Imane Khelif, boxeadora argelina, tem enfrentado uma onda de ataques e desinformação, principalmente de bolsonaristas, após ser reprovada em um teste de elegibilidade realizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA). Khelif não é uma mulher trans, como alegado por seus detratores, mas nasceu no sexo feminino e possui uma mutação genética que afeta seus cromossomos.
Normalmente, mulheres têm um par de cromossomos XX e homens têm cromossomos XY. No entanto, algumas mulheres podem nascer com cromossomos XY devido a uma mutação genética. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é conhecida como diferença de desenvolvimento sexual (DDS) e apresenta diversas formas. No caso de Khelif, essa mutação levou à sua desqualificação pela IBA, embora o Comitê Olímpico Internacional (COI) não reconheça os exames da IBA.
CONTEÚDO RELACIONADO
- É prata! Rebeca Andrade conquista medalha na ginástica
- Weston Webb derruba melhor do mundo e avança no surfe
- “Não quero mais enfrentar ela”, diz Biles ao exaltar Rebeca Andrade
Na Argélia, onde Khelif representa sua nação, a identidade transgênero é proibida, e a mudança de gênero ou sexo em documentos de identidade, bem como tratamentos médicos para transição de gênero, não são permitidos.
Quer saber mais notícias das Olimpíadas? Acesse nosso canal no WhatsApp.
Uma imagem de Khelif quando criança, apresentada por ela em uma entrevista no YouTube, também foi amplamente compartilhada nas redes sociais em meio aos ataques. Em resposta às críticas, o Comitê Olímpico argelino condenou os ataques "maliciosos e antiéticos" dirigidos à boxeadora e garantiu que todas as medidas necessárias foram tomadas para protegê-la.
A boxeadora chinesa Lin Yu-Ting, que enfrenta uma situação semelhante à de Khelif, também recebeu apoio de seu país. O porta-voz do presidente taiwanês elogiou a determinação de Lin, que está sendo questionada sobre sua elegibilidade devido a questões semelhantes.
Os ataques contra Khelif se intensificaram após sua rápida vitória sobre a italiana Angela Carini, que durou apenas 46 segundos. No entanto, Carini esclareceu que a derrota se deu devido a uma lesão no nariz, o que limitou suas chances na competição, independentemente da adversária. "Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora", explicou Carini, que deixou a luta com o coração partido, mas de cabeça erguida.
VEJA MAIS:
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar