Paysandu e Remo precisam ser assertivos com o sócio-torcedor

No cenário atual do futebol brasileiro, clubes de todas as regiões enfrentam um desafio crescente: equilibrar as contas enquanto competem em um mercado cada vez mais inflacionado.

No caso de Paysandu e Remo, a situação exige uma análise cuidadosa, levando em conta as particularidades econômicas de Belém e do Pará, onde é essencial equilibrar as demandas do futebol moderno com as características e prioridades da população local.

Por isso, a modernização e valorização dos programas de sócio-torcedor se tornaram uma necessidade estratégica, não apenas para fortalecer a relação com a torcida, mas também para garantir a sustentabilidade dos clubes.

A modernidade no futebol exige mais do que paixão

O futebol de hoje não é apenas um esporte; é um grande negócio. Com custos elevados relacionados a contratações, treinamento de jogadores, manutenção de estruturas e outros gastos operacionais, os clubes precisam ir além dos métodos tradicionais de arrecadação.

A bilheteria, por si só, já não é suficiente para cobrir as despesas. Paysandu e Remo, times com torcidas apaixonadas e religiosas, têm a oportunidade de aproveitar essa base de apoio para criar programas de sócio-torcedor que sejam atrativos e funcionais.

No entanto, isso exige inovação, planejamento e uma abordagem mais conectada às demandas do torcedor contemporâneo.

Valorização do Torcedor: a chave para o sucesso

Um dos pontos críticos para o sucesso de qualquer programa de sócio-torcedor é a valorização do torcedor. Isso significa oferecer benefícios tangíveis que justificam o investimento mensal, como descontos em ingressos, experiências exclusivas, produtos personalizados e, até mesmo, serviços que agregam valor fora do ambiente do estádio.

Os torcedores precisam se sentir parte do clube, percebendo que a contribuição vai além de uma mera transação financeira. Para isso, é fundamental que os clubes estabeleçam canais de comunicação claros e transparentes, mostrando como o dinheiro investido pelo sócio é revertido em melhorias no tempo e na estrutura.

Realidade financeira e desafios do mercado

Para atrair e manter os sócios, Paysandu e Remo precisam encontrar um equilíbrio delicado: criar planos que sejam financeiramente acessíveis, mas que também proporcionem arrecadação suficiente para sustentar o clube.

Além disso, é importante ressaltar que a inflação no mercado do futebol, com valores exorbitantes para contratações e atualizações, aumenta a pressão para que os programas de sócio sejam bem-sucedidos.

Futebol é caro, mas é possível inovar

Gestos modernos de futebol já foram descobertos que é possível inovar e adaptar-se às realidades locais. Clubes menores em outras regiões do Brasil têm conseguido sucesso com programas de sócio-torcedor bem estruturados, provando que não é apenas o tamanho da torcida que importa, mas a forma como ela é engajada.

Para Paysandu e Remo, o desafio é criar modelos que dialogem com a identidade cultural de seus torcedores, valorizando o papel de cada um na construção da história do clube.

Se forem assertivos, os clubes não só aumentarão as receitas, mas também consolidarão o sentimento de pertencimento que faz do futebol uma paixão tão especial. Em um mercado tão competitivo, ser criativo e estratégico não é mais uma opção; é uma necessidade.

Mas qual é a realidade de Remo e Paysandu?

A dupla Re-Pa resolveu começar a temporada de 2025 apostando na reformulação dos programas de sócio-torcedor, prometendo mais novidades e vantagens para os torcedores, porém, "não há nada de novo debaixo do sol".

E quando falamos isso, são os clubes falando: "planos cheios de novidades, mais completo", como o Remo, ou então "viver momentos únicos, como cobrar pênaltis nos intervalos dos jogos, fazer visitas especiais e participar de uma série de experiências promovidas pelo clube", como diz o Paysandu.

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Tudo isso já é de conhecimento do torcedor. As "várias novidades" não são explicitas na hora da divulgação nas redes digitais. Além do que foi falado nas citações, ambos oferecem "descontos em produtos oficiais e na rede de vantagem".

Para que Paysandu e Remo transformem os programas de sócio-torcedor em ferramentas realmente eficazes, é essencial ir além de promessas genéricas e focar na experiência real do torcedor.

A modernização exige mais do que a reciclagem de ideias conhecidas; é necessário criar estratégias que se conectem às demandas atuais, promovendo inovação, acessibilidade e, sobretudo, valorização genuína do público.

Apostar em uma comunicação clara e em benefícios que fazem sentido para a realidade dos torcedores é o caminho para fortalecer os laços com a Fiel Bicolor e o Fenômeno Azul, e garantir uma receita mais consistente.

Em um cenário onde o futebol se torna cada vez mais competitivo e caro, a capacidade de oferecer algo único e relevante pode ser a diferença entre manter-se como um gigante regional ou dar passos concretos para se destacar no cenário nacional.

É válido lembrar que Remo e Paysandu estão na Série B do Campeonato Brasileiro na atual temporada e Belém irá receber a COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada entre 10 e 21 de novembro de 2025.

Planos disponíveis:

O Paysandu tem quatro planos: arquibancada, cadeira, crianças e para torcedores de fora do Pará. Apenas o plano bancada tem os pacotes trimestral, semestral e anual. Os valores variam entre 12 x de R$ 24,90 a 12 x de R$ 299,90.

Já o Remo o arquibancada, cadeira, crianças, pagando meia no ingresso de arquibancada ou apenas para desconto em produtos oficiais. Os valores variam entre R$ 29,90 a R$ 149,90. É válido lembrar que são pacotes semestral ou anual.

Atualmente, o Paysandu aponta no site do sócio-torcedor 3.627 sócios adimplentes, enquanto o Remo aparece com 3.311 associados. Com o Campeonato Paraense começando no próximo dia 18 de janeiro, a expectativa é que os números aumentem significativamente.