para outros companheiros nossos o tanto que eu achei ele bom jogador, a qualidade que ele tem”, completou Rangel.

Vindo de uma das bases mais fortes do país, Dener sabe o que é receber apoio dos mais experientes e de como isso é importante quando ainda se é um garoto em busca de espaço. “Eu lembro que quando eu subi, eu até estava comentando esses dias aqui com o pessoal, que o Rogério Ceni era um cara que ficava conversando muito com a gente. Na época também tinha Luis Fabiano, Rivaldo, eram caras que mesmo sem falar nada passavam muito, a gente tentava pegar alguma coisa, alguma referência, apenas olhando”, disse. “Às vezes, com um conselho em certa situação, ou um outro mais no extracampo, você vai aprendendo com todos. E é isso que eu tento passar também, vou tentar passar para os meninos aqui, com tudo que eu já vivi, tentar passar os melhores exemplos, tanto dentro quanto fora de campo, para eles”, completou o meia.

Dener esteve no time tricolor campeão da Copa São Paulo de 2010, num time em que muitos jogadores foram aproveitados no elenco principal, alguns obtendo sucesso internacional. “Muitos jogadores ali alcançaram grandes patamares no futebol. Tem o Lucas Moura que é muito amigo meu, o Casemiro, o Bruno Uvini, Richard, goleiro, o Willian Arão. Fora outros que tinha ali na base de um ano mais novo, o Rodrigo Caio, por exemplo. Nosso grupo era muito bom e não é à toa que fomos campeões e muitos seguiram a carreira e promissoras”.

+MERCADO DA BOLA

A expectativa da torcida azulina pelo anúncio de mais reforços só faz crescer, em especial pelo fato de o maior rival ter anunciado um pacote de contratações nos últimos dias. Dois atletas podem ser confirmados nos próximos dias, além do “presente de Natal” prometido pelo presidente Antônio Carlos Teixeira. O lateral-esquerdo PK, do Vitória-BA, já estaria acertado e admitido pelos próprios dirigentes do rubro-negro carioca; o outro seria o zagueiro argentino Iván Alvariño, segundo informação do jornalista Lucas Rossalfa, de Campinas (SP), onde o defensor esteve pelo Guarani-SP.

Alexis Iván Alvariño, de 23 anos, é natural de Gregorio de Laferrere, na Argentina, e tem os direitos federativos ligados ao Boca Juniors, clube que o revelou, até o fim da temporada 2026. O zagueiro esteve no Amazonas-AM na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro deste ano, onde entrou em campo em 40 oportunidades e marcou dois gols.

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