O chefe da Olimpíada de Tóquio, Yoshiro Mori, pediu desculpas nesta quinta-feira (4) por dizer que as mulheres falam demais, mas disse que não renunciará. Os comentários, considerados sexistas, desencadearam uma avalanche de críticas nas redes sociais e criaram o risco de contaminar a opinião pública em relação aos Jogos.

Chefe dos Jogos de Tóquio sugere 'limitar falas de mulheres' em encontros

Mori, de 83 anos, se retratou em uma coletiva de imprensa convocada às pressas, mas, quando foi pressionado a dizer se realmente acha que as mulheres falam demais, respondeu: "Não ouço mulheres tanto ultimamente, então não sei".

A hashtag "Mori, por favor renuncie" estava em alta no Twitter japonês nesta quinta-feira (4), e alguns usuários da plataforma estavam pedindo que os patrocinadores pressionassem o comitê organizador de Tóquio a retirar Mori do cargo principal.

Mori, cujo mandato como primeiro-ministro foi marcado por uma série de gafes e erros grosseiros, fez os comentários durante uma reunião do conselho diretor do Comitê Olímpico Japonês (COJ).

"Se aumentarmos o número de membros femininos do conselho, temos que fazer com que seu tempo de fala seja restrito de alguma maneira, elas têm dificuldade de finalizar, o que é irritante", disse Mori, de acordo com a mídia local. "Temos cerca de sete mulheres no comitê organizador, mas todas sabem seu lugar."

Em 2019, o COJ acertou a meta de ter mais de 40% de membros femininos no conselho, mas só há cinco mulheres entre seus 24 integrantes.

Foto: Markos Chouzouris/Fotos Públicas

MAIS ACESSADAS