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SAÚDE

Brasileiros reduziram em 40% o consumo do tabaco

Em mais um Dia Mundial sem Tabaco, uma constatação a ser comemorada: somos uma nação na qual se fuma cada vez menos e, nos últimos 12 anos, houve uma redução de 40% no consumo do produto entre os brasileiros. Só para se ter uma ideia dessa queda, no ano p

Imagem ilustrativa da notícia Brasileiros reduziram em 40% o consumo do tabaco camera Neste Dia Mundial sem Tabaco, a boa notícia é que, nos últimos 12 anos, houve uma redução de 40% no consumo entre os brasileiros deste produto que tantos males causa para a saúde. | Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em mais um Dia Mundial sem Tabaco, uma constatação a ser comemorada: somos uma nação na qual se fuma cada vez menos e, nos últimos 12 anos, houve uma redução de 40% no consumo do produto entre os brasileiros. Só para se ter uma ideia dessa queda, no ano passado só 9,8% mantinham o hábito, contra 15,6% em 2006, ano em que o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) fez a pesquisa pela primeira vez.

Já fazem muitos anos que ficaram comprovados os males causados pelo fumo e suas quase cinco mil toxinas capazes de criar riscos para o desenvolvimento de cerca de 55 tipos diferentes de doenças, como cânceres, quadros cardiovasculares, cerebrais e pulmonares, condições ósseas, impotência sexual, dentre outras.

No entanto, ainda é muito difícil o abandono do costume.“Parar de fumar continua muito difícil, é uma dificuldade relacionada a uma dependência química e social. É pior para quem possui o marcador genético, que interpreta a nicotina no cérebro como algo positivo”, explica o pneumologista Rubens Tofolo Junior. Já a também pneumologista e professora universitária Marília Pinheiro lembra que os danos não são causados só pelo cigarro, mas também pelo cachimbo, pela porronca e mesmo pelos produtos naturais. “Mesmo sendo natural, a maconha tem 50% a mais de alcatrão, uma das substâncias cancerígenas. O ser humano não foi feito para inalar fumaça, é extremamente danosa”, justifica a médica.

Marília Pinheiro, pneumologista e professora universitária.
📷 Marília Pinheiro, pneumologista e professora universitária. |Divulgação

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Ela inclusive faz um alerta: não é nada boa a situação dos fumantes em tempos de coronavírus, que é uma síndrome respiratória com alto índice de letalidade. “Os relatos são de que os casos fatais têm associação maior em quem tem doenças crônicas, como diabetes, câncer e problemas cardíacos, e sabemos que o cigarro aumenta muito a probabilidade de desenvolver essas doenças, isso é péssimo para quem está vivendo a pandemia”, explica Marília. Já Rubens destaca que um tabagista tem 14 vezes mais riscos de desenvolver a forma mais grave da doença do que um não tabagista.

AUMENTO

O mesmo Vigitel que mostra a diminuição do uso de tabaco no país também apontou um crescimento de 0,5% de adultos que se tornaram fumantes no ano passado, em um país onde 156 mil pessoas morrem todo ano por conta de doenças ligadas ao tabagismo, e outras 890 mil padecem por conta do tabagismo passivo.

“O recado que posso deixar é: ouse enfrentar a dependência da nicotina. Faça uma tentativa, nós, médicos pneumologistas, estamos prontos para ajudar nessa travessia rumo a uma vida mais saudável”, estimula Tofolo Junior.

“O Brasil já ocupou a 2ª posição no ranking de implementação das medidas do Pacote MPOWER de combate ao tabagismo da Organização Mundial de Saúde, então não sei se temos o que comemorar. Torço para não haver um retrocesso em todos os ganhos que já tivemos nesse enfrentamento”,avalia Marília Pinheiro.

Eles deixaram o cigarro no passado

A jornalista Larissa Noguchi, 30, fumou dos 17 anos até os 26. Declaradamente ansiosa, ela tratou o cigarro como um apoio durante esses anos. “E nos dias mais estressantes, mais cigarros”, lembra, afirmando que seu consumo era de uma carteira com 20 unidades a cada dois ou três dias. “A maioria dos meus amigos também fumava, então sabe aquela coisa de empolgação, de juventude? Trabalhava o dia inteiro, não tinha tempo para as atividades que eu gostava, e estudava à noite, então fumar era um escape”.

