Após a confirmação de que Abraham Weintraub chegou aos Estados Unidos, deputados bolsonaristas foram às redes sociais dar "graças a Deus" pela notícia, enquanto a oposição acusou o ex-ministro da Educação de fugir do país.
Demitido do MEC (Ministério da Educação) na quinta-feira (18), Weintraub viajou nesta sexta-feira (19) e já se encontrava nos EUA na manhã deste sábado (20). Ele foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após chegar a Miami.
Nas redes sociais, deputados aliados do presidente expressaram satisfação com a notícia.
Filho 03 de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) compartilhou uma notícia sobre a decisão do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) de protocolar no STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de apreensão do passaporte de Weintraub para evitar que ele saísse do Brasil.
Em cima da notícia, Eduardo comentou: "Se isso não é perseguição eu não sei o que é."
Outros bolsonaristas também se manifestaram sobre a decisão do ex-ministro da Educação. "Graças a Deus pq do jeito que as coisas andam por aqui não temos a menor segurança jurídica", disse a deputada Bia Kicis (PSL-DF) em uma rede social.
O deputado Filipe Barros (PSL-PR) também escreveu que "Graças a Deus" Weintrab "já está nos EUA."
Deus também foi citado pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Em sua rede social, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), Ao comentar a ida do ex-ministro aos EUA, ela disse que "Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito".
"Deus lhe abençoe nesta nova etapa junto ao Banco Mundial! A luta continua...", escreveu.
Weintraub foi indicado para ocupar uma das 25 cadeiras do Conselho da Diretoria-Executiva do Banco Mundial. Ao titular desse cargo cabe representar não apenas o Brasil, mas também Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago.
Na oposição, a notícia de que Weintraub já está nos Estados Unidos foi interpretada como uma fuga do ex-ministro, que é alvo do inquérito das fake news, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele também é investigado na corte por racismo, por ter publicado um comentário sobre a China e uma suposta responsabilidade do país asiático pela pandemia do novo coronavírus.
Líder do PSB na Câmara, o deputado Alessandro Molon (RJ) afirmou que "todas as circunstâncias da ida de Weintraub para os EUA mostram que se tratou muito mais de uma fuga da Justiça do que de uma transferência funcional."
"Este ato é ainda mais afrontoso por envolver um aumento tão vultuoso de salário, em uma posição que envergonha o Brasil. Nossas instituições não podem permitir tamanha desfaçatez", disse o parlamentar.
Líder do PSOL na Câmara, a deputada Fernanda Melchionna (RS) criticou o fato de a exoneração de Weintraub ter saído só neste sábado. "Weintraub usou o cargo ainda de ministro da Educação para fugir do Brasil e contou apoio do chefão, já que foi exonerado por Bolsonaro logo que conseguiu entrar nos EUA. Tudo arquitetado!", escreveu.
Autor de um pedido de retenção do passaporte do ex-ministro, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também fez críticas em uma rede social à decisão de Weintraub. "Cantei a pedra da fuga ao solicitar apreensão do passaporte do fujão! Os fascistas sumirão do país ou serão presos um a um, para que prospere a democracia e a liberdade!", escreveu. Ele também acusou Bolsonaro de "obstrução à prisão".
Também petista, a deputada Natália Bonavides (RN) disse que Weintraub "usou as últimas horas como ministro e o passaporte diplomático pra fugir do país". "Sua exoneração saiu, bem calculada, só hoje, sábado, quando já estava fora e longe da justiça brasileira. Já demitido mas ainda nomeado só para obstruir. Desvio de finalidade?", escreveu em uma rede social.
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