Remo: Guto Ferreira celebra sequência de vitórias e elogia equipe

Após comandar o Remo em mais uma vitória importante e contundente, desta vez sobre o Cuiabá, o técnico Guto Ferreira concedeu entrevista coletiva emocionada na Arena Pantanal. O treinador, demitido do Dourado em 10 de agosto e contratado pelo clube paraense em setembro, falou sobre o processo de retomada da carreira, o momento do Leão Azul na Série B e o simbolismo de retornar à antiga casa com uma vitória convincente.

Guto ficou um mês e 20 dias sem clube após a saída do Cuiabá. Segundo ele, a decisão de aceitar o convite do Remo veio da confiança no projeto e na estrutura que o clube tem mostrado nos últimos anos.

“A gente acompanha futebol, sabe o que cada clube representa. O Remo vem evoluindo desde o acesso da Série C para a B, e sabíamos da força do elenco. Quando chegou a proposta, entendemos que poderíamos ajudar. Apostamos e, graças a Deus, está dando certo”, destacou.

O treinador celebrou o bom momento da equipe, que chegou à sexta vitória consecutiva e soma 57 pontos, consolidando-se na briga pelo acesso à Série A.

Reencontro sem mágoas

Questionado sobre o retorno à Arena Pantanal, Guto fez questão de exaltar o respeito pelo ex-clube e seus profissionais.

“Não existe nenhum tipo de resquício ou problema. Muito pelo contrário. Tenho gratidão ao Cristiano (executivo do Cuiabá) que me contratou e a todos os jogadores. Antes do jogo, os 11 titulares vieram me cumprimentar, e depois os que estavam no banco. Isso é respeito, e eu tenho esse respeito em dobro por eles”, afirmou.

Guto analisou que a vitória veio graças à estratégia cirúrgica montada para o confronto, destacando que o Cuiabá é “uma equipe difícil de se jogar contra”.

Elogios a Marcos Braz e estrutura do clube

Um dos pontos altos da coletiva foi o reconhecimento do treinador ao dirigente Marcos Braz, que assumiu papel importante nos bastidores do Leão Azul.

“Se você pergunta é porque sabe o calibre dele. É um cara campeoníssimo, ganhou tudo no Flamengo, menos o Mundial. Ter um profissional desse nível no suporte faz toda a diferença. Ele e sua equipe são extremamente competentes. Quando você acha que está chegando, eles já estão prontos há muito tempo”, elogiou.

Segundo Guto, essa estrutura e profissionalismo foram decisivos para o time se ajustar rapidamente e render dentro de campo.

Fé, cultura e o espírito paraense

Em tom emocionado, Guto falou sobre a força cultural e espiritual do povo paraense, associando o clima de fé do Círio de Nazaré ao espírito de superação da equipe.

“Quem vai a Belém entende o que é o Círio. É mais do que um evento religioso, é uma forma de pensar positiva, de acreditar sempre. Essa energia passa para o time, para o torcedor, para o ambiente todo. E é isso que está virando o Remo hoje”, disse.

Desgaste físico e estratégia nas trocas

O treinador reconheceu que o desgaste físico tem afetado o rendimento da equipe, especialmente no segundo tempo das partidas, mas ressaltou que isso é natural na reta final da temporada.

“Estamos num momento de muita intensidade, viagens longas e pouco tempo para treinar. Tivemos apenas duas semanas cheias e três ou quatro treinos efetivos nesse mês. Ainda assim, o time mostra entrega, resiliência e foco”, explicou.

Sobre a substituição de Jaderson no segundo tempo, Guto disse que a mudança visava “fechar o meio e dar mais retenção de bola”, além de segurar a vantagem.

Humildade e foco no acesso

Por fim, o técnico destacou que, mais do que o brilho técnico, o que tem sustentado o Remo é a humildade e a entrega coletiva.

“Hoje talvez não tenha sido a vitória mais bonita, mas foi uma vitória de entrega, de estratégia e de humildade. Se for para chegar ao acesso dessa forma, que assim seja. O preço tem que ser pago sempre, não importa como”, declarou.

Com quatro rodadas restantes e o time embalado, Guto Ferreira mantém o discurso de foco e pés no chão: “Ainda não está definitivo, mas estamos perto. Vamos jogo a jogo. A mais importante agora é a próxima, contra a Chapecoense, em casa.”