Moradores da cidade de Congonhas (a cerca de 80 km de Belo Horizonte) relataram efeitos de um tremor de terra na noite desta segunda-feira (25), por volta das 20h30.
Segundo informações do observatório sismológico da UnB, o epicentro do tremor foi na cidade de Belo Vale, às 20h27, atingindo 3.2 pontos na escala Richter. A página do observatório diz que as informações devem ser revisadas por um geofísico.
O centro de sismologia da USP apontou a detecção de um sismo com magnitude 3.8 (preliminar), por volta do mesmo horário, com epicentro a cerca de 10 km de Congonhas.
A passagem do abalo por Congonhas ocasionou os tremores sentidos por moradores. Não foram registrados danos à residências ou vítimas até o momento.
A cidade, onde está uma das obras principais de Aleijadinho -os 12 profetas, um conjunto de esculturas em pedra sabão, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos- é também onde fica a barragem de rejeitos de Casa de Pedra, da CSN Mineração (Companhia Siderúrgica Nacional).
A estrutura é considerada de baixo risco, mas tem dano potencial associado considerado alto, em caso de rompimento, segundo o registro na ANM (Agência Nacional de Mineração). É a mineração de ferro mais antiga em operação no país, de acordo com a própria empresa.
"A princípio, a barragem da CSN, já foi feita toda a verificação, in loco, com drones e com piezômetros, e a barragem não apresentou nenhuma anormalidade. Permanece seu nível de estabilidade assegurado. Vamos refinar essas informações ao longo da noite para ter um cenário completo", afirmou o chefe da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente coronel Flávio Godinho.
Por meio de nota, a CSN diz que o tremor não causou nenhuma anomalia nas estruturas do complexo minerário na cidade e que as equipes seguem monitorando a situação, em contato com as autoridades.
À Defesa Civil, a Vale, que tem operações em Ouro Preto, na mesma região, também disse não ter detectado impacto em suas estruturas.
A barragem Casa de Pedra tem volume total do reservatório absoluto de 70 milhões de metros cúbicos no registro da ANM. Uma perícia do Ministério Público de Minas Gerais, porém, apontou que atualmente ele chega a 75 milhões e que há saturação na capacidade de armazenamento.
Em abril, a Promotoria ajuizou uma ação civil pública contra a empresa, exigindo medidas para proteger a população que vive em área próxima à barragem, alegando que os bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro, com aproximadamente 2.500 moradores, estavam consolidados antes do alteamento.
O órgão salientou ainda, na época, que os moradores próximos à estrutura viviam "sob forte pressão psicológica devido ao risco de rompimento".
A Defesa Civil de Minas Gerais, que está no local, garante que não há risco eminente de rompimento na estrutura. Disse ainda que irá solicitar a Agência Nacional de Mineração que vá até a cidade nesta terça-feira (26) para fazer contato com os responsáveis pela geotecnia da CSN e da Vale.
Em nota a prefeitura de Congonhas também falou sobre ocorrido. Leia abaixo o comunicado na íntegra:
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