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GERSON ANALISA

Apagão na Curuzu: multa irrisória para a intolerância

Veja este e outros destaques da coluna de Gerson Nogueira desta terça-feira (5).

Imagem ilustrativa da notícia Apagão na Curuzu: multa irrisória para a intolerância camera Apagão no Re-Pa: TJD tornou irrisório o custo do apagão na Curuzu. | Fernando Torres/Divulgação

Números que inibem a crítica

Apesar da excelente colocação do time na Série C, vice-líder com 23 pontos, há torcedor do PSC reclamando da produção do ataque, que é também o melhor do campeonato (23 gols). Critica-se a falta de gols marcados por atacantes e até da falta de efetividade nas bolas aéreas. Ocorre que um time deve ser considerado plenamente ofensivo por fazer muitos gols, independentemente se os autores são zagueiros ou dianteiros.

Nesse sentido, a equipe de Márcio Fernandes tem sido extremamente eficiente. É claro que dá para fazer mais do que vem fazendo, sempre dá. É possível também vencer os jogos sem sofrer tanto, bem como devem ser evitados tropeços como o da penúltima rodada, quando empatou em casa com o Brasil, então lanterna da competição.

No geral, porém, o desempenho tem sido até acima do esperado. O time adquiriu rapidamente entrosamento e adaptação ao modelo proposto, a partir da maneira de jogar praticada no Campeonato Paraense. Contra adversários em geral inferiores tecnicamente, o PSC foi sempre letal, vencendo seus jogos em casa e ainda beliscando pontos fora.

Mesmo com números tão positivos, o torcedor, esse eterno insatisfeito, não deixa de cornetar. Uns cobram mais agressividade no ataque, outros reclamam da instabilidade da defesa. Quanto ao setor defensivo, até cabem questionamentos ao comportamento da dupla central. Ao contrário do ataque, a zaga não está entre as melhores do campeonato – foram 13 gols sofridos em 13 rodadas, média de um gol por jogo.

Um sinal de insegurança é a constante troca de nomes na escalação da zaga. Apenas Genilson se mantém como titular inquestionável. Os outros entram, mas não conseguem segurar a titularidade. Lucas Costa e Bruno Leonardo são vistos com desconfiança pelo torcedor.

Para o confronto do próximo sábado, na Curuzu, contra o Confiança, o parceiro de Genilson será provavelmente Bruno Leonardo, que já cometeu alguns deslizes ao entrar no time. Não há, porém, outro nome para substituir Lucas (suspenso) e Márcio Fernandes parece ter se fixado nos três atletas, evitando experimentar zagueiros como Douglas, até hoje não escalado na Série C.

Ao mesmo tempo, é preciso entender que o PSC faz uma campanha extremamente satisfatória, embora não seja um time imbatível. Os eventuais percalços estão dentro da média normal numa competição tão equilibrada. Reclamar de detalhes no comportamento da defesa, do meio-campo ou do ataque soam como preciosismo a essa altura.

TJD tornou irrisório o custo do apagão na Curuzu

Soou como um convite à reincidência o valor da multa aplicada pelo TJD ao PSC pelo apagão elétrico ocorrido na Curuzu na final do Campeonato Paraense. O ato, gravíssimo do ponto de vista da desportividade, repercutiu nacionalmente e chegou a ser noticiado até fora do país como demonstração típica de futebol de várzea.

Paysandu é condenado pelo TJD por apagão no Re-Pa

Impedir que o maior rival comemorasse a conquista do título dentro de seu estádio parecia ser o propósito do clube. Até porque é impensável que a luz tenha sido apagada por alguém não autorizado pela diretoria.

Apagão na Curuzu vai virar camisa especial do Clube do Remo

Para um Estado dividido pela rivalidade entre remistas e bicolores, a multa de R$ 15 mil (com perdão de outras irregularidades ocorridas naquela noite) funciona como um demarcador de preços para a intolerância. Qualquer que seja o desvio de conduta a partir de agora, os clubes saberão que o preço a pagar é irrisório.

A voz indomável de Casagrande já não está na Globo

Na emissora que sempre valorizou figuras inodoras e incolores na cobertura esportiva, Walter Casagrande Junior sempre foi um ponto fora da curva. Depois de 25 anos na Globo, ele não irá à Copa do Mundo do Qatar. Anunciou ontem o término do vínculo. A emissora confirmou com ressaltando que o desligamento foi de “comum acordo”.

Casão, do mesmo jeito que fazia como jogador no Corinthians, rompeu com o script de alienação que vigora no futebol. Na mensagem em que divulgou o fim do ciclo na Globo, ele diz que o término do relacionamento "foi um alívio para os dois lados".

Depois de passagem inicial como comentarista da ESPN, em 1996, foi contratado pela Globo no ano seguinte. Desde então, manteve-se entre os analistas de ponta da emissora, com participação quase diária em programas da emissora e do canal Sportv.

Presente também nos principais jogos e decisões do futebol, firmou conceito de outsider e peixe fora d’água. O salário alto e a aspereza de alguns posicionamentos podem ter precipitado o divórcio com a emissora, que vem recheando seu time com ex-atletas, quase todos domesticados – Roger Chinelinho, Caio Ribeiro, Grafitte, Paulo Nunes etc.

Casão deixa saudades porque era o único comentarista esportivo capaz de fazer análises destemidas sobre jogadores e técnicos. Não fugia também de temas incômodos relacionados ao esporte, como desigualdades sociais, racismo, combate às drogas e política. Sempre se posicionou a respeito da intolerância e da cultura do ódio, temas que nem sempre são bem vistos no universo do futebol. Por isso mesmo, fará muita falta.

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