A Uefa (União Europeia de Futebol) contra-atacou em sua batalha para evitar que a Fifa consiga tirar do papel o projeto de uma Copa do Mundo a cada dois anos. Movimentações da entidade europeia nas últimas semanas, algumas em conjunto com a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), minaram ações do presidente da federação internacional, Gianni Infantino, que tem viajado o mundo buscando apoio das associações nacionais. Na articulação mais ousada, a Uefa apresentou à Conmebol um plano de incluir países sul-americanos na Liga das Nações, o torneio de seleções criado pela união europeia em 2018 para que seus filiados tenham uma competição oficial durante período das datas Fifaem que ocorriam apenas amistosos — o que agradou à confederação sul-americana. A informação foi revelada pelo jornal italiano Gazzetta dello Sport e confirmada pela coluna.
O movimento da Uefa mira principalmente Brasil e Argentina, países que têm sido cortejados pela Fifa para apoiar a Copa bienal. CBF e AFA têm tido dificuldade em marcar amistosos contra rivais europeus, algo essencial na preparação para uma Copa do Mundo, e teriam na Liga das Nações combinada a chance de encarar fortes adversários do Velho Continente.
Ainda crua, a ideia seria que os quatro melhores da Liga das Nações europeia ou da Euro e os quatro primeiros da Copa América jogassem um torneio, com regulamento a definir (provavelmente dois grupos de quatro, semifinais e final). Isso ocorreria a cada quatro anos.
Uefa e Conmebol abriram recentemente um escritório conjunto em Londres para trabalhar projetos comerciais e de torneios. O primeiro a sair do papel será o confronto entre os campeões da Euro e da Copa América de 2021, Itália e Argentina, em junho de 2022, provavelmente no estádio de Wembley, em Londres. Seria o embrião de uma futura Liga das Nações.
O escritório também deve reorganizar a Copa Intercontinental, o confronto entre clubes dos dois continentes, realizado de 1960 a 2004 — e pode ser turbinado com mais de dois participantes.
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