Para 66% dos brasileiros, o Brasil deveria aceitar dinheiro de outros países para combater o desmatamento na Amazônia. Esse é um dos resultados apontados por pesquisa Datafolha.
O levantamento foi realizada nos dias 29 e 30 de agosto, uma semana após o início da crise envolvendo focos de incêndio descontrolados na região, que levou o governo de Jair Bolsonaro (PSL) a entrar em rota de colisão com países europeus, França em especial.
Foram ouvidos 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
A escalada da crise internacional desencadeada pelos incêndios na Amazônia teve direito a ofensas de Bolsonaro ao presidente da França Emmanuel Macron e sua esposa, a primeira-dama da França, Brigitte Macron .
A princípio, o presidente brasileiro rejeitou a ajuda financeira da França e de outros países. Bolsonaro chamou de esmola os US$ 20 milhões (R$ 83 milhões) oferecidos pelos países do G7 e anunciados por Macron.
Ele insinuou que não aceitaria verba europeia, enquanto discutia cooperação com EUA e Israel, cujos governos o presidente considera aliados ideológicos.
Bolsonaro disse depois que só aceitaria o montante caso Macron pedisse desculpas por ter dito que o mandatário brasileiro mentiu e se retratasse da sua proposta de discutir um status internacional para a floresta amazônica.
Apesar do embate sobre o dinheiro do G7, o Brasil acabou por aceitar ajuda internacional de outros parceiros. Entre elas, um auxílio de 10 milhões de libras (cerca de R$ 50,6 milhões) proposto pelo Reino Unido.
Na sexta-feira (30), o senador e filho do presidente Eduardo Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo tiveram um encontro com o presidente americano Donald Trump.
Ele deixou a Casa Branca sem anunciar novidades, mas disse que seu encontro com Trump serviu para mostrar mais uma vez que os EUA estão alinhados ao governo de seu pai, inclusive para se opor a quem contestar o que chama de soberania brasileira na Amazônia.
"Todos os líderes que tentarem subjugar a soberania nacional encontrarão problemas não só com o Brasil, mas também com os EUA", afirmou Eduardo após se reunir com Trump e integrantes do governo americano em um encontro classificado por integrantes da comitiva brasileira como simbólico.
Mais cedo, em Brasília, o presidente Bolsonaro afirmara que era possível esperar novidades como resultado do bate e volta de seu filho à capital americana. A partir daí, criou-se uma expectativa de que haveria anúncio de uma ajuda específica dos EUA para combater as queimadas na Amazônia.
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