Fundamental para o funcionamento e para a durabilidade do motor, o óleo lubrificante tem como principal função reduzir o atrito e evitar o desgaste das peças. Descuidar da troca do óleo ou usar um produto incorreto tem consequências, que são a redução da vida útil do propulsor e conserto de valor elevado. Para esclarecer as dúvidas mais comuns entre os motoristas, a Motul aponta o que é mito e o que é verdade na troca de óleo.
1) O motorista deve consultar o manual do veículo?
VERDADE. O primeiro cuidado é consultar o manual do veículo, que possui todas as informações sobre o plano de manutenção, como a indicação dos prazos por tempo e por quilometragem pra troca correta do óleo.
“A substituição deve ser realizada conforme o prazo que vencer primeiro. Mesmo que o carro tenha rodado pouco, é necessário fazer a troca se o tempo tiver vencido, porque o óleo usado e contaminado vai perdendo a capacidade de exercer suas funções e a capacidade de lubrificação do motor”, explica Rafael Recio, gerente de Produto e Suporte Técnico da multinacional francesa especializada em lubrificantes de alta tecnologia.
2) O filtro de óleo não precisa ser substituído a cada troca de óleo?
MITO. Já faz muito tempo que o mito de “trocar o filtro de óleo uma vez sim, outra não a cada troca de óleo” foi desmistificado, mas ainda existe em algumas situações. A função do filtro de óleo é reter partículas que poderiam danificar o motor ou acelerar o seu desgaste. Se um filtro velho que não tiver sido trocado falhar ou não conseguir desempenhar sua função, não terá adiantado nada a troca do óleo. Na melhor das hipóteses, se o filtro ficar saturado, a válvula do filtro se abre e o óleo passa direto por ele sem ser filtrado – ou seja, o filtro passa a não ter função nenhuma.
Se essa válvula não funcionar, o filtro pode se tornar uma restrição no fluxo de óleo e o motor corre sério risco de ficar sem lubrificação adequada, o que certamente levará a uma quebra catastrófica e a um alto custo de reparo. Além disso, o custo de um filtro é muito pequeno numa troca de óleo, e por esse e outros motivos não trocá-lo é um grande perigo.
3) O tipo de uso do carro não interfere no intervalo de troca?
MITO. Em geral, o manual do veículo possui um plano de manutenção para uso normal e outro para uso severo como baixas rotações, estradas de terra e trajetos curtos com o motor frio – nesses casos, é comum que as revisões e o intervalo de troca do óleo sejam reduzidos pela metade. “Se o veículo costuma ficar boa parte do tempo preso em congestionamentos, o motorista precisa adotar o plano severo, porque essa condição de uso exige mais dos componentes do carro do que rodando em rotações e velocidades mais constantes”, alerta Rafael.
4) Usar óleo inferior à especificação não prejudica o motor do carro?
MITO. Um óleo fora da especificação recomendada pode não apresentar a espessura projetada para aquele motor, além de não cumprir os requisitos das normas determinados pela montadora. Dessa forma, a viscosidade e as normas incorretas podem comprometer a eficiência do propulsor, aumentar o consumo de combustível e, pra piorar, danificar os componentes internos. “Na hora de escolher o óleo, leve em consideração a viscosidade e as normas da montadora. Essas informações são facilmente encontradas no manual do fabricante”, orienta Rafael.
5) Misturar diferentes lubrificantes não compromete o resultado?
DEPENDE. É aconselhado sempre evitar misturar lubrificantes de especificações diferentes, pois o resultado dessa mistura pode gerar um desempenho que não atende à especificação do motor. Só é aceitável numa situação de emergência e temporária, pra corrigir o nível de óleo muito baixo. Posteriormente, assim que possível, é recomendado que o veículo faça uma parada para checar o motivo do nível de óleo estar baixo.
6) O nível do óleo não interfere no desempenho do motor?
MITO. Se o veículo rodar com óleo abaixo do nível, a lubrificação ficará comprometida, visto que o ‘pescador de óleo’ não conseguirá captar o óleo do cárter de forma satisfatória. Isso pode resultar em muita espuma e baixa pressão de óleo, comprometendo o fluxo e deixando uma boa chance de quebra do propulsor por falta de lubrificação. Em caso oposto, rodar com lubrificante acima do nível pode causar vazamento pelos respiros. O volume de óleo em excesso simplesmente vai para onde não deveria ir.
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