plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
ZEBRAS E SURPRESAS

Oitavas da Copa expõe nova ordem do futebol feminino

O torneio sediado por Austrália e Nova Zelândia está sendo marcado por alguns resultados supreendentes. Após a fase de grupos, o chaveamento do mata-mata garantiu que ao menos uma das finalistas será uma seleção que jamais chegou tão longe.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Oitavas da Copa expõe nova ordem do futebol feminino camera Logo em sua estreia em Mundiais, a seleção feminina do Marrocos conquistou uma vaga nas oitavas de final do torneio, eliminando a bicampeã Alemanha. | Divulgação/CAFOnline

Com a liberdade de quem não tinha nada a perder, o técnico francês Reynald Pedros deu de ombros com a pergunta de como encararia o desafio de se classificar no Mundial feminino. "Você sempre tem de levar em conta a possibilidade de uma mágica na Copa", respondeu.

O Marrocos, sua equipe, estreante no torneio, havia perdido por 6 a 0 na primeira rodada diante da bicampeã Alemanha, uma das favoritas a um novo título.

LEIA TAMBÉM:

Bicampeã mundial, Alemanha é eliminada na 1ª fase da Copa

Marta vê renovação da seleção encaminhada após Copa

Pouco mais de uma semana depois, as marroquinas se classificaram para as oitavas de final, nesta quinta-feira (3), ao derrotar a Colômbia por 1 a 0. As alemãs, por empatarem em 1 a 1 com a Coreia do Sul, ficaram pelo caminho.

Poucos minutos após a eliminação brasileira contra a Jamaica, Marta constatou que há uma nova ordem no futebol feminino.

"As coisas não acontecem de um dia para o outro. A gente está vendo aqui seleções que vinham para a Copa do Mundo e tomavam de sete, oito, dez, hoje jogam igual para igual com as grandes. Isso mostra que o futebol feminino está crescendo, isso mostra que o futebol feminino é um produto que dá lucro, que dá prazer de assistir", discursou a camisa 10 que, aos 37 anos, disputou seu último Mundial.

O torneio sediado por Austrália e Nova Zelândia está aberto a surpresas. Na final está garantida uma equipe que jamais chegou tão longe.

Na configuração das fases eliminatórias, todas as seleções campeãs no passado estão em um lado da chave: Japão (vencedor em 2011) enfrenta a Noruega (1995). Quem passar, vai pegar nas quartas Estados Unidos (1991, 1999, 2015 e 2019) ou Suécia (segunda em 2003).

A partida entre norueguesas e japonesas será a segunda vez que duas ex-ganhadoras jogam na primeira fase eliminatória do torneio. Não acontece desde 2003, quando a mesma Noruega teve pela frente os Estados Unidos.

Entre os times que no passado chegaram à decisão, a Holanda (vice em 2019) terá pela frente a África do Sul. O adversário seguinte será Espanha ou Suíça.

JAMAICA SURPREENDENTE

É oportunidade para Inglaterra, Nigéria, Austrália, Dinamarca, França, Marrocos, Colômbia e Jamaica, que estão do outro lado da chave e nunca foram finalistas.

Depois de ter perdido os três jogos na 1ª fase do Mundial de 2019, a Jamaica conseguiu a inédita passagem para as oitavas em 2023, eliminando o Brasil.
📷 Depois de ter perdido os três jogos na 1ª fase do Mundial de 2019, a Jamaica conseguiu a inédita passagem para as oitavas em 2023, eliminando o Brasil. |Divulgação/Fifa

"Em 2019 [quando disputaram a primeira vez o torneio], não esperávamos estar na Copa do Mundo. A seleção era nova e foi um susto chegar lá. Éramos muito jovens e estávamos felizes. Agora não pensamos que íamos apenas vir aqui e tudo bem. Desde o primeiro dia o pensamento era a classificação no grupo, por mais que nos dissessem ser impossível", discursou Lorne Donaldson, treinador da Jamaica.

