Principal revelação das categorias de base do Flamengo nos últimos tempos, Vinícius Júnior só é hoje jogador do Real Madrid, favorito ao título do Mundial de Clubes da Fifa, por causa de Neymar.
É isso mesmo: o camisa 10 da seleção na última Copa teve um papel determinante na decisão de contratar o atacante brasileiro do clube espanhol, que enfrenta o Al-Ahly, do Egito, a partir das 16h (de Brasília), por vaga na final do torneio da Fifa.
O Real só aceitou o risco de pagar 45 milhões de euros (R$ 250 milhões, na cotação atual) por um adolescente que ainda nem havia estreado como profissional no Flamengo e sequer tinha idade para se transferir imediatamente para a Espanha por causa de uma mudança na forma de enxergar futebol de sua diretoria. E essa mudança atende pelo nome de Neymar.
Foi quando não conseguiu contratar o ainda jovem brasileiro que se destacava no Santos e o viu rumar para o arquirrival Barcelona que o comando técnico do Real tomou uma decisão: a partir daquele momento, não mediria mais esforços para levar o quanto antes ao Santiago Bernabéu qualquer jogador identificado como candidato a futuro craque global.
A ideia, que norteia até hoje a política de contratações do clube espanhol, é impedir que esses atletas com potencial para ganhar prêmios de melhor do mundo cheguem a alguma equipe do topo da pirâmide do futebol (como Barça, Bayern de Munique, Manchester City, Liverpool e Paris Saint-Germain, por exemplo), de onde é praticamente impossível tirá-los.
Foi por isso que, quatro anos após a ida de Neymar para a Catalunha, o Real fechou um acordo milionário com o Flamengo para ter Vinícius Júnior. É também por essa razão que a equipe não economizou para ter Rodrygo, Eduardo Camavinga e Aurélien Tchouaméni e para assegurar, no próximo ano, a chegada de Endrick.
Em um primeiro momento, o alto valor investido em Vini não foi bem digerido pela imprensa e por torcedores merengues, que passaram anos criticando o que seria o "lento desenvolvimento" do jogador.
Mas o dono da camisa 20 explodiu na temporada passada e foi um dos protagonistas do time que conquistou o título da Liga dos Campeões da Europa e a consequente vaga para a disputa do Mundial de Clubes.
Em 2022/23, com os consecutivos problemas físicos enfrentados por Karim Benzema, o brasileiro se tornou ainda mais essencial para o Real.
Mesmo perseguido por torcedores adversários e tendo de lidar com seguidos casos de ofensas raciais, o jogador de 22 anos divide com Benzema o posto de artilheiro da equipe (cada um marcou 13 vezes) e com Rodrygo a liderança no ranking de assistências (seis passes para gol distribuídos por eles).
Normalmente disputado em dezembro, o Mundial de Clubes precisou ser adiado para fevereiro por causa da disputa da Copa, no fim do ano passado. Por diferentes motivos, esta é a terceira edição consecutiva do torneio que tem de ser postergada para o começo do ano seguinte.
O Real é o maior vencedor da história da competição da Fifa, com quatro títulos (2014, 2016, 2017 e 2018). Os merengues ganharam ainda três taças da antiga Copa Intercontinental, que também tinha status de Mundial apesar de reunir somente os campeões de Europa e América do Sul: 1960, 1998 e 2002.
A decisão do torneio que define o melhor time de futebol do planeta será disputada no sábado e colocará o vencedor do confronto entre o gigante espanhol e o Al Ahly frente ao saudita Al-Hilal, que eliminou o Flamengo na semifinal de ontem.
As nove edições mais recentes do Mundial foram vencidas pelo representante da Europa. A última vez que o troféu foi para um outro continente foi em 2012, quando o Corinthians desbancou o favoritismo do Chelsea.
E MAIS
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar