
Um dos casos recentes mais chocantes de violência envolvendo futebol chegou ao fim após três dias de julgamento, anos depois do acontecido vitimar um torcedor do Paysandu.
Dez homens acusados de espancarem o torcedor em Joinville, Santa Catarina, foram condenados pela Justiça. As penas aplicadas somam mais de 100 anos de prisão, sendo a maior condenação individual de 15 anos de reclusão. O julgamento ocorreu no Fórum de Joinville entre os dias 25 e 27 de agosto de 2025, mais de três anos após o crime.
Leia também
- Empresário é apontado como líder de esquema bilionário do PCC
- Paysandu dá explicações à organizada pelo 2º dia seguido
Os réus, que aguardavam o processo em liberdade, foram encaminhados ao sistema prisional imediatamente após a condenação. O caso teve origem em 20 de fevereiro de 2022, quando um grupo de ditos torcedores do Joinville Esporte Clube se dirigiu a um bar onde estavam presentes torcedores do Paysandu e do Remo, ambos clubes paraenses.
Quer receber mais notícias do Brasil e do mundo? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!
Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os agressores ordenaram que as vítimas retirassem as camisetas de seus respectivos times.
Diante da recusa dos torcedores visitantes, iniciou-se uma violenta agressão. Conforme o MPSC, um dos torcedores do Paysandu foi brutalmente espancado "com socos, chutes e golpes na cabeça com uma barra de alumínio e uma cadeira, inclusive quando o ofendido já estava caído, desacordado".
Consequências graves
As agressões tiveram consequências significativas para a principal vítima. O torcedor do Paysandu ficou internado no hospital por 26 dias, período no qual permaneceu desacordado e entubado. O estado de saúde da vítima foi considerado grave pelos médicos que a atenderam.
Condenações por múltiplos crimes
Os dez réus foram condenados pelos seguintes crimes:
- Tentativa de homicídio;
- Associação criminosa;
- Constrangimento ilegal.
A Justiça considerou comprovada a participação de todos os acusados no episódio violento ao rejeitar as alegações de que teriam agido em legítima defesa.
Durante o processo, alguns dos acusados alegaram ter recebido mensagens informando que torcedores do Joinville estavam sendo ameaçados pelos paraenses. Segundo essa versão, ao chegarem ao local, teriam sido recebidos "com cadeiradas" pelos torcedores visitantes.
No entanto, o júri popular não acolheu essa versão dos fatos, considerando as provas apresentadas pelo Ministério Público suficientes para a condenação.
Recursos e prisão imediata
Embora os condenados tenham o direito de recorrer da decisão, eles não poderão aguardar o processo recursal em liberdade. A determinação judicial levou em conta a gravidade dos crimes e as altas penas aplicadas.
Em nota oficial, a defesa de um dos réus manifestou surpresa com a condenação, classificando o resultado como "absolutamente injusto e contrário à prova dos autos".
Os advogados argumentaram que seu cliente teria permanecido no ambiente por apenas dois minutos, "sem qualquer participação efetiva no ocorrido", e que não portava armas.
Impacto no futebol catarinense
O caso gerou repercussão significativa no cenário esportivo de Santa Catarina e nacionalmente, destacando os riscos da violência entre torcidas organizadas. A condenação serve como precedente importante para casos similares de violência no futebol brasileiro.
O Joinville Esporte Clube, fundado em 1976 e tradicional clube catarinense, não se manifestou oficialmente sobre o caso envolvendo torcedores que se identificavam com a agremiação.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar