Derrota em casa complica Leão
O Remo voltou a pisar na bola dentro de casa e perdeu um jogo relativamente fácil. Entregou o gol no primeiro tempo e depois não teve competência e calma para reagir. A derrota por 1 a 0 para um concorrente direto afeta os planos do que se imaginava uma permanência tranquila na Série B. Agora, com 41 pontos, cercado por todos os lados por equipes que estavam muito atrás, a situação se torna incômoda, quase dramática.
Os dois próximos jogos – CSA e Operário, ambos fora de casa – ganham importância crucial a essa altura, porque, a depender de outros resultados, o Leão pode entrar nos três jogos finais dentro da zona de rebaixamento, coisa que era impensável há pelo menos 10 rodadas. Ainda resta uma reserva mínima, mas a diferença para o primeiro do Z4 (o Londrina) caiu para apenas três pontos.
Como previsto, o jogo foi muito equilibrado, com predomínio da correria sobre a cadência, da marcação sobre a criatividade, e nesse aspecto o Londrina se posicionou melhor. Como todo visitante, ficou fechado em duas linhas e explorando os contra-ataques em bolas esticadas para os lados. Na frente, ficava o centroavante Zeca incomodando a zaga remista.
Mateus Oliveira, que estava bem nos primeiros movimentos do confronto, mandou uma bomba que o goleiro César espalmou para escanteio. Depois, em cruzamento de Felipe Gedoz, Mateus furou diante do goleiro, aos 26 minutos. Foi a melhor chance do Remo na etapa inicial.
Os azulinos eram mais ofensivos, mas pecavam pela ausência de força na área, um problema antigo da equipe. Inteligentemente, o Londrina se fechava e deixava só as laterais para o mandante manobrar.
O torcedor, presente em grande número, não pode se queixar de falta de emoção. Ataques de parte a parte se sucediam até que, aos 28 minutos, em falha grotesca de Romércio, que tentou dominar a bola e deu um presente para Zeca, nasceu o gol da vitória londrinense. O centroavante mandou um chute forte no canto esquerdo da trave remista.
O 2º tempo começou com bons ventos para o Remo. Logo aos 5 minutos, Lucas Tocantins investiu pela esquerda, cortou para o meio e chutou forte para defesa segura de César. Aos 15’, Salatiel (que substituiu Zeca) foi lançado na área, ganhou de Romércio na corrida e chutou na saída de Tiago Coelho, que bloqueou o chute e evitou o gol.
João Neto fez as substituições de praxe lançando Jefferson, Victor Andrade Ronald, Neto Moura e Neto Pessoa substituindo a Artur, Tocantins, Lucas Siqueira, Marcos Jr. e Gedoz. Não adiantou muita coisa, pois o Remo seguiu sem povoar a grande área do Londrina e perdendo tempo na troca de passes na intermediária.
Victor Daniel deu um susto aos 30 minutos, chutando forte e quase fazendo o gol depois que a bola desviou em Mossoró. A última grande oportunidade do Remo já veio nos acréscimos. O centroavante Neto Pessoa recebeu bola na área e chutou rasteiro, mas em cima do goleiro César.
A torcida vaiou o time no final, frustrada com a incompetência do time para superar um adversário que na maior parte do tempo só se defendeu. Na verdade, todos os receios que surgiram quando o Remo perdeu para a Ponte Preta voltaram a assombrar os arraiais azulinos.
A atuação de ontem deixou a impressão de um time mentalmente cansado, sem ideias e criatividade, dificuldades que se ampliam quando há a obrigação de propor jogo e envolver adversários retrancados.
Briga pela permanência envolve mais seis clubes
O Remo segue ainda na melhor situação entre todos os que estão na segunda página da classificação e ameaçados de rebaixamento. Com 41 pontos, permanece na 11ª posição, mas pode ser ultrapassado pelos vencedores dos jogos entre Coritiba x Operário-PR e CRB x Sampaio Corrêa, jogos que se realizam hoje.
Para quem gosta de calculadora eletrônica, o momento é propício para contas e projeções. Ao todo, sete times disputam abaixo do Remo o direito de continuar na Série B – Operário (41), Cruzeiro (40), Sampaio (40), Ponte Preta (39), Brusque (38) e Londrina (38).
Um destes irá fazer companhia a Vitória (33), Confiança (31) e Brasil de Pelotas (23), que estão com as passagens compradas para a Série C, sendo que o time gaúcho foi matematicamente rebaixado com os resultados de ontem.
Não há desespero, mas é evidente que a situação preocupa os azulinos, principalmente pela queda de rendimento em jogos como mandante. No Baenão, o Leão terá pela frente ainda Goiás e Confiança, adversários bem diferentes quanto a ambições na disputa, mas até equipes limitadas criaram problemas jogando em Belém.
Levantamento do pesquisador Jorginho Neves mostra que o Remo jogou 17 vezes no Evandro Almeida, ganhando sete, empatando três e perdendo sete partidas. Números ruins para quem sempre se notabilizou como um mandante de respeito.
Como curiosidade, na campanha de 2007, quando caiu para a Série C, o Remo teve aproveitamento ligeiramente melhor. Em 19 jogos, ganhou nove, empatou dois e perdeu oito.
Antijogo predomina com a complacência dos árbitros
O jogo de ontem voltou a mostrar como a arbitragem brasileira não consegue conter o antijogo. Os goleiros se habituaram a cair sempre acusando lesões a cada defesa importante ou mesmo em lances normais. O goleiro César, do Londrina, foi ao chão em pelo menos quatro situações de pura encenação ainda no primeiro tempo, a fim de diminuir a pressão em busca do empate e para fazer passar o tempo.
Em todas as ocasiões, o árbitro apenas olhou e não tomou qualquer providência. Nem mesmo fez advertência à distância. Essa anuência estimulou César a fazer mais cera na etapa final, quase sempre antes de fazer a reposição da bola.
Os outros jogadores seguiram na mesma toada, caindo a todo instante, provocando a presença da maca e consumindo minutos preciosos. Provavelmente, o Remo não empataria nem se estivesse jogando até agora, mas a enrolação prejudica o espetáculo e quem pagou para assistir.
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