Remo: “Interrompem processos que poderiam dar certo”, diz Guto

Reconhecido como o “Rei dos Acessos”, Ferreira — que já comandou Ponte Preta (2014), Bahia (2016), Internacional (2017), Sport (2019) e Remo (2025) — afirmou sentir-se rejeitado no mercado por conta da obesidade e criticou o estigma de ser visto apenas como treinador de Série B, apesar de sua experiência em clubes da Série A com orçamentos bem inferiores aos rivais.

Em entrevista ao GE, no quadro “Abre Aspas”, o técnico Guto Ferreira falou com franqueza sobre sua carreira, abordando desde episódios de preconceito no futebol até sua passagem pelo Clube do Remo em 2025. “Não estou no oposto. Eu também quero esse perfil de trabalho. Caso contrário, colocam uma plaquinha no meu pé e me intitulam ‘treinador de Série B’", disse.

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Sobre sua passagem pelo Remo, Guto lamentou não ter renovado contrato e destacou a importância de cláusulas de garantia para evitar decisões precipitadas: “Infelizmente, no futebol, nesse momento as pessoas interrompem processos que logo ali na frente podem dar totalmente certo”, afirmou o treinador que foi responsável direto pelo acesso azulino à Série A depois de três décadas.

Ele lamentou não ter renovado com o Leão e falou sobre a cláusula de garantia para que "as pessoas que estão por trás não resolvam as coisas por impulso". Além do mais, Guto frisou: É só puxar meu currículo com clubes de Série A para ver os resultados, muitas vezes com elencos que custavam 20 ou 30 vezes menos que os de clubes de meio de tabela”, disse.

Preconceito dentro do futebol

O treinador também relatou ter sofrido ataques gordofóbicos ao longo da carreira, muitas vezes velados, e que isso teria influenciado oportunidades no mercado. “Ninguém fala isso tête-à-tête, mas já ouvi de empresários: ‘os caras não querem porque você é gordo’. Se isso acontece lá fora, será que aqui também não acontece?”, questionou, citando Geninho como exemplo de técnico que superou preconceitos.

Apesar das dificuldades, Guto Ferreira afirmou lidar com o tema de forma madura: “Sou cabeça feita, não me preocupo com isso”. Atualmente sem clube, o treinador busca uma oportunidade para 2026 e chegou a despertar interesse do Internacional, mas as conversas não avançaram, e o Colorado seguirá com Paulo Pezzolano na próxima temporada.

Ao ser entrevistado no Globo Esporte, no quadro "Abre Aspas", técnico Guto Ferreira foi muito franco ao relatar assuntos como preconceito no futebol e até o caso da Portuguesa em 2013.

Bom, ele citou também como foi sua passagem no @ClubeDoRemo. Ele lamentou não ter renovado com… pic.twitter.com/vdiUzrhqV3

— Magno Fernandes (@Cf27Magno) December 21, 2025