E não teve nem dó, nem piedade. Meteu 5 a 0 no Paysandu e poderia tranquilamente ter feito mais dois ou três gols. A goleada, a maior do atual Campeonato Brasileiro da Série C, foi reveladora da diferença técnica entre os dois times no confronto de ontem à noite, no Colosso da Lagoa, em Erechim (RS).
Que a partida representava um difícil desafio para o PSC, não havia dúvida, principalmente levando em conta os dois primeiros jogos dos bicolores na competição. Contra a Aparecidense ganhou por acidente (e erro de arbitragem) e diante do Figueirense foi um time pouco mais que esforçado.
Técnico do Paysandu pede desculpas e garante "mudanças"
O Ypiranga, que fez um excelente Campeonato Gaúcho e boas apresentações na Copa do Brasil, está invicto na Série e a atuação de ontem explica a boa campanha. Ainda jogando à moda antiga no ataque, com uma dupla de dianteiros bem afiada – Erick Farias e William Barbio – o time se movimenta pelo campo todo, trocando passes em velocidade.
Não muda nunca essa dinâmica. Foi assim que envolveu completamente o PSC desde os primeiros minutos. O gol parecia uma questão de tempo, tal a facilidade com que os atacantes do Ypiranga entravam na área paraense.
A partida até teve um início lento, mas, aos poucos, o anfitrião começou a se soltar. Aos 13 minutos, William Barbio chutou da entrada da área e Thiago Coelho fez boa intervenção. O Ypiranga chegava sempre às proximidades da área do PSC com quatro e até cinco jogadores.
Paysandu é humilhado para o Ypiranga e vira piada em Erechim
Por seu turno, o Papão levava muito mais tempo para conseguir passar da linha do meio-campo. Mário Sérgio e Bruno Alves voltavam até o campo de defesa para buscar jogadas. Na frente, apenas cruzamentos esparsos, sem levar qualquer perigo.
Aos 28’, o zagueiro Genilson subiu se apoiando nas costas de William Barbio e o árbitro marcou a falta. Na cobrança do pênalti, o artilheiro Erick Farias abriu o marcador. O gol desnorteou ainda mais o Papão, que cometeu seguidos erros na saída de bola. Aos 42’, Barbio teve excelente chance de fazer o segundo, mas Thiago Coelho evitou o gol.
No melhor momento do PSC no ataque, já nos acréscimos, o lateral esquerdo Igor Fernandes foi lançado por Vinícius Leite, deu um giro sobre a marcação e chutou com extremo perigo.
Nem bem o segundo tempo começou, o lateral direito Edilson recebeu o segundo cartão amarelo e foi excluído da partida. Foi a terceira expulsão do PSC em três jogos – Jacy Maranhão e Kelvi foram expulsos contra o Figueirense.
Na sequência, João Pedro encaixou um belo disparo de fora da área, Thiago Coelho pulou com atraso e o Ypiranga marcou um golaço. Menos de dois minutos, William Barbio fez o terceiro em rápida troca de passes dentro da área do PSC. A zaga estava completamente atordoada.
O quarto gol aconteceu aos 16 minutos, novamente com William Barbio, com extrema facilidade. Sem forçar muito, o Ypiranga ficou tocando bola e botando o PSC na roda. Ainda houve tempo para o artilheiro Erick Farias anotar seu segundo gol na noite, fechando o placar em 5 a 0.
A partir daí, inferiorizado técnica e numericamente, o PSC procurou se fechar para não tomar mais gols. O constrangimento foi ainda maior pelos gestos do técnico Marquinhos Santos orientando o time a não avançar mais. Fazia muito tempo que o Papão não sofria uma humilhação tão séria dentro do Campeonato Brasileiro.
Maratona de jogos espera pelo Papão até o fim de maio
Com a confirmação pela CBF das datas da final da Copa Verde 2023, o PSC ganha um calendário apertadíssimo nas próximas semanas, com provável impacto na campanha da equipe no Brasileiro da Série C. Além disso, o time terá que participar da decisão do 3º lugar do Parazão, já a partir deste domingo, contra o Cametá, no Parque do Bacurau.
A CBF marcou os dois jogos da decisão da Copa Verde, entre PSC e Goiás, para os dias 17 de maio, quarta-feira da próxima semana, às 20h, no estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão), e para 31 de maio, no mesmo horário, no estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia.
Esta é a 10ª edição da Copa Verde. O PSC é o maior vencedor da competição (2016, 2018 e 2022) e luta pelo tetracampeonato. Além do título, o Papão visa também assegurar o direito de ingressar na terceira fase da Copa do Brasil 2024, com o correspondente prêmio em dinheiro.
Marquinhos Santos terá que redobrar os esforços para manter o PSC em condições de se fazer representar bem nas duas decisões, sem descuidar dos jogos pela Série C. Um desafio e tanto.
Leão se prepara em silêncio para encarar o Amazonas
O Remo estreou da pior maneira possível na Série C. Foi sufocado e perdeu para o São Bernardo, em São Paulo. Quando todo mundo esperava uma reação contundente na segunda partida, contra o Botafogo-PB, em Belém, o time sucumbiu novamente, atuando de forma descuidada e apática.
A pressão subiu de intensidade, a torcida protestou ainda no Mangueirão e o técnico Marcelo Cabo prometeu mudanças para o jogo contra o Amazonas, domingo, no estádio Baenão.
Mudar significa renascer na competição nacional. E só há um meio de demonstrar que o time está de fato focado na disputa: vencendo a equipe amazonense de maneira convincente. O torcedor, que ainda não aceitou a eliminação na Copa Verde, não aceitará um novo tropeço.
O elenco está sob desconfiança. Até jogadores importantes, como Pablo Roberto e Richard Franco, têm sua titularidade questionada após as apresentações nas duas rodadas do campeonato. É provável que Cabo mexa no time justamente no meio-de-campo, setor que não funcionou até agora.
Matheus Galdezani e Álvaro têm boas possibilidades de entrar de cara diante do Amazonas, numa configuração que mantém o sistema 4-4-2.
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