
No futebol, nem sempre o que se vê em campo revela tudo o que acontece fora dele. Por trás de uma defesa sólida ou de uma sequência de bons resultados, há histórias pessoais marcadas por desafios silenciosos, dores ocultas e superações que exigem mais do que preparo físico: exigem força mental. Esse é o caso do zagueiro Joaquín Novillo, que reapareceu na sala de imprensa da Curuzu nesta quarta-feira, visivelmente emocionado por estar de volta ao time do Paysandu após um mês afastado por conta de uma concussão sofrida no clássico Re-Pa - o primeiro da decisão do Parazão 2025.
"Eu me sinto muito bem, muito feliz por voltar a jogar", declarou Novillo, relembrando o susto que levou após o choque de cabeça com o volante Jaderson, do Clube do Remo. O zagueiro contou que ficou de quatro a cinco dias completamente afastado das atividades, até retomar os treinos leves e, por fim, conseguir voltar a fazer contato com a bola. "Primeiro era bem leve e depois mais forte, até poder voltar a ter contato com a bola e poder voltar a cabecear, que era o que eu não podia fazer", explicou.
CONTEÚDO RELACIONADO
- Paysandu confirma contratação de psicóloga para a Série B
- Paysandu tem amplo domínio em seleção da rodada na Série B
- Paysandu tem um time inteiro em recuperação médica
Durante esse período longe dos gramados, o jogador argentino revelou ter enfrentado momentos difíceis: "Eu me senti mal, porque eu vinha jogando, estava bem, e estar um mês fora me doeu. Eu gosto muito de treinar, de jogar, e não poder fazer isso me doeu, mas pude superá-lo". A experiência de superação não é nova para Novillo, que no ano passado sofreu sua primeira lesão grave na carreira, ao romper o tendão de Aquiles. "Foi o ano mais difícil da minha vida. Então eu estou muito agradecido com o Paysandu, que me deu a confiança para poder jogar de novo", afirmou.
Quer mais notícias do Paysandu? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.
FATOR PSICOLÓGICO É O SEGREDO
De volta ao time titular nas últimas três partidas, o defensor tem sido peça importante no bom desempenho recente da defesa alviceleste. Nas duas últimas vitórias da equipe, o Papão não sofreu gols. Para Novillo, o segredo está no psicológico: "Está tudo na mente. Eu me preparei muito bem fisicamente, mas eu acho que o mental é fundamental e é o que mais importa."
A força mental também virou uma espécie de mantra diário no elenco bicolor: "Se você todo dia, baliza zero, baliza zero, baliza zero... com Luan, com Thalisson, com River, com PK, com Kevin, com todos que jogam na defesa... Se você fala baliza zero, o mais provável é que o jogo aconteça", explicou, mencionando o comprometimento coletivo do setor defensivo.
APROVEITAR O AMBIENTE DO CLÁSSICO
Sobre o clássico Re-Pa no qual sofreu a concussão, válido pelas finais do Parazão, Novillo reconheceu que não conseguiu aproveitar plenamente a atmosfera do jogo. No entanto, essa lacuna foi preenchida no clássico do último sábado (21), pepla Série B, que foi vencido pelo Paysandu: "Eu não pude desfrutar desse Re-Pa pelo golpe. Joguei 75 minutos e depois não pude desfrutar. Mas agora com uma vitória, é incrível", disse.
Comparando com sua experiência no futebol argentino, ele destacou o clima único do duelo paraense: "O ambiente e o clima que se vive no Re-Pa é algo único. Eu joguei clássicos na Argentina importantes, mas aqui se vive de outra forma. É muito lindo, é muito lindo."
MUDANÇA DE FOCO IMEDIATA
Apesar da importância da vitória sobre o Remo, o defensor garantiu que o elenco já virou a chave: "Nós já jogamos, já ganhamos, pronto. Ontem, quando voltamos para treinar, já não se fala mais de Re-Pa, já não se fala mais nada. Ferroviária, ganhar, para sair daqui da tabela", finalizou, mantendo o foco no próximo compromisso.
De volta aos treinos, à rotina e ao protagonismo defensivo, Joaquín Novillo representa hoje o espírito resiliente do Paysandu na Série B: corpo preparado, mente fortalecida e olhos firmes na próxima batalha.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar