Deixando de lado as decisões, os títulos e as glórias alcançadas ao longo de 109 anos, o dia de hoje representa, na história do clube, uma data tão importante e inédita quanto cada conquista comemorada pela primeira vez. Neste sábado, dia 8 de novembro, que, pela primeira vez, o associado do Remo terá o direito de votar na escolha do seu representante na presidência azulina pelos próximos dois anos.

Nunca antes na história houve uma expectativa tão grande pela chegada de uma nova era, que se inicia diretamente pela participação do associado e, agora sim, vai refletir nos resultados futuros. A partir de agora, quem quer que seja o presidente, deverá levar em conta que só está ali ocupando o cargo graças a um associado e o mesmo agora possui voz ativa, não mais condicionada às amarras do modelo arcaico e indireto.E na vanguarda do movimento, dois nomes disputam voto a voto quem comandará o Leão pelos próximos dois anos.

De um lado, o atual presidente Zeca Pirão, representando a Chapa ‘Unidos Para a Luta’, enquanto do outro, a oposição encabeçada por Pedro Minowa, à frente da Chapa ‘Remo, Rumo à Modernidade’. Duas correntes que têm um mesmo embrião, mas hoje remam em correntes opostas por um só propósito.

Seja quem for eleito, terá a obrigação de gerir um patrimônio imensurável, composto de um estádio para mais de 15 mil pessoas, uma sede social em área nobre de Belém, estruturada com ginásio, salão de festas, piscina semiolímpica, campo de futebol soçaite, loja, restaurante; uma sede náutica. Tudo isso corresponde a um patrimônio estimado em cerca de R$ 100 milhões, que carrega por trás um turbilhão de responsabilidades, dívidas, e uma massa ensandecida de torcedores, apelidada carinhosamente de Fenômeno Azul.

SÓCIOS APTOS A VOTAR

Pontualmente às 8 horas da manhã, a sede social, em Nazaré, abrirá suas portas para receber os associados aptos ao voto. No papel, 10.014 sócios, divididos entre proprietários e remidos, terão a opção de escolha.

Todo o processo eleitoral foi coordenado por um trio escolhido pelo Conselho Deliberativo. Ficaram responsáveis os beneméritos Carlos Gama, Roberto Porto e Altemar Paes, este o presidente da comissão. “A expectativa é de um total entre dois ou três mil votantes, a tirar pelas últimas eleições. Se tudo transcorrer bem, até as 19 horas teremos o nome eleito”, explicou Paes.

Do total de dez mil associados, 9.413 são remidos, ou seja, não pagam mensalidades e têm direito vitalício às eleições. Os demais, 601, são sócios proprietários, aqueles que pagam mensalidade. Existe ainda a classe dos atuais conselheiros, beneméritos e grandes beneméritos e conselheiros natos, que são englobados nas categorias já citada.

De acordo com o benemérito e historiador remista, Orlando Ruffeil, este momento é único e por esse motivo precisa ser apreciado por todos os associados. “Quem elegia o presidente era o Conselho Deliberativo. O associado votava na Assembleia Geral. O Remo se espelhava nos grandes clubes brasileiros. Mas houve uma mudança provocada pela Lei Pelé, Estatuto do Torcedor, daí o Estatuto do clube teve que passar por essa mudança”, pontua.

(Diário do Pará)

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