Decisão não comporta hesitações ou planos alternativos. Partindo desse princípio, o técnico Marcelo Cabo definiu que o Remo vai com o time titular para o confronto com o Caeté, hoje à noite, no estádio Jornalista Edgar Proença, valendo pela segunda partida das quartas de final do Campeonato Paraense.
Como venceu no sábado por 4 a 2, o time azulino tem a vantagem do empate e pode perder até por um gol de diferença para garantir presença na semifinal do Parazão. Nem precisa dizer que, depois de fracassar na Copa Verde, a briga pelo bicampeonato estadual virou prioridade no Baenão.
Clube do Remo e Caeté: Veja prováveis times e onde assistir
No sábado, Marcelo Cabo optou por dar folga aos titulares, que vinham de duas partidas duríssimas – o clássico Re-Pa que reinaugurou o Mangueirão e a partida com o Corinthians, pela Copa do Brasil.
Não se pode dizer que a equipe alternativa tenha decepcionado, pelo contrário. Na prática, foi a quarta apresentação do time B do Leão no campeonato, com quatro vitórias conquistadas e com atuações convincentes – Tuna, Castanhal, Tapajós e Caeté.
É improvável que Cabo inicie o jogo com alguns dos destaques de sábado, casos de Álvaro e Fabinho, mas certamente serão utilizados no decorrer da partida. Fabinho, por sinal, realizou sua melhor apresentação com a camisa azulina, não só pelos gols, mas pela disponibilidade dentro e fora da área, durante os 90 minutos.
A grande dúvida é se Cabo vai optar pela meia cancha com três ou quatro jogadores. No Re-Pa, jogou no 4-3-3; diante do Corinthians, optou pelo 4-4-2 e o resultado foi mais do que satisfatório. A entrada de Matheus Galdezani ao lado de Uchoa, Richard Franco e Pablo Roberto deu muito mais consistência à marcação e liberou Franco e Pablo para ações no ataque.
É provável que, a exemplo do primeiro jogo, quando optou por um time essencialmente ofensivo, Cabo também volte ao esquema anterior, com três atacantes de ofício (Diego Tavares, Muriqui e Pedro Vítor), embora sem modificar o modelo que adota desde o início da temporada.
Como precisa manter o entrosamento do time principal, não se pode descartar a manutenção do mesmo time que venceu o Corinthians e que deve ser o mesmo para encarar a reta final do Parazão e o jogo de volta (26 de abril) contra os corintianos, na Arena Itaquera (SP).
Quanto ao Caeté, resta lutar por um resultado que parece improvável, mas não é impossível de alcançar. São dois gols de desvantagem, mas a equipe mostrou no sábado que se entrega facilmente. Tem limitações sérias no meio-campo e ataque, mas marca muito – enquanto tem fôlego para isso.
Morte de torcedor corintiano foi banalizada
Oamigo Glauco Lima, o mais indomável dos criativos paraenses, envia comentário pertinente à coluna sobre a violência envolvendo torcidas e gangues nos jogos de futebol. Reproduzo aqui:
“Ontem fui ao jogo do Paysandu conhecer o novo Mangueirão, mas o que me chamou mais atenção foi o total desprezo pela tragédia ocorrida no jogo anterior, no mesmo estádio, quando um ser humano morreu. Não lembro se houve um minuto de silêncio pelo morto. Se houve, foi nada, um minuto não é nada! O jogo deveria ter sido interrompido no meio do primeiro tempo para manifestações e representantes do Executivo, do Judiciário e do parlamento deveriam ter falado sobre a gravidade do fato, sobre os dramas por trás das guerras de torcidas organizadas e do amparo para as famílias de vítimas. A morte do rapaz foi banalizada, naturalizada, nada de novo, nada de providências inéditas. A bola rolou e só vai parar quando morrerem mais uns pobres periféricos que entram nessas ‘organizadas’ para extravasar uma rebeldia oca. Triste mundo onde a morte virou banal e a vida algo sem relevância!”.
Nota do escriba: no jogo entre Remo e Caeté, sábado, no Mangueirão, foi respeitado um minuto de silêncio e as torcidas organizadas remistas postaram faixas em homenagem ao torcedor corintiano Rafael Merenciano, vítima de uma bomba caseira atirada por torcedores não identificados, antes de Remo x Corinthians, pela Copa do Brasil.
Caso Juninho revela o caos reinante na Tuna
Sob nenhuma hipótese, um clube tradicional e com ambições dentro de sua competição mais importante pode cometer tantos erros quanto a Tuna no caso do meia Juninho, seu melhor jogador na temporada e que acabou liberado para o PSC após o fim do contrato.
Se não confiava em suas próprias forças dentro do campeonato, a diretoria deveria pelo menos preservar um atleta valioso. Juninho merecia pelo menos ter o contratado estendido até o final do Parazão.
Formado nas divisões de base da Desportiva Paraense, Juninho defendeu São Francisco, Castanhal, Caeté e Tapajós. Em 2021, contribuiu muito para a conquista do Amazônia Independente na Série B do Parazão.
Desembarcou no Souza em 2022 para a campanha no Brasileiro da Série D. Depois disso, foi jogar pelo São Raimundo na Segundinha e ainda passou pelo Chapadinha (MA).
Tudo bem que o jogador não estava preso à Tuna, mas um clube de futebol deve zelar pelos seus bons valores e se manter atento à agenda das competições. Isso impediria o vexame de perder um atleta importante em meio à decisão de uma vaga nas semifinais.
O jogador teve o contrato finalizado ontem e, depois do clássico com o PSC no domingo, confirmou a negociação com os bicolores. Não joga mais pela Tuna e já vai se apresentar na Curuzu nesta semana.
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