Faltam 153 dias para a Copa do Mundo do Catar, que inicia em 21 de novembro, mas, desde já, o torneio organizado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) tem colecionado polêmicas, principalmente em torno das severas restrições impostas pelas tradições do país árabe.
Recentemente, autoridades do Reino Unido tem relatado certo desconforto sobre a possibilidade de torcedores britânicos enfrentarem penalidade severas por fazer "coisas cotidianas aceitas" durante e depois dos jogos da Copa do Catar, como sexo casual, o que pode levar os envolvidos a, até, sete anos de prisão.
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"O sexo está muito fora do cardápio, a menos que você venha como marido e mulher. Definitivamente, não haverá sexo casual neste torneio", disse uma fonte policial ao jornal britânico "Daily Star", que ilustrou uma reportagem com uma foto produzida mostrando uma "torcedora brasileira" na cama com um "inglês".
"Na verdade, não haverá festa alguma. Todo mundo precisa manter a cabeça no lugar, a menos que queiram correr o risco de ficar presos. Existe essencialmente uma proibição de sexo na Copa do Mundo deste ano pela primeira vez. Os torcedores precisam estar preparados", acrescentou a fonte.
Sexo fora do casamento e homossexualidade são ilegais no Catar, e cada um deles acarreta uma pena de prisão de até sete anos. A Fifa vem se posicionando de forma a respeitar os costumes cataris.
"A cultura da bebida e da festa após os jogos, que é a norma na maioria dos lugares, é estritamente proibida. Com consequências muito rígidas e assustadoras se você for pego. Há uma sensação de que este pode ser um torneio muito ruim para os torcedores", continuou o policial.
RESTRIÇÕES
Nasser al-Khater, executivo-chefe da Copa do Mundo FIFA 2022, segue a mesma linha. "A segurança de cada torcedor é de extrema importância para nós. Mas demonstrações públicas de afeto são desaprovadas, não faz parte da nossa cultura e isso vale para todos."
O Comitê Supremo do Catar para a Copa do Mundo de 2022 também alertou sobre as leis rígidas em vigor. Em um comunicado, o órgão afirmou que "o Catar é um país conservador e demonstrações públicas de afeto são desaprovadas, independentemente da orientação sexual".
Mansoor Al Ansari, secretário-geral da Associação de Futebol do Catar, disse que está considerando a proibição de bandeiras de arco-íris nos jogos. "Você quer demonstrar sua visão sobre o LGBTQIAP+, então demonstre-a em uma sociedade onde ela será aceita", completou ele.
A polêmica já teve o posicionamento de algumas celebridades, incluindo a cantora brasileira Anitta. Ela fez duras críticas à cultura anti-LGBTQIAP+ no Catar, citando que mulheres sequer podem frequentar estádios no país do Oriente Médio.
"O povo comentando 'respeita a cultura dos outros', mas que cultura gente? Discriminar os outros é parte de cultura agora?", disse ela.
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