O Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão vinculado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, apontou que agentes de forças-tarefas de intervenção federal em presídios do Ceará estavam machucando e até mesmo quebrando dedos de presos, como forma de impedir que agentes fossem agredidos por detentos. O relatório que traz essas informações é de 5 de abril deste ano.
Assinado por quatro peritos do órgão, o documento do MNPCT descreve agressões "sistemáticas" a dedos de presos, com a intenção de diminuir a movimentação das mãos. De acordo com o relatório, "a violência cometida de golpear os dedos com tonfas (cacetetes), chegando muitas vezes a quebrar, foi praticada sistematicamente”.
“Um expressivo número de pessoas, em diferentes celas e alas, mostrava as mãos denunciando que seus dedos haviam sido quebrados e machucados pelos agentes da FTIP (força-tarefa de intervenção penitenciária)”, descrevem.
Os peritos indicam que já haviam se deparado com esse “modus operandi” em outras unidades sob intervenção federal. Segundo eles, isso torna “bastante evidente e robusto o argumento de que essa prática vem sendo utilizada por agentes dessa força-tarefa”.
O documento cita ainda que o secretário de Administração Penitenciária do Ceará, Luís Albuquerque Araújo, comentou numa audiência pública “a utilização desse método para diminuir a capacidade do preso em realizar movimento de pinça, isto é, de segurar objetos, e assim impossibilitar que possam agredir os agentes prisionais”.
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