A cidade de Belém é conhecida também pelas suas diversas formas de expressão religiosas e que fazem parte de sua história desde a fundação, em 1616. Entre os templos de grande importância para a formação social e religiosa da capital estão a Catedral da Sé, o Terreiro de Tambor de Mina Dois Irmãos e o Templo da Assembleia de Deus.
Segundo o professor, historiador e presidente da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), Michel Pinho, a formação desses templos religiosos chegam a se confundir com o processo de urbanização da capital. Pinho também falou sobre a importância, no aspecto da civilidade, de Belém sempre acolher, respeitar, reconhecer e validar toda e qualquer forma de propagação da fé.
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“Belém é uma cidade tão rica em todos os seus aspectos, e devemos ficar ainda mais orgulhosos de ela ser também, essa cidade que sempre valoriza e defende as manifestações religiosas. Ter essas três religiões vivenciando o mesmo território urbano é encantador e de uma magnitude imensurável. Após tantos anos, somos privilegiados por viver essa diversidade”, diz.
O professor lembra que a Catedral Metropolitana de Belém ou “Igreja da Sé”, como também é conhecida pelos moradores, e as demais igrejas católicas, remontam desde a chegada dos colonizadores na região. Há registros de que o templo teve sua origem a partir da construção de uma pequena capela, ainda no interior do Forte do Castelo.
“Naquele início tivemos a construção da Capela de Santo Antônio, que mais tarde viria a ser a Igreja da Sé. Era um período da história de ligação com a coroa portuguesa, onde o catolicismo era a religião imposta. Em sua estrutura e arquitetura, por exemplo, nos deparamos com esses traços marcantes e de forte influência europeia”, contou.
Com o passar do tempo, os templos religiosos afro-brasileiros também ganharam força na cidade e se espalharam, principalmente, pelos bairros mais afastados do centro.
Atualmente, o Terreiro de Tambor de Mina Dois Irmãos, localizado no bairro do Guamá, representa resistência e luta contra a intolerância religiosa. Fundado em 1890, o espaço é tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (DPHAC), do Governo do Estado.
“O templo Dois Irmãos tem forte influência nordestina e da presença de pessoas negras de tradição afro-brasileira. Surgindo com a maranhense Mãe Josina, o terreiro está em sua 4ª geração, e é importantíssimo para a nossa história e cidade, assim como tantos outros terreiros. Não menos importantes, destaco ainda a importância dos nossos espaços destinados ao candomblé e os centros espiritas”, disse Michel.
Em 1910, os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg chegaram à capital paraense e formaram outra frente que alteraria o perfil religioso na cidade. Juntos, fundaram a igreja da Assembleia de Deus que se desenvolveu rapidamente atraindo milhares de fiéis.
“Temos aqui nesse período de iniciação da Assembleia de Deus, a era de ouro da cidade, a famosa Belle Époque que atraiu muitos estrangeiros para Belém e que se consolidaram em nossa região”, lembrou o historiador.
Hoje, com mais de 100 anos de fundação, o templo central da Assembleia de Deus está localizado em uma área nobre da cidade, no bairro de Nazaré. A Igreja que se expandiu para outros estados brasileiros é conhecida como a maior Igreja Pentecostal no mundo.
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