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OPINIÃO

Gerson: Clube do Remo afunda com derrota dentro de casa

Em casa, esperava-se que o Leão fizesse o mesmo com o Botafogo, sufocando desde o início. Aconteceu o contrário e o gol sofrido no final foi um castigo pelos erros acumulados nos 90 minutos.

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Imagem ilustrativa da notícia Gerson: Clube do Remo afunda com derrota dentro de casa camera Meia Pablo Roberto não esteve em noite inspirada com a camisa 8 do Leão | Samara Miranda, ascom Remo

O que era um cenário preocupante, após a derrota na estreia, virou situação crítica. O Remo perdeu para o Botafogo-PB a segunda partida no Brasileiro da Série C. Envolvido pela troca de passes e a marcação adiantada que o visitante impôs até metade do primeiro tempo, o Leão sofreu o gol e foi buscar o empate. No 2º tempo, depois de botar pressão até os 30 minutos, a defesa vacilou e permitiu que o adversário chegasse ao gol.

Mais do que ser derrotado em casa, o dado que inquieta no Remo é a perda do sentido de organização. Aquele time que executava um sistema de jogo bem ajustado, no Campeonato Paraense e na Copa do Brasil, perdeu completamente o rumo dentro da Série C.

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Ontem à noite, no Mangueirão, o Remo começou melhor, criou uma boa chance com Jean Silva, mas aos poucos foi se deixando dominar pela marcação firme do Botafogo. Por quase meia hora, o time de Marcelo Cabo ficou praticamente sem jogar, contido pela marcação adiantada do Belo, que não cedia espaços a partir do meio-de-campo.

Mais tranquila, a equipe paraibana trocava passes à vontade, de uma intermediária a outra, ante a passividade dos azulinos. Como resultado direto dessa letargia, o Botafogo acabou chegando ao gol em cobrança de escanteio. A defesa remista falhou, como em todos os jogos recentes, não se antecipando ao cabeceio de Natan Costa no primeiro pau, aos 20’.

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Só então o Remo saiu da acomodação. Trocou as bolas longas e forçadas por passes entre Pablo Roberto e Richard Franco, aproximando-se mais de Muriqui e Silva. Com um mínimo de esforço, ocupando espaço no ataque, o empate veio nos minutos finais, em rápida troca de passes. Muriqui encobriu o goleiro Mota e igualou tudo, aos 44’.

O gol reabriu as esperanças azulinas e o Remo voltou do intervalo com mudança. Álvaro substituiu Richard Franco, posicionando-se como ponta-direita. Correu muito, acertou um chute cruzado que quase enganou o goleiro, e contribuiu para pressionar a zaga do Botafogo.

O problema é que peças importantes, como Muriqui e Pablo, pouco participavam das articulações ofensivas. Como o tempo passava e o gol não saía, Cabo trocou Bochecha, Kevin e Jean Silva por Fabinho, Leonan e Ronald. Aí o time passou a correr mais, embora errando muito no penúltimo passe. O cerco à área do Belo resultou inócuo.

Para piorar, num dos raros ataques na etapa final, o Botafogo chegou à vitória em lance rápido com Tiago Reis finalizando antes da chegada de Ícaro e sem chances para Vinícius, aos 38’. Atrapalhado, Cabo ainda trocou Ícaro por Diego Tavares, completando o show de horrores.

Além da já citada desorganização tática, o time sucumbe aos adversários porque não parece ter o mesmo ímpeto e disposição para buscar o gol. Os minutos iniciais expuseram o problema, que já havia se manifestado na estreia contra o São Bernardo, quando o Remo foi massacrado nos primeiros 10 minutos.

Planejamento errado e equívocos na escalação

O planejamento do Remo para o jogo contra o Botafogo começou errado desde a escolha do local. A partida era mais indicada para o Baenão, com apoio próximo da torcida, e não no estádio neutro que é o Mangueirão. A diretoria confiou que viria de São Bernardo com a vitória, por isso manteve teimosamente o Mangueirão como palco do confronto.

Com isso, não teve a renda esperada e nem criou um clima de caldeirão. O adversário fez antijogo à vontade no Mangueirão, sob a complacência do árbitro gaúcho – que deu 10 minutos de acréscimos, depois de cinco atendimentos a jogadores do Botafogo, quedas “técnicas” do goleiro Mota, nove substituições e uma parada médica.

Quanto àquele time que o Remo tinha até o começo da Série C e parece ter perdido pelo caminho, fica a sensação de que há uma pressa em escalar jogadores recém-contratados, mesmo que estejam inativos há muito tempo, como Gustavo Bochecha, que não jogava desde fevereiro.

A perda de conjunto chega junto com a ausência cada vez mais acentuada de gana, disposição e empenho em buscar as vitórias. O Remo entra em campo já sem pressa, à espera de que uma suposta superioridade prevaleça. Como se sabe, a arrogância é fiel aliada do vexame.

Foi desse jeito que Marcelo Cabo perdeu para Márcio Fernandes a disputa da semifinal da Copa Verde. Ontem, a história se repetiu. O Belo se agigantou nos momentos certos, um esforço suficiente para vencer.

A escalação e as trocas continuam a ser um fator de complicação. Kevin era para ter saído ainda no 1º tempo. Não conseguia correr e perdia bolas seguidas. Bochecha está visivelmente sem condições. E, na hora do desespero, entrou Diego Tavares, que errou todas as tentativas de passe e chute. Algo está fora de ordem no Leão.

Papão encara o Figueirense mirando a liderança

Na estreia do técnico Marquinhos Santos, o PSC enfrenta o Figueirense hoje à noite, em Florianópolis, praticamente com a mesma formação que superou a Aparecidense na estreia. Além da motivação natural pela presença do novo treinador, o time vive um momento de alto astral, recuperando-se da queda na semifinal do Parazão.

Com opções para o ataque, Marquinhos deve preservar o esquema 4-4-2, com Bruno Alves (foto) e Mário Sérgio na frente, sendo que Vinícius Leite fica na função de quarto homem, integrando-se ao ataque quando necessário e voltando para recompor quando o time perder a posse da bola.

Depois dos erros diante da Aparecidense, a expectativa é de que o time evolua e consiga fazer frente ao Figueira dentro de seus domínios.

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