Nos 13 primeiros dias de junho deste ano já foram registrados 16 casos de queimaduras. Destes, 4 são em crianças de 1 a 12 anos. Os dados são do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), referência no tratamento de vítimas de queimaduras e traumas de alta e média complexidade no Pará, que faz um alerta: o risco de acidentes com queimaduras costuma aumentar neste mês, em virtude dos festejos juninos.
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Segundo o hospital, em junho de 2018 foram registrados 51 casos de atendimentos por queimaduras, sendo 15 somente em crianças de 1 a 12 anos. Ou seja, esse ano o número de ocorrências pode ser ainda maior em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Hospital Metropolitano referência no tratamento de vítimas de queimaduras. (Foto: HMUE/Divulgação)
Mílvio Neto, médico cirurgião plástico na unidade, reforça que a atenção deve ser redobrada neste mês de festejos juninos.
“Culturalmente, durante o mês de junho há um aumento nos casos de acidentes com queimaduras e muitos casos acontecem durantes as festas juninas, quando as pessoas costumam fazer fogueiras e usar fogos”, explica ele, ressaltando que “muitas vezes, o manuseio incorreto de alguns materiais acaba causando esses acidentes”.
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Desde 2016, a unidade gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), tem recebido cerca de 500 pacientes vítimas de queimaduras, por ano.
Causas e prevenção
Mais de 5 mil pessoas foram internadas para tratamento, vítimas de acidentes com fogos de artifício no mês de junho, nos últimos dez anos. Os dados são do Sistema de Informação Hospitalar (SIM), da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), divulgados esta semana pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Segundo o Hospital Metropolitano, entre os casos atendidos na unidade de saúde, a maioria dos pacientes são adultos. As principais causas vão do manuseio de produtos inflamáveis a interferências na rede elétrica. Já entre as crianças, as causas geralmente são acidentes domésticos.
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Para ambos os casos, o médico Milvio Neto faz um alerta sobre a importância da prevenção.
“Alguns tratamentos de queimaduras podem ter um tratamento rápido, mas outros podem ser longos e as sequelas podem acompanhar o paciente por um longo tempo. O importante é sempre ter cuidado em casa e no trabalho”, destaca.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, entre as consequências do uso inadequado de fogos de artifício, estão a perda de dedos e queimaduras de médio e alto graus. Os homens representam a maioria dos registros com 4.245 internações, no período analisado. Já entre as mulheres, o número foi de 853 internações.
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O sub-chefe do Centro de Atividade Técnica do Corpo de Bombeiros (CAT), capitão Raimundo Moura, explica que é possível utilizar os itens de maneira segura. Segundo ele, o primeiro passo é a escolha do estabelecimento para aquisição do produto.
"O local precisa ter a licença emitida pelo Corpo de Bombeiros e também a autorização do Exército Brasileiro. A vistoria que fiscaliza as medidas de segurança contra incêndio e emergências é realizada pelos bombeiros, mas a licença para venda de itens explosivos é de responsabilidade do Exército", detalha.
Segundo Moura, o problema de comprar fogos de artifício em local clandestino é que você não sabe a procedência do produto e isso se torna um risco para a vida das pessoas. Outra dica que ele dá é sempre ler as orientações de segurança e modo de utilizar, que constam na embalagem.
"Não recomendamos soltar fogos em lugares fechados ou debaixo de cobertas. Pedimos, ainda, que as pessoas sempre verifiquem a validade do produto e se ele possui o selo do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro)", orienta.
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O local onde o fogo será utilizado também é de suma importância. "Não recomendamos a soltura próximo da rede elétrica, de carros ou hospitais e pedimos atenção para as pessoas que ingeriram bebida alcoolica. Muitas, por não estarem em sã consciência, se machucam ao fazer uso de fogos de artifício", pontua Moura.
Luta pela redução de casos
Para orientar a população e mobilizar profissionais da saúde em torno do assunto, o dia 6 junho foi escolhido pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), como marco na luta para reduzir o número de casos que, anualmente pode chegar a 1 milhão de pessoas em todo o País, sendo 300 mil somente em crianças.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as queimaduras são a quarta maior causa de morte entre as crianças. Entre os incidentes mais comuns nas crianças de até seis anos de idade estão as escaldaduras, que são causadas pelo contato com líquidos quentes.
A partir dos oito até os 12 anos, segundoa SBP, as lesões que ocorrem com mais frequência são as causadas pelo contato com combustíveis inflamáveis, tais como a gasolina, o querosene e o álcool líquido de uso doméstico.
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Reportagem: Andressa Ferreira
Multimídia: Demax Silva e Gabriel Caldas
Coordenação: Fabiana Batista
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