Sérgio Cosme está com o futuro nas mãos do Re-Pa

Foi no dia 9 de janeiro desse ano que o técnico do Paysandu, Sérgio Cosme, escreveu em seu currículo o primeiro Re-Pa da carreira, o clássico mais disputado na história do futebol mundial. E foi uma experiência ímpar, afinal, o embate era a decisão do Torneio do Suriname, a primeira competição de Cosme no comando técnico bicolor e o terceiro clássico Rei da Amazônia promovido fora do Brasil.

Tanta pompa, já seria o suficiente para encher de orgulho qualquer treinador, ainda mais com a conquista do título, advinda dos pênaltis, com o placar de 5 a 4, em seu favor. Mas o carioca só entendeu mais tarde a simbologia desse confronto.

Sérgio só passou a perceber a real importância que a torcida paraense dá ao encontro dos arquirrivais pouco mais de um mês depois, quando teve o dissabor de perder para o Remo, logo no primeiro encontro pelo Campeonato Paraense, no dia 13 de fevereiro, e ter tido a ‘cabeça a prêmio’. Ele escapou de ser demitido, contudo, aprendeu a lição e se vê em uma nova ‘sinuca de bico’ na disputa de hoje, quando vai ter que vencer o duelo se quiser passar à semifinal, resgatar a tranquilidade perdida com a pressão da Fiel e, por tabela, não aumentar a estatística do desemprego no Brasil.

O treinador sabe que sua situação no comando técnico alviceleste é cada vez mais delicada. Além de não conquistar a empatia da torcida, que cobra do presidente Luiz Omar Pinheiro mudanças no comando técnico, entrou em rota de colisão com a imprensa esportiva, incomodado com os rumores sobre sua possível saída.

Mas o Re-Pa é sempre um divisor de águas e pode ser tudo, menos injusto. O lado bom do clássico é que se Cosme conseguir impor seu planejamento tático e sair do Mangueirão com uma vitória convincente em cima dos azulinos, ganha sobrevida para aliviar a pressão e seguir com seu trabalho. Do contrário, por mais que a diretoria mostre paciência de Jó, o caminho, mais cedo ou mais tarde é único, e o próprio técnico sabe disso. “Sabe pra que serve Re-Pa? Aquele que perder é para mandar a comissão técnica e jogadores embora”, desabafou, ao Bola, em uma de suas entrevistas. Por enquanto, com uma vitória e uma derrota nos dois primeiros clássicos, Sérgio está no 1 a 1, mas, como a vitória dessa vez é fundamental, seu destino ao Re-Pa pertence... (Diário do Pará)