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Por que seguradoras dão perda total mesmo após batidas leves

Saiba por que seguradoras classificam carros como perda total mesmo após acidentes leves e quais critérios são utilizados.

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Imagem ilustrativa da notícia Por que seguradoras dão perda total mesmo após batidas leves camera Reparos ou substituição pode elevar os custos da manutenção | Foto: Reprodução/RBATV

A rotina do trânsito pode implicar em diversos transtornos, não apenas em ter que lidar com congestionamentos, falta de educação de outros condutores, mas também, com acidentes que acabam ocorrendo por conta da irresponsabilidade de alguns. Diante dessas situações, o veículo acaba sofrendo danos materiais, resultado em uma dor de cabeça para o dono do carro.

No entanto, o que tem intrigado muitos proprietários de veículos é o fato das seguradoras darem perda total em carros até mesmo após batidas leves, ou seja, mesmo com danos de batidas pequenas os carros são classificados como perda total pelas seguradoras - quando as empresas preferem indenizar o proprietário em vez de reparar o automóvel.

Por que um carro que ainda está em condição de rodar pode dar P.T. (perda total)?

Essa resposta está nos complexos critérios de avaliação das seguradoras e na crescente sofisticação tecnológica dos automóveis.

Todos os carros fabricados atualmente, possuem sensores, sistemas eletrônicos e outros materiais que não são apenas caros, mas seu reparo ou substituição requerem mão de obra especializada - elevando significativamente o custo de qualquer intervenção.

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Por via de regra, reparos que igualem ou ultrapassem cerca de 70% do preço de tabela de determinado veículo costumam ser classificados como perda total.

Adiel Avelar, presidente da Copart Brasil, explica: "Um carro que ainda é capaz de rodar pode ser considerado perda total, dependendo de critérios técnicos e econômicos definidos pelas seguradoras", disse.

Os critérios estão alinhados à Resolução Nº 810/2020, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que estabelece as classificações de danos decorrentes de acidentes e os procedimentos para regularização, transferência e baixa dos veículos envolvidos, segundo ele.

"A classificação grande monta de um sinistro, por exemplo, refere-se a um veículo considerado irrecuperável, ou seja, quando a quantidade de peças estruturais danificadas ultrapassa o limite de seis pontos, de acordo com o critério de pontuação definido pela resolução. A avaliação técnica determina que o custo e a complexidade do reparo tornam o veículo economicamente inviável para ser consertado e voltado à circulação", acrescenta Avelar.

Os critérios para caracterizar a indenização integral devem constar das condições contratuais de cada produto, é o que informa a Superintendência de Seguros Privados (Susep), que regula o setor.

"Cada sociedade seguradora pode estabelecer nas condições contratuais de seus produtos os critérios condizentes com sua política de regulação de sinistros. Como exemplo, uma seguradora pode atribuir indenização integral quando for verificado sinistro de valor igual ou superior à monta de 70% do valor total de garantia. Esse percentual é atribuido pela própria seguradora".

André Costa, CEO da Touareg Seguros detalha que, caso o custo do conserto ultrapasse 75% do valor do veículo estabelecido na Tabela Fipe, a seguradora considera a perda total e indeniza 100% do valor do montante.

Porém, essa porcentagem pode variar de acordo com a seguradora e a apólice contratada. Costa esclarece que o fato de um veículo ter sido indenizado por uma seguradora como perda total não inviabiliza necessariamente seu reparo e posterior utilização.

"É essencial avaliar o local da colisão e os itens danificados. Por exemplo, em uma batida na traseira, onde o motor e seus componentes podem não ter sido comprometidos, a substituição das peças de funilaria pode ser suficiente para que o veículo volte a ficar em excelentes condições de uso".

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De acordo com o diretor da Porto Seguro, Rodrigo Herzog, a decisão de classificar um veículo como perda total leva em consideração não apenas o custo do reparo, mas também a respectiva segurança após a intervenção.

"Garantir que veículos sem condições de circulação não continuem nas ruas é fundamental para reduzir os riscos de novos acidentes", afirma.

Carros de luxo e elétricos

Veículos premium e elétricos são ainda mais suscetíveis à classificação de perda total.

As peças de reposição desses modelos são, em geral, muito caras, tornando o reparo economicamente inviável em muitos casos.

-No caso dos elétricos, um simples acidente que danifique as respectivas baterias, geralmente instaladas no assoalho do carro, pode gerar um custo de reparo exorbitante, tão caro que não compensa para a seguradora.

Leilões de veículos sinistrados

O mercado de leilões de veículos sinistrados, tem sido impulsionado pela crescente quantidade de veículos classificados como perda total .

Só para ter uma noção, durante os leilões, é possível encontrar carros com danos aparentemente leves, mas que foram considerados perda total pelas seguradoras.

"Em 2024, as aquisições de veículos de grande monta representam cerca de 15% dos automóveis comercializados pela Copart", revela Avelar.

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