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ANÁLISE

Márcio Fernandes escancara crise institucional no Paysandu

Treinador critica falta de planejamento e clima político turbulento nos bastidores da Curuzu após novo vexame na Série B

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Imagem ilustrativa da notícia Márcio Fernandes escancara crise institucional no Paysandu camera Paysandu se afunda cada vez mais na maior crise instirucional de sua história. | Mauro Ângelo/Diário do Pará

Após mais um resultado negativo na Série B, o técnico Márcio Fernandes não poupou críticas à estrutura e à condução administrativa do Paysandu. Em uma das entrevistas mais contundentes desde seu retorno ao clube, o treinador expôs o que considera os principais entraves para o time bicolor reencontrar estabilidade: a ausência de planejamento e a interferência da guerra política interna.

Logo nas primeiras respostas, Márcio foi direto ao apontar a desorganização estrutural do clube. Para ele, o Paysandu tem repetido erros de gestão que inviabilizam qualquer projeto esportivo de longo prazo.

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“Agora o clube tem que realmente começar a pensar, a se planejar para o ano que vem, porque, senão, se a gente continuar assim esperando jogos, esperando jogos, nós vamos correr atrás de novo”, alertou.

O treinador lamentou que o Paysandu tenha desmontado o elenco montado na temporada anterior, o que, segundo ele, foi determinante para a crise atual.

“O ano passado nós perdemos um time todo, uma estrutura muito boa, e começamos um processo novo. Aí foi realmente a ruína do Paysandu”, afirmou.

Técnico Márcio Fernandes fez duras críticas em coletiva pós-jogo.
📷 Técnico Márcio Fernandes fez duras críticas em coletiva pós-jogo. |Mauro Ângelo/Diário do Pará

Planejamento para 2026

Márcio Fernandes reforçou diversas vezes a necessidade de planejamento institucional e técnico, citando exemplos de clubes que souberam reagir a momentos de dificuldade.

“O primeiro que a gente tem que ter é planejamento para que as coisas possam acontecer. Se a gente ficar esperando a cada jogo, só vai perder tempo no mercado, e as coisas vão ficar muito mais difíceis”, pontuou.

O técnico também destacou que o momento exige decisões concretas sobre o futuro, incluindo sua própria permanência e a do executivo de futebol Frontini.

“Se é o Márcio Fernandes que tem que ficar, temos que ter convicção. Se é o Frontini, que está fazendo um trabalho sensacional, tem que conversar e acertar. Ou então agradecer e seguir outro caminho. O clube não pode parar. O Paysandu tem que pensar que é grande e tem que continuar”, declarou.

Peso da crise política interna

Em um dos trechos mais incisivos da coletiva, Márcio reconheceu que as disputas políticas internas têm interferido diretamente no ambiente do clube e na performance dos jogadores.

“Nunca é bom quando acontecem essas coisas. Por mais que a gente diga que não está preocupado, é mentira. Interfere, interfere muito”, disse.

O treinador criticou o clima de instabilidade e a repercussão pública dos embates entre grupos dentro do Paysandu, que, segundo ele, acabam atingindo o elenco.

“O torcedor escuta o que vocês (imprensa) falam. Às vezes ele nem está sabendo, mas fica sabendo por vocês. Aí os caras já vêm com outra cabeça, porque realmente está acontecendo. A coisa não está fácil. Você encontra muitos obstáculos para fazer o que quer”, desabafou.

E o que inflama ainda mais é o uso do clube para defesas pessoais, como foi feito às vésperas do jogo contra o Botafogo-SP, quando, horas antes da partida, o clube emitiu uma nota oficial em defesa de uma família conhecida nos corredores do Paysandu. Ora, seria aquele o momento oportuno para tal manifestação? Ou então, o clube, como instituição, deveria ter aquele tipo de manifestação?

Enquanto o clube se afunda em uma das maiores crises institucionais de sua história, pessoas acham de bom tom utilizar a máquina da instituição para defesa pessoal. Certamente, a situação do Paysandu dentro de campo está sendo tratada como uma das últimas preocupações por parte da alta cúpula bicolor, e o desabafo de Marcio Fernandes é só mais um capítulo desse fatídico momento vivido pelo Lobo em 2025.

Reestruturação

Ao final, Márcio Fernandes fez um apelo para que o Paysandu adote uma postura mais profissional e unificada em meio à turbulência.

“Ou a gente começa — e isso não quer dizer que tenha que ser comigo —, mas tem que definir o que quer. Eu quero isso, isso, isso. Beleza. O clube precisa se reerguer. É isso que eu quero”, concluiu.

A coletiva de Márcio Fernandes deixou evidente que a crise do Paysandu vai além do campo. O treinador escancarou um clube desorganizado, sem direção clara e dividido politicamente — um diagnóstico que ecoa o descontentamento de boa parte da torcida. Em meio à reta final da Série B, o discurso do técnico parece menos uma justificativa esportiva e mais um pedido de socorro institucional.

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