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GERSON NOGUEIRA

A diferença de Eurocopa e Copa América é destaque de Gerson

Mesmo ganhando o Peru por 4 a 0, seleção brasileira se mostra prevísivel jogando um torneio de nível técnico baixo

Imagem ilustrativa da notícia A diferença de Eurocopa e Copa América é destaque de Gerson camera Reprodução

Sobre a abissal diferença

A Seleção da CBF passeou em campo contra o Peru, metendo 4 a 0 sem fazer muito esforço e aproveitando bem as facilidades próprias da Copa América, que parece ter sido programada para um triunfo da “amarelinha”. Foi uma atuação tranquila, fria, burocrática em muitos momentos, mas com o desfecho mais do que previsível.

Os motivos são mais do que conhecidos para tamanha tranquilidade. O Brasil sobra nos confrontos contra adversários do continente. Foi assim nas eliminatórias para a Copa de 2018 e continua do mesmo jeito em 2021. O futebol não mudou quase nada, é mecânico e chato de acompanhar.

Para os apóstolos da objetividade, o que importa é vencer sempre, não importa como. Nesse aspecto, o Brasil está fazendo o seu papel. Não encanta – nem precisa –, mas vai levando de roldão uma competição sob medida para um triunfo da equipe de Tite. Não existem oponentes à altura.

Até mesmo a Argentina, rival de sempre, tem uma seleção que cause preocupação. Enfrentou o Chile e ficou no 1 a 1 em jogo horroroso. Não que os jogos do Brasil sejam encantadores. Muito pelo contrário. O tédio domina a cena.

Nem mesmo as iniciativas individuais de Neymar, partindo com a bola dominada e encetando uma série de dribles, atenuam essa percepção. O sistema adotado é encaixotado. Os jogadores de meio são autômatos. Fred é um mero passador de bola, Richarlison é um atacante de força. Firmino não mostra a clareza de ideias que exibe no Liverpool.

Nada disso parece importar muito. Foi-se o tempo em que a Seleção se esmerava em dar grandes espetáculos. Jogava com elegância e esbanjava talento. Bola de pé em pé, variações inspiradas e ataque avassalador. Hoje, ainda que o adversário seja um desfalcado escrete peruano, a velha habilidade brazuca raramente dá as caras.

Pareço um velho ranheta reclamando dos novos tempos. Mas tenho bons motivos para enxergar dessa forma o que muitos saúdam como promissor. Minhas referências são timaços de futebol, capazes de encarar olhando de cima qualquer adversário no planeta.

Os tempos mudaram, eu sei, mas não precisava ser tão ingrato com o Brasil bom de bola. No mesmo período em que se desenrola a Copa América de 65 contaminados pela covid, a Euro 2021 entrega ao mundo diariamente grandes espetáculos, repletos de lances surpreendentes, gols de bela feitura, jogadores inquietos e bons de drible.

No Cartaz Esportivo da Rádio Clube, ontem, conversando com Valmir Rodrigues, chegamos a uma dura constatação: o jogo praticado na Europa é mais sedutor e atraente do que o que se pratica na América do Sul. Eliminatórias e Copa América confirmam isso.

Nunca o continente foi tão mal aquinhoado de craques e times. Qualquer seleção mediana da Europa faria furor em jogos contra equipes sul-americanas. Vi Holanda e Áustria duelarem em igualdade de condições, apesar do triunfo final da antiga Laranja Mecânica. Confronto bonito, de passes longos, investidas conscientes e treinadas.

Antes, acompanhei a Bélgica de Kevin De Bruyne passar sobre a Dinamarca num embate empolgante. Nos primeiros 45 minutos, a velha mística agressiva dos dinamarqueses foi predominante, mas bastou um craque entrar em cena para a história mudar. De Bruyne, talvez o melhor do planeta hoje, saiu do banco para garantir a virada da Bélgica.

Lamento informar aos pachecos e nacionalistas empedernidos que não existe mais a mínima chance de ficarmos repetindo o bordão de que aqui se pratica o melhor futebol do mundo. A Europa domina a cena, indiscutivelmente. Por isso, venceu todas as Copas desde 2006. Arrisco dizer que, nessa toada, vai levar a de 2022 também.

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