António Oliveira: "Estamos construindo um caminho bonito"

O Clube do Remo foi derrotado por 1 a 0 pelo Criciúma, na noite da última quinta-feira (28), no Mangueirão, pela 24ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O gol saiu em pênalti polêmico, convertido por Jean Carlos.

O lance decisivo ocorreu aos 50 minutos, quando o árbitro Andre Luiz Skettino Policarpo Bento (MG) viu toque de mão do volante Caio Vinícius. O VAR chegou a recomendar revisão, mas a decisão foi mantida.

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Na entrevista coletiva, o técnico António Oliveira avaliou que o Leão Azul teve desempenho superior, mas não conseguiu transformar as várias oportunidades criadas em gols.

"Jogo de grande qualidade do Remo. Fizemos para tudo ganhar. Foi uma equipe que teve seis chances claras de gol, contra uma equipe que fez 30 faltas. Uma equipe extremamente organizada, equilibrada, muito rigorosa", destacou.

O português ressaltou a postura tática do Filho da Glória e do Triunfo, afirmando que o Remo neutralizou as transições do adversário e controlou bem o jogo, tanto é que apenas a bola do gol em pênalti foi em direção à meta azulina.

"O Criciúma não ofereceu muita resistência porque sempre estivemos bem posicionados para impedir alguma transição do adversário. Conseguimos controlar a profundidade do adversário. Basicamente retiramos aquilo que o adversário podia explorar. Uma equipe que veio da Série A, nós viemos da Série C. Isso impacta e se torna um jogo mais desafiante", pontuou.

Mesmo elogiando a atuação dos remistas, o treinador não escondeu a revolta com a arbitragem, que pela segunda rodada seguida virou polêmica em jogo do Leão. Para o treinador, o pênalti determinou uma derrota injusta.

"O jogo foi isso por 90 minutos, até o lance do pênalti, que depois de um arremesso, fomos prejudicados, mas nada disso importa. O que as pessoas querem é o resultado, eu entendo. É evidente que é o caminho bonito que essa equipe está construindo. Nos orgulha", acrescentou.

António vem sendo bastante questionado quanto às atuações da equipe, mas vê o trabalho fluir e disse acreditar que a situação não se resume apenas ao jogo desta quinta.

"Não aceito juízos de valores, porque vocês não me conhecem de lado nenhum, e guardem bem o que vou dizer: isto é uma situação injusta, desproporcional e premeditada, porque não vem só daqui", afirmou.

O Remo pode ver o G-4 abrir quatro pontos de diferença, mas treinador preferiu valorizar o que viu de positivo em campo, ressaltando o empenho dos jogadores e a evolução do time ao longo da Segundona.

"Estamos construindo um caminho bonito, estou muito orgulhoso do que meus jogadores fizeram hoje. É evidente que futebol vive dos resultados e nessa perspectiva o adversário acaba por ser feliz numa situação em que fomos prejudicados, mas isso pouco ou nada importa no jogo de hoje", desabafou

Ao todo, o Remo teve 15 finalizações e seis chutes ao gol, com os atacantes cara a cara com Alisson, do Criciúma. Questionado sobre os erros de finalização, António admitiu que o time pecou na hora de definir, mas evitou apontar culpados.

"As pessoas gostam de apontar culpados, temos que ajudar a sociedade a crescer e não incendiar. Eu não vou culpar ninguém, foi uma grande exibição do Remo, mas ela não se transformou em gol. O que você quer que eu faça? Não fomos eficazes hoje", disse.

Com 35 pontos, o Remo se mantém em sexto lugar, mas pode cair para a nona posição no fechamento da rodada. A pressão sobre o técnico português está ficando cada vez maior.

Nos bastidores, parte da diretoria defende a troca no comando, mas António Oliveira ainda conta com a confiança do executivo de futebol Marcos Braz. Foi esse respaldo que o manteve no cargo até aqui.

Nos 12 jogos que está à frente do Leão, o português soma três vitórias, seis empates empates e três derrotas. Os números refletem a oscilação da equipe, que ainda luta para se manter na disputa pelo acesso.

O Remo volta a campo na próxima rodada contra o Amazonas, fora de casa, tentando se recuperar e, ao mesmo tempo, afastar a turbulência que envolve a permanência do treinador.