Um racha no grupo de dirigentes Novos Rumos poderá fazer com que a eleição de dezembro, que apontará o presidente do Paysandu Sport Club para o biênio 2019/2020, tenha dois ou até mais candidatos de oposição à atual gestão bicolor. Pelo menos um desses postulantes ao cargo já é conhecido, o ex-presidente Luiz Omar Pinheiro, que dirigiu a agremiação de 2008 a 2012. O outro, este possível candidato, é o também ex-presidente Alberto Maia, recém-saído da Novos Rumos, que há seis anos dá as cartas no clube. A situação, claro, também lançará seu candidato e o mais cotado é Ricardo Gluck Paul, um dos atuais vices do Papão. Hoje o atual presidente é Tony Couceiro.
A candidatura de Luiz Omar já era mais ou menos prevista, já que desde que a Novos Rumos tomou as rédeas, com o ex-atacante Vandick Lima sendo eleito presidente, em 2013, ele vem sendo um opositor ferrenho da administração do grupo. No plei to que elegeu Alberto Maia para a gestão de dois anos, Luiz Omar tentou voltar ao poder, mas a chapa liderada por ele, denominada de “Pra cima, Papão” acabou sendo impugnada por irregularidade e, pouco depois, desfeita, fazendo com que Maia tivesse o caminho livre para chegar ao poder máximo do clube.
Agora, Luiz Omar volta a se mostrar disposto a medir forças com a Novos Rumos, que ele chama de “seita”, garantindo que sairá vitorioso das urnas no pleito previsto para acontecer entre os dias 1º e 10 de dezembro, conforme o presidente da Assembleia Geral, advogado Antônio Maciel. Por outro lado, a candidatura de Maia, conforme revelou o próprio ex-presidente ainda carece de confirmação. Somente no próximo mês é que ele e o grupo que o apoia deverão anunciar se estarão ou não na disputa, cujo número de votantes só será conhecido no final do mês em curso, quando Maciel deverá receber a lista com os nomes dos eleitores.
REGISTRO
As chapas só poderão ser registradas para o pleito após a publicação do edital das eleições, cujo prazo é de 70 dias antes da data marcada para a escolha do novo presidente. Entre as chapas cogitadas está a de Ricardo Gluck Paul, que ocupa, no momento, a vice-presidência de Gestão do clube. A escolha do dirigente se deu após o presidente Tony Couceiro, outro integrante do grupo Novos Rumos, ter anunciado que não se lançaria candidato.
Apesar das evidências apontarem para a candidatura de Ricardo na condição de situação, o nome do engenheiro de telecomunicações ainda não está sacramentado, embora já se fale até na inclusão de Ulisses Sereni e Maurício Ettinger na chapa situacionista, ocupando os cargos de vices de operações e gestão, respectivamente.
Situação se esquiva, oposição solta os cachorros!
Apontado como provável candidato da situação a eleição do próximo mês de dezembro no Paysandu, o engenheiro de telecomunicações, Ricardo Gluck Paul, 41, tem fugido do assunto como o diabo foge da cruz. O atual vice-presidente de gestão do clube chega a ser ácido quando questionado se pretende se lançar na disputa das urnas. Na última quarta-feira (5), por ocasião da apresentação do técnico João Brigatti, ele, em princípio, se recusou a tratar do tema, mas depois acabou se disponibilizando para uma breve entrevista, quando não poupou críticas ao fato de o pleito vir ganhando corpo na mídia.
“A pauta eleitoral, em minha opinião, foi antecipada de uma forma desastrosa e completamente fora de calendário para quem pensa no Paysandu”, disparou. “A gente tem de pensar agora é na Série B. Estamos numa posição desconfortável e já estávamos há cinco semanas quando começou esse assunto de eleição”, completou.
LOP
Já o ex-presidente do clube, Luiz Omar Pinheiro, que ocupou o cargo entre 2008 e 2012, faz barulho. O ex-dirigente não tem poupado a cara do grupo Novos Rumos, que há seis anos comanda dos destinos do Papão. Na avaliação de Luiz Omar, que chama o grupo de seita, os atuais dirigentes só trouxeram malefícios ao clube.
Luiz Omar recorda números de sua gestão e que ele, certamente, pretende usar para arregimentar votos entre os associados. «Fui presidente no momento mais crítico da história do Paysandu, ninguém queria, foram buscar-me no escritório e assumi o clube com 147 ações ajuizadas na justiça, com muita dívida e uma receita pequenas de R$ 5 milhões por ano, pagando R$ 2,5 milhões só em dívidas de gestões passadas», conta. O dirigente se mostra confiante em derrotar o representante da Novos Rumos. «Eles serão derrotados com uma, duas, três chapas. Eu vou ganhar a eleição», garante.
ALBERTO MAIA
Até meados do próximo mês, o ex-presidente Alberto Maia, 52 anos, anunciará a sua candidatura ou não à presidência do Paysandu para o biênio 2019/2020. De acordo com o dirigente, o assunto vem sendo debatido por ele e um grupo de ex-dirigentes do clube, do qual fazem parte Roger Aguilera e Vandick Lima, já definidos como vice e executivo de futebol, respectivamente, caso a candidatura prospere.
Maia antecedeu a atual gestão bicolor. “Entendo que o grupo Novos Rumos rachou e diante disso acredito que qualquer pessoa do grupo de associados pode se colocar à disposição para concorrer à presidência do Paysandu”, disse. “Alguns fatores, lamentavelmente, desgastaram o grupo”, afirmou Maia, evitando maiores detalhes.
Assembleia Geral já planeja o pleito
Embora o pleito bicolor só aconteça na primeira quinzena de dezembro, portanto, ainda distante, o presidente da Assembleia Geral, órgão encarregado de cuidar da eleição, advogado Antônio Maciel, de 56 anos, já vem planejando todo o esquema que apontará o presidente do Paysandu para o biênio 2019/2020. Segundo revelou ao BOLA, desde o mês passado que ele vem tratando de vários assuntos relacionados a disputa eleitoral no clube.
“Venho trabalhando nos bastidores, organizando internamente, estudando datas e essas situações”, contou Maciel, cuja eleição para o cargo aconteceu em 2016. “A gente visa realmente usar de toda a transparência e imparcialidade”, anunciou. Na avaliação do presidente, a participação de várias correntes de dirigentes no pleito serviria para fortalecer a democracia bicolor. “A democracia é salutar quando tem mais de um candidato”, afirmou Maciel, lembrando que nos dois últimos pleitos do clube só a situação teve participação.
O presidente, no entanto, salienta que a candidatura única se restringiu ao cargo de presidente. “Nas eleições passadas não tivemos mais de um candidato para o presidente da diretoria, mas tivemos candidatos ao Conselho Deliberativo e Fiscal”, salientou.
Maciel observou que na próxima eleição ocorrerá situação semelhante no caso dos dois Conselhos. “Serão eleitos 25 membros para o primeiro e outros cinco para o segundo. Os cinco menos votados para o Fiscal ocuparão a suplência do órgão”, explicou.
(Nildo Lima/Diário do Pará)
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