Qualquer motorista que estaciona no posto de combustível para reabastecer já deve ter sido abordado por um frentista como alguma pergunta do tipo: "Quer ver o nível do óleo e do radiador?". Além disso, eles oferecem diversos serviços e produtos para os clientes. No entanto, é preciso ficar atento a essas propostas, pois pode ser um gasto desnecessário ou até causar danos ao seu automóvel.
O Engenheiro integrante da SAE Brasil Francisco Satkunas alerta: "Hoje o posto deixou de ser um local só para abastecer. O faturamento também passa pela venda de uma série de itens além do combustível, até para aumentar a base de clientes. O grande problema é o despreparo do motorista a respeito da manutenção do carro, que o deixa suscetível a pagar por serviços dos quais não precisa", disse.
O engenheiro reforça ainda que nem sempre os postos de combustíveis oferecem estrutura com equipamentos adequados e nem os frentistas apresentam capacitação técnica para executar determinadas manutenções.
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1 - Completar o óleo
A primeira prática que é muito comum, ocorre quando o frentista se oferecer para verificar o nível do óleo do motor. Ao conferir a vareta, ele vai dizer que falta lubrificante. Mas, nem todo mundo observa que o nível do óleo está baixo por um motivo simples: o motor está quente e o óleo ainda não desceu para o cárter. E, por conta disso, muitos motoristas aceitam a proposta de completar o nível, mas na verdade estão colocando lubrificante em excesso no veículo.
"Óleo demais força componentes do motor como virabrequim, causando desgaste prematuro. Além disso, o excesso provoca formação de espuma, que prejudica o bombeamento do lubrificante, elevando o atrito e a temperatura de partes internas, o que também pode danificá-las."
Uma dica importante sugerida por Satkunas, é que o nível do óleo deve ser checado sempre com o motor frio e com o veículo posicionado em um piso plano. "É necessário aguardar cerca de dez minutos até o óleo descer para o cárter", ensina. Além disso, tem a questão da especificação do óleo: misturar lubrificante sintético com mineral, por exemplo, afeta a eficiência e a viscosidade, elevando o risco de danos ao motor.
"Se for necessário completar o nível, verifique o manual do veículo para utilizar o produto recomendado pelo fabricante"
2 - Colocar aditivo de combustível
De acordo com o engenheiro da SAE Brasil, colocar aditivo de combustível é outra oferta que representa desperdício de dinheiro, . "Tanto o combustível quanto o óleo lubrificante já são certificados e vendidos com a formulação necessária para proporcionar o funcionamento ideal do motor", afirma Satkunas.
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Vale ressaltar que, segundo o engenheiro, se o cliente fizer questão de um produto para prevenir o acúmulo de sujeira e de resíduos nos componentes internos, as distribuidoras oferecem variantes aditivadas de gasolina e etanol.
"Não recomendo colocar aditivo", orienta o engenheiro
3 - Checar o fluido de freio
Uma terceira proposta ofertada pelos frentistas que é bastante comum nos postos de combustível, é a checagem do fluido do freio. Nesse caso, um dos riscos é a contaminação do fluido por água. "O fluido de freio tem a característica de absorver a umidade, por menor que seja. Basta espirrar um pouco de água para contaminar o produto e acelerar seu ponto de ebulição, comprometendo a capacidade de frenagem", explica Francisco Satkunas.
Outra situação que os condutores devem se atentar e que pode até se um risco é a entrada de ar na tubulação de freio, ocasionando a formação de bolhas que também podem reduzir a eficiência dos freios. O engenheiro orienta que, caso o nível esteja muito baixo, pode até para completar no posto. Porém, em uma situação como essa, o ideal é substituir todo o fluido e fazer a sangria em uma oficina especializada.
Segundo Satkunas é recomendável colocar qualquer fluido no veículo. "Da mesma forma que o óleo do motor, o fluido de freio tem especificações diferentes para cada veículo, que são informadas no manual do proprietário. Produto fora dessas especificações pode prejudicar a frenagem.".
4 - Aditivo no radiador
Uma outra prática comum oferecida pelos frentistas é checar o nível de líquido no vaso de expansão do sistema de arrefecimento do motor. Até aí, tudo bem. O problema começa quando tentam "empurrar" a venda de aditivo para o radiador. "Se precisar completar no posto, o recomendável é repor apenas com água desmineralizada para prevenir a formação de corrosão nos dutos internos", esclarece o engenheiro da SAE Brasil.
Em relação à colocação de aditivo, o especialista orienta usar estritamente o produto de especificação informada no manual do automóvel. "Varia de acordo com o veículo. Alguns requerem colocar mais ou menos aditivo no reservatório. Siga sempre o que diz o manual.".
5 - Trocar as palhetas do limpador de para-brisa
Por fim, alguns frentistas oferecem palhetas novas para o limpador. A verdade é que, por conta da exposição ao sol e à sujeira, com o tempo a eficiência do equipamento, que funciona como uma espécie de rodo, é comprometida - isso pode ser verificado ao surgirem ruídos ao acionar o limpador e, principalmente, quando a remoção da água acontece de forma irregular.
Nem sempre é preciso substituir a peça, diz Satkunas. "Em alguns casos, basta limpar as palhetas com água para remover a sujeira acumulada. Além disso, usar palhetas que não sejam originais traz risco de mau funcionamento e até de danos ao para-brisa.".
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