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GERSON NOGUEIRA

Clube do Remo ainda não consegue reabilitação na Série B

O Leão perdeu para o Avaí após pênalti convertido por Júnior Dutra, aos 15 minutos da segunda etapa.

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Imagem ilustrativa da notícia Clube do Remo ainda não consegue reabilitação na Série B camera Cluibe do Remo ainda não consegue se reabilitar na segundona | Foto: Divulgação/Avaí

Ainda não foi desta vez que o Remo conseguiu se reabilitar no Brasileiro da Série B. Depois da derrota para o Londrina, na sexta-feira, o time voltou a perder ontem (28), desta vez para o Avaí, em Florianópolis. Acabou vitimado por outra decisão polêmica da arbitragem, que viu pênalti em chute que bateu na mão do lateral Igor Fernandes, a 15 minutos do final.

É verdade que, ao longo do primeiro tempo, o Remo foi pouco produtivo nas ações de ataque. Pressionado em seu próprio campo pela marcação adiantada imposta pelo Avaí, encontrou muitas dificuldades para criar alternativas para ameaçar a defesa adversária.

Apesar do controle do jogo, o Avaí não criou chances claras de gol. Rondou a área do Remo, atacando com até seis jogadores, mas errava nas finalizações e esbarrava nas defesas de Vinícius. As melhores tentativas saíram dos pés de Valdívia.

O meio-campo remista, sobrecarregado pela marcação, tornou-se mais reativo do que preocupado com a transição. Por essa razão, Felipe Gedoz e Victor Andrade praticamente não receberam bolas em condições de finalização. Isolado na direita, Mateus Oliveira teve estreia apagada.

A melhor chegada remista ocorreu aos 23 minutos, quando Victor Andrade cabeceou para fora depois de cruzamento de Gedoz. Em seguida, o lateral João Lucas, que atuou quase como um ponta, bateu de fora da área para grande defesa de Vinícius.

O segundo tempo mostrou de cara um Remo bem mais organizado nas ações ofensivas. Os laterais conseguiram passar da linha de meio-campo e Gedoz se movimentava com desenvoltura, apesar de bem marcado. Logo aos 4 minutos, o próprio Gedoz invadiu a área e bateu rasteiro para boa defesa do goleiro Glédson.

Apesar de mais retraído, o Avaí também insistia com Valdívia, sempre acompanhando Renato e Vinícius Leite. O meia aproveitou uma chegada forte de Copete pela direita e chutou forte, mas Vinícius evitou o gol.

Aos 33’, veio o lance fatídico. O lateral Iury arriscou um cruzamento e a bola resvalou na mão de Igor Fernandes, que tinha o braço colado ao corpo. O árbitro marcou pênalti, que Junior Dutra converteu. Até aquele momento o Remo estava melhor na partida. A penalidade vem se juntar a outros seis lances que prejudicaram o time nesta Série B.

Depois do gol, o cenário mudou por completo. Satisfeito com a vantagem, o Avaí se limitava a administrar o jogo, enquanto Felipe Conceição buscava reagir com mudanças que não acrescentaram nada ao rendimento do time. Wallace, Wellington Silva e Renan Gorne mal participaram das tentativas de reação. Lucas Tocantins não foi acionado.

Boa parte dos problemas enfrentados pelo Remo na fase inicial do jogo pode ser atribuída à incapacidade de sair do cerco armado pelo Avaí. Agravou o quadro a presença do estreante Mateus Oliveira, pouco entrosado com os companheiros. Como em Londrina, Victor Andrade saiu cedo demais e Tocantins custou a entrar.

Medalhas tiram do limbo os enjeitados surfe e skate

É mais comum e previsível do que a chuva nas tardes de Belém. Sempre que chega uma Olimpíada acontece de um atleta saído das periferias brasileiras obter destaque e, passo seguinte, seu esporte passa a ser reverenciado como nunca antes. Surfe e skate viraram, de repente, objeto de culto e adoração no Brasil.

Como se fosse possível apagar o histórico de desdém e preconceito em relação a esportes, até hoje estigmatizados por muita gente como “coisa de maconheiro e marginal”. Já cansei de ouvir isso. Recentemente, na gestão tucana em Belém, a Guarda Municipal escorraçou da praça do CAN garotos que brincavam de skate por ali.

A maranhense Rayssa Leal, conhecida como Fadinha, comoveu o país ao conquistar a medalha de prata no skate, esporte que estreia em Olimpíadas. Aos 13 anos, a menina magrinha e ágil fez acrobacias infernais, levantando a medalha. Ganhou fama instantânea e a honrosa condição de medalhista brasileira mais jovem em todos os tempos.

Sua vitória pode tirar o skate do gueto em que sempre esteve. É a chance de fazer com que a modalidade ganhe respeito e visibilidade, inspirando crianças e jovens a entenderem que o esporte não é coisa de bandido.

Belém não tem uma pista adequada para skate. O Skate Park, inaugurado por Edmilson Rodrigues em sua primeira gestão, foi extinto na reforma cara e demorada da avenida, levada a cabo por Duciomar Costa anos depois.

As pistas disponíveis (no conjunto Marex, na Sacramenta, Mosqueiro e Icoaraci) não atendem às necessidades do esporte, até porque foram construídas sem nenhuma participação dos atletas da modalidade.

Como reflexo da conquista de Rayssa, a Prefeitura de Belém promete fazer um levantamento técnico que permita implantar melhorias nas pistas já existentes. Há também a ideia de criar uma nova pista na capital, que contemple as necessidades de quem precisa praticar skate em segurança.

Já o surfe, cuja prática no Pará limita-se a um grupo reduzido de adeptos, conquistou a glória máxima com a vitória de Ítalo Ferreira nas águas japonesas. Foi a primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada e logo na estreia do esporte na competição.

Como Rayssa, o potiguar Ítalo vem dos rincões do Nordeste e precisou lutar muito para alcançar o nível de competitividade que a modalidade exige em termos mundiais. Superou até mesmo a descrença geral quanto ao sucesso no Japão, visto que o favorito era Gabriel Medina.

Talvez agora, através dele e de Rayssa, esses esportes tão pouco badalados ganhem a projeção merecida.

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