Cruzeiro x Remo não é um jogo qualquer. Está em disputa a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, que dá direito a uma premiação de R$ 3 milhões. A importância é imensa para um clube que foi rebaixado da Série B e perdeu, por baixo, R$ 10 milhões em receita.
É a chance da redenção e uma possibilidade de soerguimento financeiro. Pelo lado técnico, a conquista da vaga representará respeito e visibilidade nacional. Para o torcedor, motivo de orgulho e contentamento.
Por tudo isso, trata-se do jogo do ano. Exigirá dos azulinos um comportamento absolutamente impecável ao longo dos 90 minutos para superar um Cruzeiro em evolução, bem posicionado na Série B e embalado pelo entusiasmo de seu torcedor – os ingressos estão esgotados.
Ao longo da história, Cruzeiro e Remo construíram uma história interessante, curiosa até. Os remistas levam ampla vantagem frente ao clube mais copeiro do país. Em 13 partidas são sete vitórias, quatro empates e duas derrotas, 21 gols a favor e 17 contra.
Sem perder há 42 anos para o Cruzeiro, o Remo saiu vitorioso nos dois confrontos na Série B, em Belo Horizonte e Belém. São lembranças que ajudam a embalar os sonhos azulinos. Este, porém, é certamente o mais difícil (e decisivo) de todos os duelos entre os times.
O técnico Paulo Bonamigo tende a escalar um time de perfil mais conservador, com quatro jogadores no meio-campo – Uchoa, Paulinho Curuá, Marciel (Erick Flores) e Albano. Providência necessária diante da fragilidade exibida no 1º tempo contra o Brasil, sábado, em Pelotas.
Contra um adversário tecnicamente superior, que faz do esforço coletivo seu maior trunfo, o Remo não pode ter uma postura descuidada. Na partida de ida, no Baenão, o time jogou com extrema disciplina tática, fechando-se quando necessário e saindo em velocidade nos contra-ataques. Graças a essa postura, venceu por 2 a 1.
Hoje à noite, deve haver espaço ainda maior para as saídas em contragolpe, ante a necessidade que o Cruzeiro tem de buscar o gol desde o começo. A dúvida é se Bonamigo tem a exata noção da importância de Ronald para executar esse tipo de jogo. Desde o Campeonato Paraense, o atacante praticamente não foi mais utilizado.
Para o técnico, o jogo traz um desafio extra. A inconstância do time na Série C e a campanha abaixo do esperado criam um clima de pressão que será difícil conter em caso de um mau resultado.
Por outro lado, a conquista da vaga reafirmará o prestígio de Bonamigo no clube e dará combustível para o duro compromisso de domingo, pela Série C, contra o líder Mirassol.
Raposa reforçado e com Fenômeno nas tribunas
O Cruzeiro venceu o Grêmio pela Série B, no fim de semana. Um jogo de forte marcação no meio-campo e muita movimentação pelos lados. Apesar do desgaste físico, o técnico Paulo Pezzolano vai contar com todos os titulares diante do Remo. A única ausência é o ex-remista Neto Moura, que já jogou a Copa do Brasil pelo Mirassol-SP.
Miticov, seu substituto, deixou boa impressão como o principal homem de marcação na partida realizada em Belém. Participou muito das ações de retomada de bola e do começo da transição.
A grande novidade em relação ao primeiro jogo é mesmo a presença do centroavante Edu, que o Remo conhece dos embates pela Série B 2021 quando ele defendia o Brusque. Edu tem brilhado no comando do ataque cruzeirense: marcou 12 gols em 17 partidas.
Como força extracampo, Ronaldo Fenômeno, principal acionista do Cruzeiro SAF, estará nas tribunas acompanhando o duelo.
FPF: sem eleição e às voltas com ação civil pública
Enquanto a Federação Paraense de Futebol não desata o nó da eleição para presidente, uma ação civil pública movida pelo Ministério Público enquadra a entidade por irregularidades cometidas em 2015. A ação envolve o ex-presidente Antônio Carlos Nunes, atual vice-presidente da CBF. O MPPA pede ressarcimento aos cofres públicos estaduais do valor de R$ 512.060,40 (com a atualização, R$ 1.034.938,00).
A ação decorre de investigação que apurou ilegalidades no Convênio n° 02/2015, celebrado entre a FPF e a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), no governo de Simão Jatene. Notas fiscais avulsas e falta de autenticidade nos recibos apresentados foram algumas das irregularidades constatadas, após perícia no CPC Renato Chaves.
A ação civil pública é assinada pelo promotor de Justiça Sávio Brabo de Araújo, do MPPA, requerendo que o valor seja ressarcido aos cofres do Estado. A ação também pede à Justiça que seja “decretada liminarmente a indisponibilidade dos bens dos demandados, entre outras solicitações”.
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