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PRIMEIRO CONTATO

Como foi o teste de Gabriel Bortoleto com a Sauber?

Piloto brasileiro Gabriel Bortoleto teve primeiro contato com o carro da Sauber, equipe que irá pilotar na temporada 2025 da F1

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Imagem ilustrativa da notícia Como foi o teste de Gabriel Bortoleto com a Sauber? camera Brasileiro sentiu diferenças para um carro de F1, que tem suas particularidades | Luca Bassani / Instagram Gabriel Bortoleto

O brasileiro Gabriel Bortoleto fez nesta terça-feira (10) na pista de Abu Dhabi seu primeiro teste com a equipe pela qual vai correr na Fórmula 1 no ano que vem, a Sauber. Ele participou de um teste coletivo em Abu Dhabi e ficou em 18º lugar naquela que foi somente sua segunda experiência com um carro de Fórmula 1 e a primeira vez que ele dividiu a pista com outros pilotos. Então é claro que o mais importante é o número de voltas dado por ele: 130.

É claro que o cansaço físico e mental era evidente quando ele saiu do carro, e depois ainda teve uma reunião de mais de 1h30 com a equipe. "Estou cansado e minha cabeça está explodindo", disse Bortoleto em entrevista exclusiva ao UOL Esporte. "Eu acho que eu preciso de uns dias em casa para descansar. Coisa que eu não vou ter porque eu já estou indo para o simulador agora. Mas estou bem feliz".

CONQUISTANDO A EQUIPE

A Sauber deu acesso ao UOL Esporte para a garagem, e foi possível escutar a comunicação de Bortoleto com a equipe. Ele parecia bastante seguro no período da tarde, após pedir ajuda logo no início com alguns procedimentos que tinha que fazer no carro.

O carro de F1 é muito mais complexo do que Bortoleto está acostumado na Fórmula 2, com muitas variáveis que o piloto tem que controlar desde dentro do carro por meio de botões no volante, então isso faz parte do aprendizado. Mas o que chamou a atenção foi a educação de Gabriel quando se comunicava.

E isso é algo que se ouve vindo de vários membros do time. O chefe Mattia Binotto estava acompanhando tudo de perto e está encantado com o brasileiro, muito impressionado com a postura que tem demonstrado até aqui. E os engenheiros destacam o número de perguntas que o piloto, que ficou por mais tempo na reunião pós-teste que o companheiro Nico Hulkenberg, faz.

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Bortoleto já tinha passado boa parte da segunda-feira se reunindo com os engenheiros para conhecer melhor a equipe e os procedimentos, e chegou cedo para o teste nesta terça. Estava claramente apreensivo, mas foi ganhando confiança à medida que completou mais e mais voltas.

UM MILÍMETRO E MEIO MUDOU REAÇÃO DO CARRO

Ouvir o rádio também dá a chance de entender com exatidão como cada parâmetro do carro pode fazer muita diferença. Em determinado momento, os engenheiros ordenaram que a altura do carro fosse levantada em um milímetro e meio e a pressão dos pneus aumentasse em 2psi. Também deram a Bortoleto pneu novo, um modo de motor potente, e liberaram o uso de DRS.

Seria uma volta teoricamente muito rápida, mas logo o brasileiro reportou que o carro tinha começado a saltar nas retas, o que afeta bastante a performance. Isso mostra duas coisas: como é impossível tirar conclusões dos tempos de volta, já que são inúmeros parâmetros que podem afetar os carros, e como um carro de Fórmula 1 é sensível mesmo às menores alterações de configuração.

MELHOR CARRO, MAS COM LIMITAÇÕES

Para se ter ideia do salto da Fórmula 2 para a Fórmula 1, mesmo pilotando o carro que pontuou apenas uma vez nesta temporada e foi o lanterna do campeonato, o campeão da categoria de acesso disse que foi o melhor carro que ele já pilotou. Ao mesmo tempo, as limitações são tão claras que até um piloto que estava andando de Fórmula 1 pela segunda vez conseguiu perceber.

"Com certeza [é o melhor carro]. Mas conforme você vai pilotando, você vai achando os limites do carro. E lugares para melhorar. Obviamente que eu já percebi algumas coisinhas que tem que mudar. Mas estou confiante. Acho que a gente está na direção certa."

Sobre seu tempo final, Bortoleto explicou que não conseguiu tirar tudo o que podia por conta de uma bandeira vermelha acionada quando ele estava com pneus novos e macios. Naquela volta, ele vinha fazendo seus dois primeiros melhores setores do dia.

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A Sauber estava pronta para a estreia do campeão da Fórmula 2, com todo o box decorado com seu nome e a atenção aos detalhes também: apenas o time suíço coloca no chão na área de pit stop a bandeira do próprio país e do país dos pilotos titulares. E as bandeiras já estavam trocadas pela brasileira e alemã, de Nico Hulkenberg, que também fez sua estreia com a equipe.

O capacete de Bortoleto era um pouco diferente em relação ao da campanha da Fórmula 2, sem as logomarcas de seus patrocinadores e também sem o logo de Senna, que ele usa desde uma homenagem feita na época do GP de Imola deste ano. Isso foi necessário por questões contratuais, situação em que também estavam outros

O número também era diferente: 98, que é o número alocado para os pilotos de testes da Sauber. Bortoleto não vai correr com esse número e, embora cogite-se que ele escolha o 85, o qual usava no kart, isso não está confirmado oficialmente.

COMO FUNCIONAM OS TESTES DE PÓS-TEMPORADA DA F1?

Ao contrário dos testes de pré-temporada, nesta sessão de apenas um dia as equipes andam com seus dois carros, fazendo programas completamente diferentes. Isso porque um carro é dedicado ao teste de pneus de 2025 e o outro carro precisa ter um piloto que fez menos do que três GPs na Fórmula 1. Este carro anda com os pneus da temporada atual.

Ou seja, mesmo que Nico Hulkenberg, que foi o quarto, e Bortoleto estivessem andando com a mesma Sauber, não é possível traçar comparações, pois os pneus eram diferentes. E os programas também, já que um piloto estava focando no teste dos compostos e outro estava ganhando quilometragem.

Isso é importante porque, dos estreantes em 2025, ele é, de longe, quem tem menos experiência com carros de F1, e só vai voltar ao carro da Sauber no ano que vem. O plano é que ele tenha um programa de testes com o carro de 2023 em janeiro e faça o teste de pré-temporada, já com o carro de 2025, em fevereiro.

O brasileiro Felipe Drugovich também participou do teste na mesma situação de Hulkenberg e foi um dos pilotos que mais andou, com 146 voltas no total. E seu trabalho vai continuar nesta quarta-feira, pois a Aston Martin tem programada para ele uma longa sessão no simulador da equipe na Inglaterra para que ele possa fazer a correlação entre o que viu na pista e no mundo virtual.

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