É fato que os esforços da emissora de televisão detentora dos direitos de transmissão dos jogos olímpicos de Tokyo 2020 no Brasil são louváveis, há de se reconhecer. A cobertura jornalística é de grande valia e, acima de tudo, extremamente profissional, porém não suficiente para abranger a grandiosidade do evento.
A importância da maior competição esportiva do planeta é tão imensa que não cabe em apenas um canal de TV.
Mesmo com o suporte da internet, dos canais por assinatura e todos os veículos do grupo de comunicação, não é suficiente para se informar como deveria. Afinal, os interesses do público não se resumem apenas às modalidades onde há brasileiros em disputa. Esse interesse vai bem mais longe e só uma tela acaba deixando a desejar.
Um exemplo é a falha na transmissão de modalidades sem a presença do Brasil, como o basquete, por exemplo, onde os amantes de um dos esportes mais populares do mundo estão órfãos da genialidade dos ídolos da NBA. O que dizer de partidas daqueles que interessam diretamente aos brasileiros, como os rivais do vôlei ou do futebol? As citações durante as transmissões não são suficientes e assim todos perdem.
A quantidade de atletas, de disputas e de medalhas é imensa e a cobertura imprecisa. Para o futuro a situação deve se complicar ainda mais já que outras modalidades chegam e se popularizam obrigando a quem transmite uma demanda maior por espaços. Atualmente quem está diante de uma competição e outra precisa ser exibida acaba tendo de esperar o retorno isso se der tempo.
Não que isso seja culpa da emissora, mas talvez de um sistema advindo do próprio Comitê Olímpico Internacional (COI), que depois de Londres 2012, abriu espaço a quem quisesse na Rio 2016 e retornou com o monopólio das transmissões na Tokyo 2020, o que pode ir até 2032 caso nenhuma concorrente requeira os direitos junto à emissora oficial.
Somando-se a busca por mais informações é preciso reconhecer que se vemos dificuldades impostas a estudantes nos acessos a aulas remotas no periodo tão difícil da crise econômica e sanitária causada pela pandemia na internet, com certeza são maiores para quem tem interesse em ver um vídeo disponibilizado apenas a assinantes.
Tão importante quanto a competição é o acesso que todos poderiam ter se houvesse uma democratização dessa cobertura em mais meios de comunicação como a sempre gratuita e necessária TV aberta.
Kleberson Santos é jornalista e coordenador de conteúdo do DOL.
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