
A reunião ordinária do Conselho Deliberativo (Condel) do Paysandu, realizada na noite desta terça-feira (30), foi marcada por um protesto de centenas de torcedores, que ocuparam a frente da sede social do clube, localizada na avenida Nazaré, em Belém. O grupo exibiu faixas e cartazes contra a atual diretoria, presidida por Roger Aguilera, e chegou a fechar parcialmente a via.
O principal ponto da reivindicação do sócio-torcedor do processo eleitoral do clube. Atualmente, apenas os sócios-proprietários têm direito a voto nas eleições presidenciais e demais decisões internas. Para os torcedores, esse modelo impede a renovação do poder dentro do Paysandu e perpetua o controle por parte de um mesmo grupo político.
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“Aqui tem pai de família que paga seu sócio todos os meses, dinheiro esse que está indo pra longe, porque a gente não tem um elenco competitivo. Cadê o dinheiro?”, questionou uma torcedora durante o ato. As críticas se estenderam também ao ex-presidente Maurício Ettinger, aliado da atual gestão, e a membros do Condel, incluindo o ex-presidente Antônio Couceiro, que participou da reunião.
“Vocês não fazem nada, estão olhando um para a cara do outro. Queremos a prestação de contas. Vocês ficam escondidos aí atrás de bandeira. Quero ver se o seu Antônio Couceiro vem encarar a torcida aqui”, disse Frederico Carvalho, que já foi diretor de futebol do Paysandu em 2012, e que atualmente é sócio e uma das lideranças do movimento.
Crise administrativa e risco alto de rebaixamento
O protesto ocorre em meio a uma grave crise financeira enfrentada pelo clube. A pauta da reunião do Condel incluía justamente a análise das contas da gestão, que tem recorrido, desde o ano passado, ao adiantamento de receitas futuras para cumprir compromissos imediatos — uma estratégia que, segundo os torcedores, compromete ainda mais o futuro do clube.
Atualmente, o Paysandu ocupa atualmente a lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro e, de acordo com estimativas recentes, tem mais de 98% de risco de rebaixamento. Até o momento, a diretoria do Paysandu não se pronunciou oficialmente sobre o protesto ou sobre a possibilidade de reformar o estatuto para ampliar a participação do sócio-torcedor nas decisões do clube.
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