Exames realizados no último sábado (26) apontaram o surgimento de um tumor no trato digestivo do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), de 39 anos, segundo boletim médico. Por esse motivo, ele seria submetido neste domingo (27) a uma laparoscopia diagnóstica - uma cirurgia menos invasiva, feita com vídeo, que coleta material para a biópsia.
Segundo o comunicado da prefeitura, emitido a partir de informações do hospital Sírio-Libanês, "foi realizado um [exame] pet scan em continuidade à investigação diagnóstica. Este exame mostrou o surgimento de uma tumoração no trato digestivo".
O resultado demora alguns dias para ficar pronto. A reportagem apurou que as imagens sugerem um câncer no estômago, mas só a biopsia poderá dizer qual o tipo de tumor e o tratamento mais adequado.
No último dia 19, Covas sentiu-se mal, passou pelo pronto-socorro do hospital Albert Einstein e começou a fazer tratamento com antibióticos.
Ele apresentou melhora nos dias seguintes, mas piorou na última quarta-feira (23), quando procurou o infectologista David Uip, que confirmou o diagnóstico de erisipela, mas decidiu recomendar a internação para mais investigações.
A erisipela é uma infecção de pele causada por bactérias que penetram através de pequenos ferimentos, como picadas de inseto, frieiras e micoses. Por recomendação do infectologista David Uip, Covas foi internado no Sírio-Libanês .
Na sexta (25), foi diagnosticada trombose das veias fibulares, que ocorre quando veias das pernas apresentam algum coágulo.
Exames posteriores diagnosticaram um tromboembolismo pulmonar -quando um coágulo se desloca de alguma região do corpo para o pulmão.
Segundo médicos ouvidos pela reportagem, os responsáveis pelo tratamento de Covas devem ter decidido investigar se existia uma causa para o problema, já que o prefeito não faz parte do grupo de risco clássico para trombose, que são pessoas do sexo feminino, tabagistas, em uso de anticoncepcionais e pessoas com mobilidade reduzida, entre outros.
O pet scan deve ter sido realizado na investigação desse quadro, uma vez que o câncer é um fator de risco conhecidos para trombose. O exame revelou o tumor.
A descoberta surpreendeu a equipe médica, porque o prefeito em nenhum momento apresentou sintomas clássicos de um câncer no aparelho digestivo, como perda de peso (ele mantém o mesmo há dois anos).
Ele é saudável, faz academia cinco vezes por semana e não tem histórico familiar de câncer nessa região. O avô dele, Mario Covas, ex-governador de São Paulo, morreu em 2011 em decorrência de um câncer na bexiga.
O prefeito está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas por David Uip, Roberto Kalil Filho, Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Artur Katz e Raul Cutait.
Não há previsão para que o prefeito de São Paulo receba alta.
Até a última sexta, Covas continuava à frente da prefeitura, despachando com os secretários de dentro do hospital.
Ainda não há uma definição sobre um possível pedido de licença e afastamento de Covas -o que precisa ser ratificado pela Câmara.
Caso isso ocorra, quem assumirá a administração municipal, por 30 dias, é o presidente do Legislativo municipal, vereador Eduardo Tuma (PSDB), uma vez que Covas foi eleito vice-prefeito na chapa do ex-prefeito e atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Como Covas está no penúltimo ano de sua gestão, após esse período, de acordo com a Lei Orgânica do Município de São Paulo, nova eleição deve ser realizada pela Câmara e o eleito cumpre apenas o período restante.
Neste domingo, Doria usou as redes sociais para manifestar apoio a Covas. "Minha fé e oração dedicadas ao Bruno Covas, amigo e parceiro de ideais e princípios. Que ele se recupere o mais breve possível", escreveu o governador.
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