O espetáculo promovido pela torcida do Clube do Remo após o apito final da partida que sacramentou a volta do Rei da Amazônia para a elite foi só mais uma demonstração do poder que uma torcida tem para levantar o seu clube do coração. Não é errado afirmar que não é o Leão Azul que tem uma enorme torcida, mas sim, é a sua enorme torcida que tem um clube.
Muitos enaltecem torcidas como a numerosa rubronegra do Flamengo, e a do Corinthians, no cenário nacional, mas é certo dizer que nenhuma dessas grandes massas teve o poder de, no sentido mais literal da palavra, levantar o seu clube do coração como o Fenômeno Azul tem feito ao longo das últimas décadas.
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O sucesso que o clube alcançou dentro das 4 linhas em 2025 não começou neste ano; ele teve início lá em 2015, quando a torcida do Remo, na marra, levantou esse clube da Série D. Ali começou a ser plantado o que hoje, 10 anos depois, está sendo colhido e celebrado.
A FORÇA DO FENÔMENO FORA DE CAMPO
Dizer que a torcida do Remo levantou o clube é chover no molhado, mas essa afirmação vai muito além das quatro linhas que dividem um campo de futebol. A massa azulina não só resgatou o Leão do limbo, mas fez com que sua verdadeira casa, o estádio Baenão, voltasse a ser utilizada. Quem não lembra da campanha organizada pela torcida intitulada “O Retorno do Rei”?
E vamos além: nas campanhas que culminaram nos acessos de 2021 e 2024, a torcida sempre esteve ao lado do Leão. Uma observação quanto ao primeiro ano citado, pois o triunfo foi conquistado sem o apoio da torcida nos estádios devido à pandemia de Covid-19; no entanto, isso não impediu que a festa fosse realizada após um acesso conquistado sobre seu maior rival. Já em 2024, nem é preciso falar tanto, pois o que essa torcida fez no quadrangular do acesso estará eternamente marcado na história do futebol paraense.

Agora, voltando mais um pouco no tempo, mais precisamente 20 anos, em 2005, quando a torcida recebeu e adotou oficialmente a alcunha de “Fenômeno Azul”, batizada pelo setorista da Rádio Clube do Pará, Paulo Caxiado, o Remo teve a maior média de público entre todos os clubes que disputavam as 3 divisões nacionais. Não foi o Flamengo, o Corinthians (campeão brasileiro daquele ano), muito menos o São Paulo (campeão da Libertadores), foi a torcida do Leão Azul, que disputava a 3ª divisão nacional, que teve a maior média de público, com mais de 30 mil azulinos por jogo no Mangueirão, e o resultado não poderia ter sido outro. Remo, campeão brasileiro da Série C de 2005.
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ROTEIRO DE CINEMA E A MÍSTICA NO NÚMERO 5
O roteirista azulino não poderia ser mais feliz quando escreveu o destino do Remo neste século, porque as coincidências que rodeiam esse clube e a torcida parecem um roteiro de cinema. Em 2005, o Leão Azul conquistou seu primeiro título nacional; no ano do seu centenário, em 2015, o Fenômeno Azul arrancou o clube da lama e o tirou de um lugar onde nunca deveria ter pisado, e em 2025, o Remo retorna à elite nacional após 3 décadas.
Alguns clubes têm os seus números da sorte, e o do Remo é o 33, alusivo ao maior tabu do mundo conquistado em cima do maior rival. Mas os azulinos podem começar a cogitar o número 5 como uma numeração mística em sua história. Vejamos:
- Ano de fundação: 1905
- Anos em que ficou sem perder para o rival: 5
- Ano do primeiro título nacional: 2005
- Ano do acesso à Série C: 2015
- Acesso para a Série A: 2025

Porém, novamente é importante frisar que, caso o acesso não tivesse sido alcançado, o ano de 2025 não poderia ser tratado como um fracasso, muito pelo contrário, seria visto como o ano em que o Brasil voltou a olhar com respeito para esse clube que vem sendo conduzido por sua enorme gente. E, como parte da torcida vem dizendo: “Belém não está preparada para o acesso do Remo”, e o que se viu no fim do dia 23 de novembro de 2025 comprovou tal afirmação, pois o que essa torcida vem lutando para reconstruir esse clube, essa conquista pode fez com que a cidade entrasse em colapso, mas um colapso de alegria, emoção e a sensação de dever cumprido. “Conseguimos! Levantamos o nosso clube”.

Diante de tudo isso que foi narrado até aqui, o correto a se dizer é que o título desta matéria precisa ser entendido como uma verdade quase que absoluta. O Remo não é um clube que tem uma enorme torcida, é essa enorme torcida que tem um clube chamado Remo. A história mostra que a massa azulina levantou, retirou o Remo do fundo do poço e o colocou no seu devido lugar: o topo.
Que os demais torcedores dos outros clubes nos perdoem, mas o Clube do Remo, o Filho da Glória e do Triunfo, merece estar na Série A, e a Série A precisava ter o Remo de volta. Todo mundo quer o Remo na elite.
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