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OPINIÃO

Blog do Gerson: a saga de renascimento do Clube do Remo

O Clube do Remo é bem diferente do que terminou a primeira faze do Parazão com uma sucessão de empates. O time enfrenta o Paysandu, nesta quarta-feira (6), pela final do Campeonato Paraense

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Imagem ilustrativa da notícia Blog do Gerson: a saga de renascimento do Clube do Remo camera Paulo Bonamigo é o grande responsável pela reação azulina no Parazão | Foto: Samara Miranda/Remo

A saga do renascimento

O Remo parte hoje para uma missão que parecia praticamente perdida quando terminou a fase de classificação do Parazão. O time ficou em 2º lugar no seu grupo – atrás do azarão Caeté – com atuações fracas e uma sucessão incômoda de empates (cinco em oito jogos). O trabalho de Paulo Bonamigo sofria questionamentos, bem como a política de contratações para o campeonato estadual.

A rigor, poucos acreditavam que o Leão pudesse empreender uma reação na competição. A comparação com o maior rival era ainda mais desfavorável. O PSC se estabelecia como líder geral na pontuação, com desempenho que empolgava sua torcida.

Quando chegou a fase de quartas de final, o Remo começou a renascer. O marco da virada foi a categórica goleada sobre o Caeté, no Baenão, por 4 a 0. Uma grande atuação, centrada em movimentação intensa no meio-campo e forte presença ofensiva ao longo de todo o confronto.

A partir daí, o time teve boas atuações contra a Tuna nas semifinais. Venceu na ida, dentro do Souza, e perdeu por 1 a 0 na volta em jogo de resultado enganoso, pois o rendimento do time de Paulo Bonamigo foi avassalador, falhando apenas na hora de definir as jogadas. A classificação para a final veio na série de penais, superando o trauma da eliminação de 2021 diante da própria Tuna.

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No duelo inicial com o PSC, domingo, outra exibição bem encaixada, taticamente segura e objetiva quanto às finalizações. Em função do volume apresentado, o time fez três gols até com relativa facilidade.

A reabilitação no campeonato se confirmou plenamente, contrariando todas as projeções e expectativas do período inicial da competição. Entra agora em fase muito mais delicada, agora como favorito ao título a partir da ampla vantagem que conquistou na final.

Sem Anderson Uchoa, suspenso, Paulo Bonamigo terá que fazer uma variação de seu triunvirato defensivo. Pingo entra na vaga de Uchoa, com Paulinho Curuá posicionado um pouco mais à frente. Ambos conectados a Marlon, peça fundamental no equilíbrio da zaga.

Os laterais, fundamentais para o funcionamento do sistema, são Ricardo Luz e Leonan, ambos com tarefas tanto de cobertura quanto de apoio ao ataque. Daniel Felipe continua na zaga, substituindo Everton Sena.

O meia Felipe Gedoz reaparece na lista de relacionados, mas fica como opção para o segundo tempo. Marco Antônio segue responsável pela armação. Bruno Alves, Brenner e Ronald formam a linha de frente que mais se destacou na fase de mata-mata do Parazão.

Caso vença o campeonato, o Remo terá sua campanha lembrada pelo incrível renascimento ao longo de uma disputa que parecia inevitavelmente perdida. Algo raro de acontecer numa competição de tiro curto.

Márcio faz mudanças para tentar a virada

Com vários problemas de contusão no elenco, o técnico Márcio Fernandes passou os últimos dias tentando achar uma formação que permita ao PSC reverter a situação desfavorável na decisão do Campeonato Paraense. A principal baixa está justamente no ataque, setor que precisa funcionar com perfeição na decisiva partida de hoje à noite.

A desvantagem de 3 a 0, naturalmente difícil de ser superada, traz como agravante o obstáculo de envolver um clássico tradicionalmente equilibrado, onde placares folgados são raros de acontecer.

Ao mesmo tempo, as surpresas estão no DNA do Re-Pa, fato que embala as esperanças do torcedor alviceleste. Como a derrota no primeiro jogo provocou forte impacto dentro e fora do elenco, o técnico Márcio Fernandes busca corrigir erros e valorizar os pontos fortes do time.

Por esse aspecto, as mudanças incluem a substituição de Elias Curzel por Tiago Coelho, principalmente em função das críticas que têm sido dirigidas ao goleiro nas últimas partidas, embora não tenha cometido nenhuma falha bisonha no clássico de domingo passado.

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Contratado para ser uma das atrações da equipe, Tiago acabou perdendo espaço em função de uma contusão que o deixou longe dos gramados durante toda a primeira fase do campeonato. Recuperado, teve que ficar na suplência de Elias, que foi prestigiado por Márcio Fernandes.

A linha de zaga também será alterada. Setor mais bombardeado por todos após a quantidade de gols sofridos nos últimos jogos, incluindo a derrota para o CSA na Copa do Brasil. A principal mexida será no centro da defesa, com a volta de Marcão no lugar de Heverton.

Igor Carvalho, já inteiramente recuperado de contusão, deve entrar jogando na lateral direita em substituição a Polegar. No meio-campo, apesar da expectativa em relação ao volante Bileu, que ficou de fora da equipe desde as quartas de final do Parazão devido a uma contusão na coxa.

Está confirmada a presença de Ricardinho, que saiu aos 30 minutos do confronto no Baenão e foi protagonista de um início de crise na segunda-feira, com os boatos de que teria pedido rescisão de contrato – fato desmentido pelo próprio atleta.

Toscano herda a camisa 9 após a apagada atuação de Henan no primeiro jogo. Não que Toscano seja uma unanimidade, longe disso. Tem sido muito criticado pela fraca produção (não fez gol ainda com a camisa do Papão), mas Márcio Fernandes não tem muitas alternativas para o centro do ataque.

Marlon será o atacante de lado, como normalmente já ocorre. Robinho e Dioguinho serão opções para o decorrer da partida.

E a montanha pariu um rato, de novo

Por alguns dias, o Parazão ficou ameaçado de mergulhar em nova crise. O PSC foi julgado à revelia no TJD e acabou punido com a perda de dois mandos de campo, em função de incidentes ocorridos no Re-Pa da primeira fase. O imbróglio durou até ontem, quando o tribunal aceitou recurso do Papão para suspender a punição, garantindo o jogo na Curuzu.

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