Larissa Noguchi
📷 Larissa Noguchi |Divulgação

A mudança veio em 2016, quando ela começou a remar. À medida que sua conexão com o esporte ia crescendo, diminuía a ansiedade. “Coloquei como meta largar o cigarro. Eu me sentia mal porque todo mundo na canoa não fumava, e eu rápido entrei nas competições. As pessoas ali tinham outro ritmo de treino, se dedicavam, e eu fumando. Decidi parar, mas comecei devagar, fui diminuindo a quantidade”, relata. A carteira que durava três dias passou a durar uma semana, e o processo durou cerca de três meses, com algumas rápidas recaídas. “A ansiedade quase que desapareceu por causa do remo, os treinos avançavam, inclusive o físico muscular. Um mês depois de parar eu fui a uma festa, me deu vontade e eu fumei um cigarro, mas não fiquei legal. Me deu tontura, me senti mal, foi a última vez”, afirma. Os benefícios, segundo Larissa, são sensacionais.

“Melhorou tudo. Passei a ter mais disposição, a beber três litros de água diariamente por causa do esporte, o cabelo e a pele melhoraram, o sabor da comida, o cheiro, tudo ficou mais aguçado. O cigarro é algo que só me fez mal, não tenho mais vontade”, afirma. “Sem contar a economia! Depois que parei de fumar, eu vi o quanto eu gastava com carteiras e carteiras toda semana”.

Em alguns meses, o autônomo Ramon Maia, de 25 anos, será pai pela primeira vez. A grande novidade serviu de estímulo para largar o hábito que já durava três anos. “Fumava uma carteira e meia por dia. Até agora, não sinto nenhum dano pelo tempo que fumei. E embora eu seja muito ansioso, eu sinto que até isso melhorou, além do fôlego”, confirma.

Ramon Maia
📷 Ramon Maia |Divulgação

Essa não foi a primeira vez que ele parou de fumar, mas das outras vezes as recaídas acabaram acontecendo. “Foi um processo lento até parar de vez, e sem ajuda de remédios”. Para ele, o bem-estar físico é o melhor de ter parado de fumar. “Eu ficava ansioso quando acabava o cigarro, eram vários. Me sentia mal pela dependência. Tudo isso melhorou, eu sou outra pessoa”, analisa.

Serviço:

Como parar?

Há drogas que ajudam nessa cessação e programas gratuitos do governo que acolhem qualquer pessoa que o procure. Os métodos incluem abordagens terapêuticas, tanto a cognitiva comportamental (baseadas nas mudanças comportamentais necessárias a enfrentar a vida sem tabaco), quanto ao uso de medicamentos (adesivos, goma e pastilha de nicotina , e comprimidos) para aliviar os sintomas causados pela abstinência. Utilizadas em conjunto, as estratégias mais do que dobram as chances da pessoa parar de fumar.

Por que parar?

Só na planta do tabaco já foram identificadas mais de 2,5 mil toxinas. Quando o indivíduo acende o cigarro, a temperatura na brasa é estimada em 950 graus, com isso ocorre uma reação química chamada pirólise, que quebra as substâncias já existentes, produzindo novas. A fumaça do cigarro contém mais de 7 mil substâncias, e a cada tragada o indivíduo inala de duas mil a 2,5 mil delas. Logo, o cigarro passa a ser uma causa importante de várias doenças que atingem o corpo todo do indivíduo. Quanto maior o tempo de fumo e maior a quantidade, piores serão as consequências.

Quais danos estão relacionados?

Acidente vascular encefálico; infarto agudo do miocárdio; doenças pulmonares obstrutivas crônicas; cânceres de pulmão, boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, bexiga; menor fertilidade, impotência sexual, abortos, prematuridade; problemas de má circulação com amputação de membros inferiores. Na questão estética, há a aparência envelhecida (fumantes aparentam ser cinco anos mais velhos que sua idade real), dentes e unhas escurecidos e odor, dentre outros.

Vantagens de parar de fumar

Os danos causados pelo tabagismo são cumulativos. Os benefícios de parar de fumar começam 20 minutos após o último cigarro, quando se normaliza os batimentos cardíacos. Em três meses o risco de infarto declina e a função pulmonar começa a melhorar; em nove meses a tosse e a falta de ar diminuem; em um ano sem fumar o risco de infarto corresponde à metade das chances enfrentadas por um tabagista; em cinco anos sem fumar, o risco de derrame cai de forma importante; em dez anos sem fumar o risco de câncer de pulmão é cerca da metade de alguém que nunca fumou, e o mesmo vale para outros tipos de câncer, como de boca, garganta, esôfago, bexiga, rins e pâncreas. Em 15 anos sem fumar, o risco de doença coronariana retorna a níveis similares a de um não tabagista.

Fontes: Marília Pinheiro, pneumologista; Rubens Tofolo Junior, pneumologista.

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