Além do rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro, o Paysandu vive um dos momentos mais delicados de sua história recente fora de campo. O clube paraense enfrenta uma grave crise financeira e jurídica, com ações trabalhistas movidas por ex-jogadores que, juntas, ultrapassam R$ 12 milhões em cobranças envolvendo salários atrasados, direitos de imagem e depósitos de FGTS não realizados.
O caso mais recente é o do atacante Rossi. O jogador ingressou com ação trabalhista cobrando mais de R$ 5,1 milhões do clube. Segundo a petição, houve sucessivos atrasos salariais, além do não pagamento de direitos de imagem e da ausência de depósitos do FGTS entre julho e outubro de 2025.
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Diante das alegações, a Justiça do Trabalho concedeu liminar reconhecendo a rescisão indireta do contrato do atleta, entendendo que houve falta grave por parte do Paysandu. A decisão também levou em consideração o risco de prejuízo irreparável à carreira do jogador, autorizando-o a deixar o clube e buscar um novo time.
Outros processos agravam situação do clube
Além do processo movido por Rossi, o Paysandu responde a outras ações relevantes na Justiça do Trabalho, que ampliam o impacto financeiro da crise. Somados, os valores desses processos chegam a aproximadamente R$ 12,1 milhões, sem considerar possíveis outras ações que ainda não vieram a público.
Entre os casos conhecidos estão:
- Leandro Vilela: volante que cobra R$ 4.057.229,11 por inadimplência salarial, ausência de depósitos de FGTS e pendências de direitos de imagem. O atleta sofreu lesão em setembro de 2025.
- André Lima: atacante com ação superior a R$ 1,6 milhão, alegando atrasos salariais, não pagamento de direitos de imagem, ausência de FGTS e auxílio-moradia.
- Pedro Delvalle: cobra cerca de R$ 914 mil referentes a salários, direitos de imagem e FGTS.
- Ramón Martínez: volante paraguaio que acionou a Justiça em valores próximos a R$ 700 mil, caso posteriormente resolvido por meio de acordo amigável.
- Dudu Vieira: volante que cobra R$ 705.045,39 após rescisão contratual motivada por inadimplência.
Rebaixamento agrava cenário e exige reorganização
O acúmulo de dívidas trabalhistas evidencia a fragilidade financeira do Paysandu, situação agravada pelo rebaixamento à Série C, que reduz significativamente as receitas do clube. O cenário reforça a urgência de uma reorganização administrativa, com medidas de controle financeiro, negociação de débitos e diálogo com atletas e credores, para evitar novos prejuízos esportivos e institucionais.
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