A seleção, que conta com vaquinhas virtuais para preencher lacunas deixadas pela falta de apoio da federação do país, não sofreu gol em nenhuma das três partidas da fase de grupos. O empate em 0 a 0 com o Brasil o levou para o mata-mata em sua segunda participação na competição.

A Jamaica passou de perder seus três jogos em 2019 a ser uma das surpresas do Mundial.

EVOLUÇÃO AFRICANA

Em uma Copa que muda o cenário do futebol feminino, as três equipes africanas se classificaram. Entre as sul-americanas, Brasil e Argentina (as únicas a terem conquistado título da Copa América) voltaram para casa mais cedo. Apenas a Colômbia obteve a vaga.

"Elas já mostraram que nada pode detê-las se colocarem na cabeça que é possível e jogarem umas pelas outras", disse a técnica sul-africana Desire Ellis diante da perspectiva de jogar contra a Holanda.

As zebras foram às oitavas deixando para trás adversárias que, antes de chegarem à Austrália e Nova Zelândia, estavam entre as candidatas a ficarem com o troféu ou eram consideradas mais tradicionais. A Nigéria avançou e eliminou o Canadá, campeão olímpico em 2021. A Jamaica fez o Brasil deixar a competição. Marrocos ficou à frente da Alemanha, e a África do Sul eliminou a Itália.

Mesmo algumas que não passaram pela fase inicial tiveram muito o que celebrar. O Panamá, que jamais havia atuado no Mundial mas marcou três gols na França.

"Eu queria que minha mãe estivesse aqui porque o maior sonho dela era ver a filha jogando uma Copa do Mundo", disse a meia panamenha Marta Cox, autora de um golaço de falta contra as europeias.

Assim como aconteceu com o masculino, o feminino também viu aumento no número de seleções. No primeiro torneio, em 1991, foram 12. Neste ano, pela primeira vez são 32.

NOVA GEOGRAFIA DO MUNDIAL

Há 22 anos, 62% das equipes que foram às fases eliminatória (na época, as quartas de final), eram europeias. Neste ano, com 16 classificadas para as oitavas, 50% são do Velho Continente.

A porcentagem por região não mudou de maneira significativa em relação às últimas Copas a não ser nos africanos, que jamais haviam colocado três seleções no mata-mata (veja lista abaixo). A relação de forças sofreu alteração nos países que avançaram.

Quando a América do Sul, por exemplo, teve seleções nas fases eliminatória, quase nunca foi mais de uma (a exceção aconteceu em 2015) e sempre era o Brasil. Isso mudou agora. Quem avançou foi a Colômbia.

Desde a expansão no número de times e a criação das oitavas de final, em 2015, a Concacaf (que reúne América do Norte, Central e Caribe) teve duas classificadas. Costumavam ser Estados Unidos e Canadá. Desta vez as jamaicanas se juntam às norte-americanas.

*CLASSIFICADAS PARA AS FASES ELIMINATÓRIAS DA COPA POR CONTINENTE

1991 – 8 países

Europa: 5

Ásia: 2

Concacaf: 1

1995 - 8

Europa: 5

Ásia: 2

Concacaf: 1

1999 – 8

Europa: 4

Ásia: 1

América do Sul: 1

África: 1

Concacaf: 1

2003 - 8

Europa: 4

Concacaf: 2

Ásia: 1

América do Sul: 1

2007 - 8

Europa: 3

Ásia: 2

América do Sul: 1

América do Norte/Central: 1

Oceania: 1

2011 - 8

Europa: 4

Ásia: 1

América do Sul: 1

Concacaf : 1

Oceania: 1

2015 - 16 seleções

Europa: 7

Ásia: 3

América do Sul: 2

Concacaf: 2

África: 1

Oceania: 1

2019 - 16

Europa: 8

Ásia: 2

África: 2

Concacaf: 2

América do Sul: 1

Oceania: 1

2023 - 16

Europa: 8

África: 3

Ásia: 1

Concacaf: 2

América do Sul: 1

Oceania: 1

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Mundo

    Leia mais notícias de Mundo. Clique aqui!

    Últimas Notícias