Com novo treinador, Remo busca retomar confiança na Série B

No começo da apresentação oficial de Guto Ferreira, o presidente Antônio Carlos Teixeira pediu a palavra para explicar a decisão e garantir que o Remo continua em busca do acesso, mesmo diante das dificuldades. "Quando iniciamos, desde o início da Série B, o Remo figurou sempre na prateleira de cima. Inclusive, em alguns momentos na liderança, muitas vezes dentro do grupo de G4. Infelizmente, pelas duas últimas derrotas, nós nos desgarramos um pouco. Mas, eu gostaria de dizer que ninguém jogou a toalha. Nós estamos ainda confiantes no planejamento", disse.

"Nós fizemos uma mudança na comissão técnica e trouxemos o Guto. É um técnico vitorioso, conhecedor da competição e, acima de tudo, um treinador que vem com muitos acessos, inclusive para a Série A”, completou o dirigente.

CONTEÚDO RELACIONADO

• VÍDEO: Lateral do Remo é cobrado após 'dar em cima' de mulher de torcedor
• Sem Pedro Rocha, Guto Ferreira realiza três mudanças no Remo
• Clube do Remo se posiciona sobre ações trabalhistas de ex-jogadores

Ferreira teve pouco tempo de treino antes do jogo deste domingo. Para ele, de uma maneira rápida, é preciso uma mudança de comportamento, tentar ser uma equipe mais agressiva, defensivamente e ofensivamente, com gana de vencer. Ele falou das razões que o trouxeram ao Baenão, no conhecimento do elenco, na confiança pelo acesso, entre outros assuntos.

Quer mais notícias de esportes? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.

VENCER EM CASA

"Se você pegar o início da competição, o Remo começou ganhando praticamente todas as partidas que ele jogava. E os adversários passaram a estudar mais o Remo, e ver como teriam que jogar para que isso não acontecesse. Então, nós temos que mudar algumas coisas para poder transformar de novo esse caldeirão em arma positiva, não em arma negativa. Isso passa pela relação do torcedor-jogador, principalmente nesse momento quando o jogador se sente inseguro. Uma coisa é você jogar com apoio, outra coisa é você jogar com crítica. 'Ah, mas ele é jogador, ele é isso'. Ele é ser humano, e o ser humano é sob pressão, ele tem que ter muita força interior. Sobre o apoio, você tira coisas que você não imagina, e nem ele imagina que ele pode. Então passa por isso. E passa também por questões estratégicas de como enfrentar o adversário".

SEM JOGAR A TOALHA

"Eu acho que quando você acredita, o primeiro passo foi dado. Difícil? Sim. Está no meu controle total? Não, há um risco. Qual é o meu controle? Acreditar e trabalhar. Todo mundo junto nessa união que existe, com essa torcida que pode fazer a diferença junto com a equipe dentro de casa. E aí, é o dia a dia, os ajustes que vão sendo feitos, à medida que o jogador vai tendo resultado, tendo confiança, retoma, cresce. E aí os resultados começam a vir.

Embora a mudança tenha sido muito antes, o Criciúma-SC é o time que, pegando o aproveitamento das últimas 12 rodadas. Ou, até a rodada passada, nas últimas 11, ele tinha um aproveitamento de 78%, e venceu o último jogo. E a tendência é ter aumentado esse percentual de aproveitamento. O que mudou? Os ajustes, mudou o aproveitamento, e aí os jogadores começaram a vir, o nível de confiança subiu. O espaço é curto, é, mas é possível”.

POR QUE O REMO?

"Eu acho que o principal fator é como me foi passado, tudo que foi conversado, é como se pensa a grandeza do clube. Eu trabalhei em alguns projetos muito legais e que tinham essa mentalidade num processo inicial de crescimento. A gente chega em 97 na base do Inter-RS totalmente sucateado. Começa a mudança que chega ao título mundial em 2006. Nós fizemos parte de todo esse processo. Essa mentalidade de unidade, de entrosamento, mas a mentalidade vencedora de fazer sempre um pouco melhor do que ontem. Fazer hoje, e sempre, um pouco melhor do que ontem. E na somatória desse pouco melhor, no final ficou muito, muito, muito melhor. E brigando por coisas gigantescas.

Quando existe força nessa mentalidade, a coisa começa a crescer. Você vai errar? Vai. Faz parte do processo. Mas a intenção, a busca de acertar e a continuidade, a resiliência de acertar faz com que dia a dia essa mentalidade, esse projeto, cresça. E eu quero fazer parte desse crescimento".

DEZ JOGOS PELA FRENTE

"O foco é jogo a jogo. De alguma maneira, vencer o jogo. Não importa se nós vamos jogar bem ou se nós vamos jogar mal, nós temos que trabalhar para conseguir a vitória. Para que ela possa fortalecer a semana para buscar um outro resultado fora. E aí passa a ser o jogo mais importante e eu volto. E aí o outro passa a ser o mais importante e o outro passa a ser o mais importante e na somatória de tudo isso se Deus quiser - e Ele quer e nós temos que querer muito -, a gente vai pensar que a gente tá procurando tanto tempo pra chegar ao acesso".

REI DO ACESSO

"O treinador, ele sobrevive e se move de vitórias. Cada vez que você ganha, você atingiu tudo que você gostava. A gente tem quatro acessos na Série B, Tem um acesso com o Mogi Mirim-SP para D para C também. Por quê? Porque a gente acreditou que o trabalho fluiu e a gente conseguiu chegar nessa. Sempre que você consegue realizar um feito, lógico que existe uma situação pessoal muito grande. E quando você passa a não conseguir também a situação é grande. Então eu prefiro trabalhar e prefiro me mover não pela frustração. Eu tenho o risco de ser frustrado? Tenho, mas eu tenho na minha cabeça, na minha mentalidade, brigar para poder ter essa satisfação do trabalho no meu setor".